Plano de manejo pode
evitar lançamento de
microalgas no Rio Pirapó

Esgotamento direto dos tanques de peixes nos afluentes do manancial não será mais permitido, reduzindo o despejo de água rica em matéria orgânica e microalgas
Publicação
13/02/2017 - 16:50
Editoria

Confira o áudio desta notícia

Gerentes e técnicos do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Sanepar e Emater, e o prefeito de Sabáudia, Hugo Manueira, se reuniram nesta segunda-feira (13) com piscicultores da região para debater as consequências do lançamento de microalgas na Bacia do Rio Pirapó para o abastecimento público. A solução indicada é que, com orientação técnica da Emater, os produtores adotem um plano de manejo para fazer o despejo do efluente gerado na piscicultura.
Na última semana, moradores de alguns bairros de Maringá reclamaram do gosto e do cheiro da água potável distribuída na cidade. Análises feitas pela Sanepar de amostras de água coletadas em vários pontos do Rio Pirapó, e em alguns de seus afluentes, apontaram a presença de microalgas do gênero Oscillatoriales, responsáveis pela alteração das características da água distribuída.
De acordo com especialistas, este gênero de microalga é encontrado, principalmente, em tanques e lagoas usados para piscicultura. As microalgas não representam riscos à saúde humana, mas provocam odor e sabor na água tratada.
Segundo o chefe regional do IAP de Londrina, Ronaldo Deber Siena, a reunião não teve o objetivo de punir os piscicultores, mas sim de orientá-los. “Não podemos afirmar que eles foram os responsáveis, mas temos a certeza de que os tanques e lagoas, quando esgotados sem o manejo correto, acabam contribuindo para o lançamento das microalgas no leito do Rio Pirapó”, explicou.
O gerente geral Noroeste da Sanepar, Sergio Veroneze, afirma que não há dúvidas de que o local de origem das microalgas que provocaram o gosto e o cheiro na água tratada distribuída em Maringá foi a região de Sabáudia. “As análises apontaram que as microalgas chegaram até o Rio Pirapó através do córrego Pau d’Alho. Também sabemos que naquela região a atividade de piscicultura é muito forte. Por isso, é fundamental que haja um trabalho coletivo para que os piscicultores sejam orientados sobre o manejo correto dos seus tanques, lagoas e represas”, ressaltou Veroneze.
Uma das ações imediatas definidas durante a reunião foi a atuação direta da Emater na orientação técnica e acompanhamento das atividades dos piscicultores. Também ficou decidido que o esgotamento direto dos tanques nos afluentes não será mais permitido, evitando o despejo de água rica em matéria orgânica e de microalgas. O lançamento terá que ser feito em um tanque de espera e, somente depois, gradativamente, ser realizado em um corpo hídrico.
A fiscalização será de responsabilidade do IAP. Segundo Siena, após as orientações técnicas serão feitas visitas às propriedades para verificação do plano de manejo de cada proprietário. “Todos terão um prazo para as adequações. Caso a propriedade não esteja adequada após o término deste prazo, o proprietário poderá ser autuado”, explicou o chefe regional do IAP.
Para a Sanepar, a reunião foi fundamental para que a empresa continue garantindo a segurança e a qualidade da água distribuída à população de Maringá. “A solução do problema das microalgas passa, sem dúvida, por um trabalho integrado em toda a microbacia do Rio Pirapó, visando à preservação do meio ambiente”, ressaltou Veroneze.
A Sanepar irá continuar monitorando o Rio Pirapó e seus afluentes para o acompanhamento dos trabalhos realizados pelos técnicos da Emater e pelos piscicultores.
Também participaram da reunião os gerentes da Sanepar Sérgio Bahls (Geral Nordeste), Valteir Galdino da Nobrega (Regional Maringá) e Rodrigo Junqueira (Regional Arapongas).

GALERIA DE IMAGENS