Pesquisa do IBGE mostra
retração nos níveis de
emprego industrial

Houve queda do nível generalizada no Brasil, com resultados negativos em doze dos quatorze locais abrangidos pela pesquisa. Para economista do Ipardes, quadro é fruto das incertezas dos empresários quanto ao futuro da política econômica
Publicação
11/04/2014 - 14:22
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O contingente de trabalhadores no setor fabril paranaense mostrou recuo de 2,8% em fevereiro de 2014, em relação a fevereiro de 2013, a sétima variação negativa consecutiva. No Brasil houve redução de 2,%, a 29ª queda seguida, conforme a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (PIMES), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (11). A pesquisa é realizada em dez estados da federação, mais as regiões nordeste, norte e centro-oeste. Dos quatorze locais pesquisados, doze apresentaram retração.
“A queda do nível de emprego industrial é generalizada no Brasil, fruto das incertezas dos empresários quanto ao futuro da política econômica, especialmente no que se refere ao tratamento de alguns fatores de instabilidade, sintetizados na aceleração da inflação, do déficit público e dos desequilíbrios das contas externas”, afirma a economista Ana Silvia Martins Franco, do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). “Tal quadro exacerba a postura defensiva dos agentes produtivos, comprime as expectativas de lucro e provoca o adiamento dos projetos de investimento, interferindo negativamente no desempenho do mercado de trabalho”, diz ela.
No Paraná, os setores que mais influenciaram para a desaceleração do resultado regional foram máquinas e aparelhos elétricos e eletrônicos (queda de 34,4%), vestuário (queda de 9,3%), metal (-7,7%), borracha e plástico (-7,5%) e minerais não-metálicos (-3,4%). Em contrapartida, os ramos de papel e gráfica (7,1%), alimentos e bebidas (5,4%), fumo (3,2%), máquinas e equipamentos (3,2%), calçados e couro (2,8%) e produtos químicos (1,7%) apontaram crescimento.
O valor da folha de pagamento real (descontada a inflação) do Paraná avançou 5,% em fevereiro de 2014, na comparação com fevereiro de 2013, ante variação de 2,5% na média nacional. Os setores que mais contribuíram para o resultado regional foram fabricação de meios de transporte (27,9%), metalurgia (23,8%), minerais não-metálicos (18,4%), calçados e couro (10,9%), papel e gráfica (8,5%), produtos químicos (7,5%) e metal (7,5%).
O indicador do número de horas pagas do setor fabril paranaense encolheu 4,1% em fevereiro de 2014, frente o mês de fevereiro de 2013, contra redução de 2,1% do país, com taxas negativas em onze dos quatorze locais investigados.
PRIMEIRO BIMESTRE - No acumulado do primeiro bimestre de 2014, o emprego nas unidades industriais do Paraná caiu 2,6%, contra uma retração de 2,% para o Brasil. A taxa foi negativa em onze dos quatorze locais investigados. Os impactos mais relevantes para a queda na média global vieram dos setores de máquinas e aparelhos elétricos e eletrônicos (queda de 30,6%), vestuário (queda 8,3%), borracha e plástico (queda 6,8%), metal (-4,8%) e minerais não-metálicos (-4,%).
Em relação à folha de salários reais, o setor fabril do Estado expandiu 5,2%, diante aumento de 3,1% em âmbito nacional. Em horas pagas, a indústria paranaense encolheu 4,0% no acumulado de 2014, ante recuo de 2,1% para o país, sendo que apenas a região norte e centro-oeste (2,6%), Rio de Janeiro (0,8%) e Santa Catarina (0,5%) assinalaram resultados positivos neste indicador.
DOZE MESES - No acumulado de doze meses, encerrados em fevereiro de 2014, as unidades industriais do Paraná mostraram desaceleração de 0,6%, versus retração de 1,3% para o Brasil. As únicas variações positivas nesse tipo de comparação foram observadas em Santa Catarina (0,8%) e região norte e centro-oeste (0,6%). Os setores que mais influenciaram para a redução do emprego industrial no Estado nos doze meses foram máquinas e aparelhos elétricos e eletrônicos (queda de 19,7%), madeira (menos 5,2%), metal (menos 4,6%), calçados e couro (menos 2,4%), minerais não-metálicos (menos 2,4%) e borracha e plástico (2,2%).
Em relação à folha de salários reais, o setor fabril do Estado registrou aumento 1,3% em doze meses, frente alta de 1,6% em âmbito nacional. Em horas pagas, a indústria paranaense encolheu 1,6%, contra retração de 1,3% para o país, com taxas positivas apenas em Santa Catarina (1,1%), região norte e centro-oeste (1,0%) e Rio de Janeiro (0,7%).
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