Primeiro lote de lenha é retirado de rios do Litoral

A renda obtida com a revenda da lenha será usada pelo Provopar Estadual para o atendimento a famílias que ficaram desabrigadas nos municípios de Antonina, Morretes, Guaratuba e Paranaguá
Publicação
30/06/2011 - 16:10
Editoria

Confira o áudio desta notícia

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) emitiu na quarta-feira (28) o primeiro Documento de Origem Florestal (DOF) que permite o transporte e a comercialização de material lenhoso que está sendo retirado das margens do rio Jacareí, na região do distrito de Floresta, em Morretes. Os troncos de árvores foram carregados pela água da chuva, que provocou enchentes e deslizamentos de terra no Litoral do Estado em março.
O primeiro caminhão, carregado com de cerca de 280 metros cúbicos de lenha, saiu do distrito de Floresta nesta quinta-feira (30) com destino a uma fábrica de papel da região que está interessada em ajudar a população local. O lote é composto de 267 metros estéreos de lenha, 10 metros cúbicos de garuva, 5 metros cúbicos de ipê e 10 metros cúbicos de canela-preta.
A renda obtida com a venda desse material será revertida ao Provopar Estadual e investida no atendimento às famílias que ficaram em situação de vulnerabilidade social nos municípios de Morretes, Antonina, Paranaguá e Guaratuba, em decorrência da chuva e dos deslizamentos.
“Esse é uma alternativa inteligente e de baixo custo que o governo encontrou para transformar uma situação crítica, provocada por um acidente natural, em uma forma sustentável e responsável de ajudar as famílias afetadas”, diz a presidente do Provopar estadual e secretária da Família e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa.
Além de receber material de construção, móveis, colchões e cobertores, para que possam retomar suas vidas, as famílias terão acompanhamento do Provopar em um programa de geração de renda e também para o desenvolvimento educacional dos jovens.
O trabalho de retirar e cortar esse material foi iniciado há um mês. O processo é delicado, devido às condições do solo, e depende das condições do clima e da mão-de-obra. O IAP acompanha todo o processo e é responsável por dimensionar o material lenhoso e gerar o Termo de Apreensão para posterior emissão do DOF. O documento permite o transporte e revenda.
De acordo com o presidente do IAP, Luiz Tarcísio Mossato Pinto, existem alguns lugares, como o distrito de Floresta, em que não será possível o retorno das famílias, devido aos riscos para a segurança da comunidade.
A estimativa inicial é recolher aproximadamente 42 mil metros estéreos de material lenhoso acumulado ao longo dos leitos dos rios Jacareí e Miranda, em Morretes. De acordo com o levantamento da Defesa Civil, a retirada é necessária porque o material acumulado obstrui o trajeto natural dos rios e as estradas de acesso a localidades mais isoladas na região.
O trabalho está concentrado principalmente ao longo do leito de rios, que são terras públicas e foram demarcadas pela Defesa Civil por apresentar riscos de novos acidentes. Nas áreas de propriedades particulares, os proprietários podem usar a madeira para consumo próprio, mas estão impedidos de vender. O material também pode ser doado ao Provopar.
CONVÊNIO – Esse procedimento de reaproveitamento do material só é possível porque em abril foi firmado um convênio com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Instituto Ambiental, Instituto das Águas do Paraná e Provopar – Ação Social, pelo qual o IAP ficou responsável pela fiscalização da operação de limpeza e retirada do material lenhoso nesses locais. “É preciso garantir que não ocorram mais desmatamentos além daqueles ocorridos como conseqüência dos deslizamentos de terras”, afirma Luiz Tarcísio Mossato Pinto.

GALERIA DE IMAGENS