População é orientada
para evitar doenças
após enchentes

A Secretaria da Saúde distribui 100 mil folders para mais de 80 cidades, além de vacinas, medicamentos e outros suprimentos para ampliar a retaguarda de atendimento nos municípios mais atingidos.
Publicação
09/06/2014 - 14:55
Editoria

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A Secretaria de Estado da Saúde está distribuindo 100 mil folders sobre prevenção de doenças após enchentes. O material educativo está sendo enviado a mais de 80 cidades paranaenses afetadas pelas chuvas. O material, que também está disponível online na página da secretaria (www.saude.pr.gov.br), dá orientações importantes sobre cuidados que as pessoas devem ter para proteger a saúde neste momento crítico.
O Estado também enviou vacinas, medicamentos e outros suprimentos para ampliar a retaguarda de atendimento nos municípios mais atingidos. A maior preocupação refere-se à ocorrência de casos de leptospirose, tétano acidental, hepatites A e E, diarreia e outros problemas relacionados à falta de higiene, contato com água contaminada e acidentes com animais peçonhentos.
Somente para a região de Irati, uma das mais afetadas pelas chuvas, foram encaminhadas 900 doses da vacina antirrábica; mil doses contra hepatite B; duas mil da vacina dupla (tétano+difteria); duas mil doses contra a gripe; 4,3 mil comprimidos do tratamento contra a gripe; 500 frascos de soro fisiológico e três mil frascos de hipoclorito de sódio (tratamento da água).
O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, afirma que neste momento é essencial que as pessoas se abriguem em locais seguros e não arrisquem suas vidas para preservar bem materiais. “A água da enchente é extremamente perigosa, pois aumenta o risco de afogamento e também pode transmitir doenças”, destacou.
DOENÇAS – A leptospirose é transmitida pela urina dos ratos, que geralmente se espalha pela água suja, esgoto ou lama. A bactéria da doença entra no corpo através da boca, olhos e pele, com ou sem ferimento. A recomendação é que as pessoas utilizem luvas, botas ou sacos plásticos nas mãos e pés quando o contato com a água da enchente for inevitável.
Os principais sintomas da leptospirose são febre alta, dor de cabeça, dor muscular (principalmente nas pernas), olhos vermelhos, icterícia ou olhos amarelos, vômito e diarreia. Em caso de suspeita da doença, a pessoa deve ser encaminhada imediatamente a uma unidade de saúde.
Já o tétano acidental ocorre após o ferimento com objetos de metal, madeira, vidro ou solo infectado pela bactéria. A melhor forma de prevenção é a vacinação, disponível gratuitamente na rede pública de saúde.
Outras doenças, como a gastroenterite (diarreia) e as hepatites A e E estão ligadas ao consumo de água e alimentos contaminados. “Não se deve utilizar alimentos que tenham entrado em contato com a água da enchente. Além disso, a orientação é evitar o consumo de água de poços superficiais, rios e outras fontes não tratadas”, explicou o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz.
As embalagens plásticas e de papel não impedem a contaminação dos alimentos e por isso é preciso descartar preventivamente esses produtos. Também é indicado o descarte de enlatados que estiverem amassados, enferrujados, semiabertos ou com tampas estufadas.
LIMPEZA – Após o período da enchente, outras recomendações são importantes para se evitar novos acidentes. É comum que se encontre animais, como aranhas, cobras, escorpiões e ratos nos cômodos da casa. “As pessoas tem que ter cuidado redobrado nessas situações e entrar em contato com a secretaria municipal de saúde para saber como se comportar”, destacou a técnica da Divisão de Zoonoses e Intoxicações da Secretaria da Saúde, Giselia Rúbio.
Na hora da limpeza das casas, pode-se utilizar uma solução desinfetante de preparação caseira. Basta misturar água da rede pública a água sanitária, ou hipoclorito de sódio. A proporção é de 250 ml de água sanitária para 25 litros de água.
DOAÇÕES – O Governo do Estado está arrecadando donativos para auxiliar as famílias que estão em situação de risco por conta das chuvas. Entre as necessidades estão água potável, cestas básicas, colchões, cobertores, roupa de cama, fraldas, roupas, materiais de higiene e de limpeza.
As doações podem ser entregues em todos os órgãos do Governo do Estado, prefeituras, delegacias de polícia, unidades da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da Secretaria da Saúde em qualquer cidade do Paraná. Em Curitiba, as doações também podem ser levadas nas sedes do Provopar, que ficam na Rua Hermes Fontes, 315, no bairro Batel, e na Rua Sergipe, 1.712, no bairro Vila Guaíra, e à Secretaria de Estado da Saúde, na Rua Piquiri, 170, no Rebouças.
MAIS RECURSOS – Nesta segunda-feira (9), o governador Beto Richa determinou a liberação imediata de R$ 5,2 milhões para auxiliar 86 municípios nas ações pós-enchente. Os recursos são uma antecipação do repasse de custeio do programa VigiaSUS, de apoio às ações de vigilância em saúde dos 399 municípios paranaenses, o que inclui o enfrentamento às enchentes.
As prefeituras poderão utilizar o dinheiro para pagar horas extras de servidores destacados para atender às pessoas desabrigadas, comprar suprimentos e adquirir equipamentos para proteção individual dos profissionais. Somente para Curitiba o repasse chega a R$ 800 mil.
O secretário Caputo Neto afirmou ainda que o Estado dará apoio às prefeituras para reestruturar as unidades de saúde atingidas pelas chuvas. “Vamos fazer um levantamento da situação de cada município e destinar equipamentos para repor os aparelhos que foram perdidos por causa das enchentes”, ressaltou.
Saiba mais sobre o trabalho do governo do Estado em: http:///www.facebook.com/governopr e www.pr.gov.br

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