O Departamento Penitenciário do Paraná inaugurou nesta quinta-feira (06) duas unidades de progressão em Londrina que atenderão 220 presos. Considerado modelo em tratamento penal no país, o projeto de progressão oportuniza atividades de ensino e trabalho em tempo integral para homens e mulheres em final de cumprimento de pena.
A unidade masculina foi instalada em duas galerias da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL) e atenderá 160 presos. Já a unidade de progressão feminina vai funcionar no prédio do antigo 3° distrito policial e receberá 60 mulheres.
Além de Londrina, já foram inauguradas unidades de progressão em Foz do Iguaçu (248 vagas em penitenciária feminina), Ponta Grossa (140 para homens), Cascavel (143 para homens) e Guarapuava (220 masculinas). Além disso, a Penitenciária Industrial de Guarapuava foi ampliada e recebeu mais 85 presos. O total chega a 836 novas vagas abertas em dois meses.
“Não há aumento de custo no atendimento aos presos, somente uma mudança na forma de gestão da unidade penal. Os resultados têm sido excelentes, por isso estamos expandindo para todas as regiões do estado com o objetivo de atender duas mil vagas no Paraná”, afirma o secretário especial da Administração Penitenciária, coronel Élio de Oliveira Manoel.
PROGRESSAO - Resultado de uma parceria do Governo do Estado com o Tribunal de Justiça, a unidade de progressão faz parte das ações do projeto Cidadania nos Presídios, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No Paraná o projeto já foi instalado em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Guarapuava, Cascavel e agora em Londrina.
Segundo o supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do Tribunal de Justiça do Paraná, o desembargador Ruy Muggiati, o objetivo das unidades de progressão é oferecer tudo aquilo que prevê a Lei de Execução Penal em conjunto com as práticas restaurativas.
“A ideia é construir na unidade penal um ambiente de respeito, de consideração recíproca entre todos os envolvidos na execução da pena, um ambiente em que essas pessoas que estão privadas de sua liberdade desejem serem pessoas melhores, tanto para si mesmas, quanto para a sociedade”, diz o desembargador.
“Todos os presos que participam do projeto passam por uma seleção de perfil do Depen e também por uma avaliação criteriosa do Poder Judiciário”, explica o juiz da Vara de Execuções Penais e Corregedoria dos Presídios de Londrina, Katsujo Nakadomari.
Em Londrina foi inaugurado, ainda, o prédio que onde funcionava o 4° distrito policial, que foi transferido recentemente por decreto governamental para o Departamento Penitenciário. O espaço foi reformado e abrigará 110 presos. No local, será feita a classificação previa dos detentos para encaminhá-los para uma penitenciária de acordo com seu perfil.