Pontal do Paraná é o campeão do
emprego no Estado e o 2º do País

Saldo de vagas de emprego no município do Litoral cresceu 285% em 2015, impulsionado pelo investimento da Techint. Novos projetos devem gerar mais mil empregos
Publicação
07/03/2016 - 11:00
Editoria

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Em meio a um cenário de desemprego e recessão, Pontal do Paraná, no Litoral do Estado, consegue driblar a crise econômica e aumentar o ritmo de geração de emprego. O município fechou 2015 como campeão de saldo de vagas no Paraná e como o segundo colocado no País. Com um resultado positivo – entre admitidos e demitidos - de 2.274 vagas, ficou atrás apenas de Canaã dos Carajás, no Pará, com 2.801 vagas.
Os dados, do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostram, ainda, que o município registrou um aumento de 288% (1.689) no saldo de vagas em relação a 2014. O ritmo forte continua nesse ano, com um resultado positivo de 165 vagas em janeiro.
NOVOS INVESTIMENTOS - O movimento foi puxado, principalmente, por novos investimentos atraídos para a cidade. A italiana Techint está aplicando US$ 300 milhões na construção de módulos para exploração de petróleo em alto mar.
Além disso, a construção de dois novos terminais portuários deve manter o ritmo forte de abertura de vagas nos próximos meses. Somente o Porto de Pontal, que será construído pelo Grupo JCR, vai absorver investimentos de R$ 1,5 bilhão e deverá gerar mais de mil empregos na construção do seu terminal, que começa em meados do ano.
REGIÃO É DESTAQUE - De acordo com Suelen Glinski Rodrigues dos Santos, economista do Observatório do Trabalho da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social, o aumento das vagas ajudou a desenvolver também outros municípios do Litoral. “A região foi o grande destaque de 2015 e respondeu por 75%, (3.621 vagas) do saldo positivo gerado no Paraná em 2015. Matinhos, por exemplo, gerou muitas vagas no setor de serviços e fechou o ano com saldo de 1.824 vagas”, afirmou Suelen.
PRÓPRIO MUNICÍPIO - Desde o início do atual projeto, em maio de 2013, a Techint contratou 3,77 mil pessoas em Pontal do Paraná, de acordo com Fábio Aquino, gerente de Recursos Humanos. Pelo menos 70% desse grupo é formado por pessoas do próprio município.
É o caso do ex-marinheiro Marcelo Neves Mendes, que começou a trabalhar na Techint há um ano e seis meses. Depois trabalhar como ajudante, ele foi promovido a mestre de movimentação de cargas. “Eu era marinheiro e na cidade de Pontal não são muitas oportunidades que surgem. Você acaba seguindo para o comércio, pesca ou alguma atividade informal, como pedreiro, pintor e serviços gerais. Agora, além do salário, benefícios que a empresa me proporciona, sei que aqui muitas portas se abriram para eu seguir novos caminhos”, diz ele.
Em parceria com a empresa francesa Technip, a Techint está desenvolvendo o projeto da plataforma P-76, que prevê a construção de módulos e integrações para um navio FPSO – tipo de plataforma flutuante capaz de extrair, processar e armazenar petróleo da Petrobras. A plataforma deve entrar em alto mar em meados de 2017.
O projeto representa a retomada das operações da empresa, depois do cancelamento do contrato com a OSX do empresário Eike Batista, em 2013. A intenção é que, quando o atual projeto chegue ao fim, outros surjam para manter ativa a operação da Techint no Paraná, diz Aquino. De acordo com ele, a empresa investiu R$ 100 milhões na construção de um novo cais, concluída em 2015, que abre boas perspectivas para novos negócios.
“Pontal do Paraná não tem muitas oportunidades especialmente nessa área de montagem industrial e de indústria naval e a Techint traz boas oportunidades para emprego”, diz o operador de guindaste Josué Carrara, que nasceu em Maringá e há 16 anos mora em Pontal do Paraná. Depois de ser demitido em novembro de 2013 com o cancelamento da encomenda da OSX, ele foi recontratado em abril de 2014 pela Techint para a construção do novo cais e agora trabalha no novo projeto de plataforma. “A Techint investiu em uma estrutura grande e cara em Pontal, que terá desdobramento em novos contratos e mais empregos”, diz.
BOX 1
Investimentos nos setores do comércio e de serviços

Lojas, restaurantes, lavanderias, escolas e imobiliárias vêm sentindo o impacto positivo do crescimento do emprego na cidade, de acordo com o presidente da Associação Comercial de Pontal do Paraná, Gilberto Espinosa.
O município, que recebe muitos turistas durante o verão, sofre com o fim da temporada. Nos meses de frio, o movimento despenca no comércio e nos serviços. “Hoje a Techint ajuda a compensar a queda no movimento do comércio na baixa temporada”, diz Espinosa.
Ele é dono de uma lavanderia, que cresceu com a Techint. A sua empresa é responsável por lavar os uniformes dos funcionários da companhia. “No auge do contrato com a OSX lavávamos 2 mil quilos de roupas por dia. Com a suspensão do projeto, esse número caiu para 50 quilos por semana. Mas agora já está em 600 quilos por dia”, diz.
Com o crescimento do emprego na região, o volume de locações cresceu 40% na Real Litoral Imóveis. De acordo com o proprietário, Walmir Meira Santos, atualmente 80% dos negócios fechados pela empresa são reflexo direto dos novos empregados da Techint, que procuram imóveis para alugar nas proximidades. “Antes fazíamos muita locação para a temporada, porque o nosso público era o turista que vinha passar as férias no Litoral. Agora, os contratos são anuais, em sua maioria, e para imóveis no balneário de Ipanema, que é próximo e tem infraestrutura como escolas e creches para as famílias dos funcionários”, diz.
BOX 2
Novos projetos manterão emprego em alta

Além da Techint, outros projetos na área de infraestrutura devem movimentar a economia de Pontal do Paraná nos próximos meses. A revisão da poligonal dos portos, publicada em Diário Oficial pelo Governo Federal em fevereiro desse ano, vai abrir espaço para que novos terminais portuários possam entrar em operação em Pontal do Paraná.
A principal alteração é que o espaço de abrangência do porto público passa a permitir a construção de novos terminais em áreas privadas em Pontal do Paraná, Paranaguá e Antonina.
Pelo menos dois projetos estão mais adiantados em Pontal, um do grupo Cattalini, que está na fase de obtenção de licenças para operar um terminal multipropósito, e outro do grupo JCR, que vai construir o Porto de Pontal, um terminal para movimentação de contêineres.
Com investimento previsto de R$ 1,5 bilhão, o Porto de Pontal, que já estava previsto antes mesmo da revisão da poligonal, deve gerar entre 1 mil e 1,5 mil empregos durante a sua construção e mais mil quando entrar em operação, prevista para 2018.
A expectativa é que as obras iniciem entre junho e julho desse ano, de acordo com o diretor do Porto de Pontal, Ricardo Salcedo. A capacidade de movimentação será de 2,5 milhões de TEU's, que, segundo ele, a maior da América Latina. “Em um cenário econômico caótico, é um sinal de que estamos acreditando no Paraná e no desenvolvimento do Estado” disse. Salcedo acredita que o Porto de Pontal possa gera até 5 mil empregos indiretos na região.
BOX 3
Techint capacita mão de obra

A Techint vem treinando e capacitando a mão de obra da região para trabalhar na construção dos módulos para a plataforma de petróleo. De acordo com Gilson Modesto da Cruz, coordenador geral de Recursos Humanos, a empresa capacitou 464 pessoas desde 2013.
A ideia, explica ele, é que o mesmo funcionário possa ser treinado para mais de uma função, para facilitar sua colocação nos próximos projetos.
Paulo Santos da Veiga, que entrou na empresa há dois anos, iniciou como operador de estufa e hoje é mestre de solda. “Passei por várias capacitações e treinamentos que me ajudaram a desenvolver profissionalmente. Hoje, eu moro com a minha esposa em Pontal e não pretendo ir embora”, diz.
Saiba mais sobre o trabalho do Governo do Estado em:
www.pr.gov.br e www.facebook.com/governopr

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