O Sebrae apresentou nesta terça-feira (08), em Curitiba, proposta de parceria para que as usinas que participam do programa Leite das Crianças a melhorar a qualidade do leite. A iniciativa faz parte das ações do projeto do Paraná dentro da Aliança Láctea Sul Brasileira, que reúne os três estados do Sul.
A adesão é voluntária e conta com o aval da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, que tem como foco tornar o Paraná o primeiro estado produtor de leite em qualidade. O secretário Norberto Ortigara ressaltou a necessidade de produtores e usinas se conscientizarem da necessidade de investir no leite, tendo como objetivo a exportação.
A proposta foi apresentada para representantes de 26 usinas fornecedoras do programa, que tem um cadastro com 39 usinas. O Sebrae tem R$ 350 mil para investir na parceria. Segundo a coordenadora Andreia Claudino, os recursos do Sebraetec cobririam cerca de 70% dos custos necessários para melhorar os indicadores zootécnicos do leite. E as usinas devem participar com 30% dos custos.
A proposta será executada em parceria com a Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (APCBRH), que mantém um laboratório para avaliação. E também com o Senar, Emater, Ocepar e Faep.
Segundo Claudino, essa proposta é um piloto, que pode ser estendida para os demais setores, dependendo dos resultados. As usinas que aderirem assumem o compromisso de repassar as normas para melhoria da qualidade aos produtores parceiros. Os índices serão aferidos pelo laboratório da APCBRH que vão indicar o avanço ou não das ações.
TREINAMENTOS - O Senar vai promover cursos e treinamentos com os produtores para que eles melhorem em aspectos como nutrição, sanidade e genética. “Enfim, tem espaço para a melhoria dos índices zootécnicos que podem contribuir para elevar a renda para os produtores a partir dos avanços em qualidade do leite”, disse a representante do Sebrae.
PROJETO MAIOR - Norberto Ortigara disse que esse piloto, que depende da adesão e do envolvimento de produtores, faz parte de um projeto maior para tornar o Paraná um grande produtor com qualidade, para exportação. O Estado produz hoje 4,8 bilhões de litros de leite por ano e movimenta um faturamento bruto de R$ 6 bilhões em Valor Bruto da Produção.
Segundo Ortigara, o próximo levantamento sobre produção de leite no País a ser divulgado em breve pelo IBGE deve consolidar o Paraná como o segundo maior produtor. “Avançamos bastante e vamos avançar ainda mais com as parcerias para o aperfeiçoamento dos processos de produção”, disse.
Ele ressaltou a necessidade de gerar uma matéria-prima mais qualificada para a produção de maior valor agregado, que é o que vai permitir os avanços e evolução na atividade, avisou.
Ortigara destacou que a Secretaria da Agricultura e Emater investem na consolidação de polos produtores de leite como o Sudoeste, que hoje é a maior bacia leiteira do estado, em volume. Citou também a região Oeste, que é a segunda maior bacia. E os Campos Gerais, campeões em tecnologia de produção.
“Esse esforço que exige planejamento de ações também está sendo feito para consolidação de bacias leiteiras nas regiões Norte Pioneiro, Noroeste e Arenito”, acrescentou.
O representante da Faep/Senar, Ronei Volpi, disse que os produtores e donos de laticínios devem participar desse projeto que representa uma grande oportunidade de avanço. “Precisamos arregaçar as mangas e trabalhar com gestão da propriedade, nutrição, saúde e genética dos animais”, afirmou. Para driblar as quedas nos preços do leite, ele incentivou os produtores a trabalharem com redução de custos.
Participaram do encontro o diretor da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Otamir Cesar Martins, que coordena os projetos de desenvolvimento e fortalecimento dos polos produtores de leite no Estado e a diretora da Seab, Valéria Nitsche, do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional. E também os representantes da APCBRH, Altair Valoto e José Augusto Horst.