Presos de Piraquara
participam da campanha
72 mil Tsurus pela Paz

Ave japonesa feita em papel pelos detentos será distribuída em jogo entre Coritiba e Chapecoense, aos pacientes de hospitais de três cidades japonesas, no museu de Himeyuri e no Monumento das Crianças à Paz em Hiroshima
Publicação
14/07/2017 - 16:30
Editoria

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Presos custodiados na Penitenciária Central do Estado - Unidade de Progressão (PCE-UP), em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, participam da campanha 72 mil Tsurus pela Paz. A iniciativa é uma homenagem do Brasil às vítimas das bombas nucleares que atingiram as cidades japonesas de Okinawa, Hiroshima e Nagasaki, durante a Segunda Guerra Mundial, que completa em agosto 72 anos do seu término.
Utilizando-se do origami - arte tradicional e secular japonesa de dobrar o papel, criando representações de determinados seres ou objetos - os detentos receberam treinamento para confeccionar o tsuru, uma ave considerada sagrada no Japão, símbolo da saúde, boa sorte, felicidade e da paz. De forma voluntária, a meta dos detentos é produzir 50 mil tsurus até 21 de julho.
Segundo a organizadora da ação, Ligia Oizumi, os tsurus produzidos pelos detentos serão distribuídos aos torcedores presentes no jogo entre Coritiba e Chapecoense, em 06 de agosto, em Curitiba, aos pacientes de hospitais das três cidades japonesas, no museu de Himeyuri, em Okinawa, e no Monumento das Crianças à Paz em Hiroshima.
"O objetivo da campanha é conscientizar a população sobre a importância da paz. Desde a primeira aula pude perceber o carinho e a dedicação com que esses homens estão fazendo esse trabalho, a perfeição da dobra. Há amor e carinho em todo ser humano e precisamos resgatar isso", disse Oizumi.
Para o preso E.G, de 21 anos, que está há quatro meses na penitenciária, a dobradura em papel foi uma novidade. "Nunca tinha visto antes. No começo foi difícil de fazer e achei bem interessante. Fico feliz em levar conforto e ajudar, de alguma forma, as pessoas que perderam seus familiares. É gratificante", disse.
"É importante que os detentos se envolvam em atividades de caráter social e humanitário, são valores essenciais que precisam ser trabalhados. Todos os participantes se candidataram de forma voluntária e isso demonstra o comprometimento deles com o outro, em ajudar e fazer a sua parte como cidadão", afirmou a diretora da penitenciária, Cinthia Mattar Bernardelli Dias.

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