O Paraná vai fortalecer as negociações políticas para reverter o embargo da Rússia à compra de carnes bovina, de frango e suínos do Brasil, decretado em junho de 2011. Elas complementam as medidas técnicas adotadas pelo governo paranaense para adequar o serviço de sanidade do Estado. O assunto foi discutido nesta sexta-feira (24), durante reunião na Superintendência do Ministério da Agricultura em Curitiba, com a presença do secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara; do superintendente do ministério no Paraná, Daniel Gonçalves Filho; lideranças políticas e do agronegócio.
O embargo russo atinge a produção do Paraná e de mais três estados: Mato Grosso, São Paulo e Rio Grande do Sul. A Rússia é o principal comprador de carnes do Brasil e por conta do embargo o Paraná teve queda de 29% no volume exportado e de 22% na receita com as exportações de suínos.
A restrição atingiu 25 plantas (frigoríficos) que processam a carne de frango, o que provocou a queda de 97% no volume exportado e de 96% na receita obtida com as exportações. O faturamento com as exportações de carne de frango, que atingiu US$ 42,88 milhões em 2010, caiu para US$ 1,86 milhão em 2011, segundo levantamento da Abrafrigo (Associação Brasileira dos Frigoríficos).
“O principal argumento para o embargo foi técnico, mas sabemos que também existem as intenções políticas por trás dessa decisão”, disse Ortigara. Para o secretário, não há restrições técnicas nos frigoríficos ou planteis paranaenses que justifiquem a restrição. Apesar disso, o governo do Estado está concentrando esforços em fortalecer os serviços de sanidade animal e vegetal para evitar futuros prejuízos aos produtores rurais em função de embargos de exportação por falta de sanidade.
Segundo o secretário, apesar de não concordar com os termos do embargo, o governo do Estado se comprometeu a adotar medidas que vão contribuir para que o Paraná amplie sua presença nos mercados de alimentos mais disputados e valiosos. Ortigara lembrou que o governador Beto Richa sancionou a lei que cria a Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), aprovada na Assembleia Legislativa no final do ano passado. “Estamos mostrando a disposição de reverter em curto prazo as deficiências existentes”, afirmou.
Paralelamente, a ideia é atuar politicamente junto aos governos brasileiro e russo para sensibilizar as autoridades de que não há justificativas técnicas para o embargo. O indicado para conduzir esse movimento foi o senador Sérgio Souza, também presente à reunião. Ele preside a Frente Parlamentar Agropecuária no Congresso Nacional, que reúne cerca de 300 parlamentares, entre senadores e deputados federais.
Souza e o deputado federal André Zacharow comprometeram-se a trabalhar, com colegas dos estados atingidos, para sensibilizar os ministérios da Agricultura e o Itamaraty de que o embargo tem justificativas políticas e não técnicas. Eles pretendem mostrar às autoridades brasileiras que a Rússia optou por criar cotas para importar produtos, beneficiando países da União Europeia e também os Estados Unidos, que apoiaram a entrada russa na Organização Mundial do Comércio (OMC).
“Isso mostra que o governo brasileiro não se empenhou em participar dessas cotas”, disse o senador. O deputado André Zacharow falou também da possibilidade de o governo brasileiro convidar autoridades do governo russo para visitar os estados que sofrem o embargo.
Também participaram da reunião o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Pericles Salazar, empresários e lideranças do agronegócio.
ADAPAR – Com a criação da Adapar, o Estado poderá contratar de 350 a 400 novos profissionais técnicos, possivelmente em março. A Adapar tem capacidade para compor um quadro de 1.200 profissionais que vão atuar na vigilância, controle e sanidade agropecuária. Outra frente em que o Estado atuou para reforçar essa estratégia foi a criação da carreira de fiscal agropecuário para a Defesa Animal e Vegetal.
Além da reconquista dos mercados perdidos, o governo do Estado espera também que o Estado possa ser reconhecido como área livre de febre aftosa sem vacinação nos próximos dois ou três anos. “Todas as ações que estamos adotando visam também esse resultado, que dará uma condição mais competitiva aos produtores paranaenses”, explicou Ortigara.
Paralelamente ao esforço para eliminar as vacinações contra febre aftosa, o Paraná também estuda adotar um programa que vai auxiliar o produtor a produzir um boi de melhor qualidade. “De nada adianta investir em sanidade bovina se não há animal para exportação”, disse o secretário. “Não será um programa que vai exigir muitos investimentos dos pecuaristas”, disse.
O embargo russo atinge a produção do Paraná e de mais três estados: Mato Grosso, São Paulo e Rio Grande do Sul. A Rússia é o principal comprador de carnes do Brasil e por conta do embargo o Paraná teve queda de 29% no volume exportado e de 22% na receita com as exportações de suínos.
A restrição atingiu 25 plantas (frigoríficos) que processam a carne de frango, o que provocou a queda de 97% no volume exportado e de 96% na receita obtida com as exportações. O faturamento com as exportações de carne de frango, que atingiu US$ 42,88 milhões em 2010, caiu para US$ 1,86 milhão em 2011, segundo levantamento da Abrafrigo (Associação Brasileira dos Frigoríficos).
“O principal argumento para o embargo foi técnico, mas sabemos que também existem as intenções políticas por trás dessa decisão”, disse Ortigara. Para o secretário, não há restrições técnicas nos frigoríficos ou planteis paranaenses que justifiquem a restrição. Apesar disso, o governo do Estado está concentrando esforços em fortalecer os serviços de sanidade animal e vegetal para evitar futuros prejuízos aos produtores rurais em função de embargos de exportação por falta de sanidade.
Segundo o secretário, apesar de não concordar com os termos do embargo, o governo do Estado se comprometeu a adotar medidas que vão contribuir para que o Paraná amplie sua presença nos mercados de alimentos mais disputados e valiosos. Ortigara lembrou que o governador Beto Richa sancionou a lei que cria a Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), aprovada na Assembleia Legislativa no final do ano passado. “Estamos mostrando a disposição de reverter em curto prazo as deficiências existentes”, afirmou.
Paralelamente, a ideia é atuar politicamente junto aos governos brasileiro e russo para sensibilizar as autoridades de que não há justificativas técnicas para o embargo. O indicado para conduzir esse movimento foi o senador Sérgio Souza, também presente à reunião. Ele preside a Frente Parlamentar Agropecuária no Congresso Nacional, que reúne cerca de 300 parlamentares, entre senadores e deputados federais.
Souza e o deputado federal André Zacharow comprometeram-se a trabalhar, com colegas dos estados atingidos, para sensibilizar os ministérios da Agricultura e o Itamaraty de que o embargo tem justificativas políticas e não técnicas. Eles pretendem mostrar às autoridades brasileiras que a Rússia optou por criar cotas para importar produtos, beneficiando países da União Europeia e também os Estados Unidos, que apoiaram a entrada russa na Organização Mundial do Comércio (OMC).
“Isso mostra que o governo brasileiro não se empenhou em participar dessas cotas”, disse o senador. O deputado André Zacharow falou também da possibilidade de o governo brasileiro convidar autoridades do governo russo para visitar os estados que sofrem o embargo.
Também participaram da reunião o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Pericles Salazar, empresários e lideranças do agronegócio.
ADAPAR – Com a criação da Adapar, o Estado poderá contratar de 350 a 400 novos profissionais técnicos, possivelmente em março. A Adapar tem capacidade para compor um quadro de 1.200 profissionais que vão atuar na vigilância, controle e sanidade agropecuária. Outra frente em que o Estado atuou para reforçar essa estratégia foi a criação da carreira de fiscal agropecuário para a Defesa Animal e Vegetal.
Além da reconquista dos mercados perdidos, o governo do Estado espera também que o Estado possa ser reconhecido como área livre de febre aftosa sem vacinação nos próximos dois ou três anos. “Todas as ações que estamos adotando visam também esse resultado, que dará uma condição mais competitiva aos produtores paranaenses”, explicou Ortigara.
Paralelamente ao esforço para eliminar as vacinações contra febre aftosa, o Paraná também estuda adotar um programa que vai auxiliar o produtor a produzir um boi de melhor qualidade. “De nada adianta investir em sanidade bovina se não há animal para exportação”, disse o secretário. “Não será um programa que vai exigir muitos investimentos dos pecuaristas”, disse.