Polícia vai criar banco de dados de corpos não identificados no IML

Sistema centralizado terá informações de pessoas mortas sem identificação para cruzamento com cadastro de desaparecidos. Objetivo é tratar com mais respeito e humanidade corpos não identificados
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12/04/2011 - 17:30
Editoria

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O delegado-geral da Polícia Civil, Marcus Vinícius Michelotto, o diretor-geral do Instituto Médico Legal (IML), Porcídio Villani, e representantes de unidades da polícia debateram nesta segunda-feira (11) as normas de um novo Sistema Centralizado de Pessoas Desaparecidas. A iniciativa servirá para facilitar a identificação de cadáveres que chegam ao IML por meio da criação de um banco de dados de corpos não identificados.
O objetivo é montar um sistema centralizado dos desaparecidos de todo o Estado do Paraná para organizar todos os corpos não identificados que estão nas câmaras frigoríficas mortuárias do IML. Segundo o delegado Michelotto, o trabalho integrado entre a Polícia Civil e o IML quer possibilitar o reconhecimento dos cadáveres com mais segurança e rapidez, evitando acúmulo de corpos no Instituto Médico Legal e permitindo que as famílias dessas pessoas não passem por mais sofrimento e constrangimento”.
De acordo com Michelotto, a ideia é que a DVC centralize informações de desaparecidos. “O objetivo é criar um banco de dados dentro do site da polícia civil, restrito para os policiais, com fotos das pessoas encontradas mortas sem identificação, para que os policiais possam cruzar as informações das queixas dos desaparecidos da sua região com os corpos encontrados em qualquer IML do Paraná”.
PROCESSO - Para que o trabalho seja efetuado de modo permanente e não ocorra mais a acumulação de corpos no IML, será implantada a identificação numérica dos cadáveres, por meio de pulseiras plásticas individuais e impermeáveis.
Para que todo o trabalho seja eficiente, além das impressões digitais e a perícia da arcada dentária, todo os corpos serão fotografados para mostrar face, cicatrizes, tatuagens, roupas, deformações anatômicas congênitas ou adquiridas. Por questões de segurança, será feita coleta de material biológico para exame de investigação de vínculo genético (DNA), para assegurar e facilitar ainda mais todo processo de identificação.
Segundo o médico legista e diretor do IML, Porcídio Villani, esse cruzamento de informações entre os órgãos policiais e o IML significa um avanço. “A intenção é tratar com respeito e humanidade os cadáveres não identificados. Pensando nisso, nós mudamos a forma de identificação feita anteriormente”, afirma Villani.
O médico ressalta que esse sistema deve entrar em vigor em breve. “Esse plano já deveria existir há algum tempo, faltava comunicação entre os órgãos. O novo sistema deve ser implantado o mais breve possível”, diz Villani.
Além do delegado-geral da Polícia Civil e do diretor do IML, participaram da reunião Sérgio Cirino, delegado da Divisão de Investigações Criminais (DIC), o delegado titular da DVC, Marcelo Lemos de Oliveira, a delegada da Delegacia de Homicícios (DH), Maritza Haisse, o diretor do Instituto de Identificação, delegado Newton Tadeu Rocha, Kioshi Atanda,delegado do Grupo de Apoio à Polícia (GAP), representante do núcleo de informática da Sesp, Elisabeth Brixel e Jair Fernandes, da Celepar.

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