O Paraná é o segundo estado brasileiro com a melhor situação fiscal. É o que mostra um levantamento feito pelo especialista em contas públicas Raul Velloso a pedido do jornal O Estado de S. Paulo. O resultado do estudo foi publicado na edição do impresso paulista desta terça-feira (16/01), assim como no site da revista Veja.
De acordo com o texto, de 2015 a outubro de 2017 apenas cinco Estados apresentaram melhora nas contas, enquanto as outras unidades da federação tiveram deterioração nos números e acumulam deficit histórico, com rombo de R$ 60 bilhões. O Paraná apresentou saldo positivo de R$ 2 bilhões.
Além do Paraná, a pesquisa de Velloso revela que estão no azul apenas Alagoas, Ceará, Maranhão e Piauí. A queda na arrecadação de impostos, provocada pela crise econômica, e crescimento na folha de pagamento foram os principais problemas enfrentados pelos Estados, apontou o estudo.
O governador Beto Richa comentou o resultado, lembrando que o Paraná teve coragem de agir antes de iniciada a fase mais grave da crise. “Com austeridade e responsabilidade nos antecipamos à crise nacional que deteriorou a contas da grande maioria dos Estados brasileiros”, afirma Richa.
“No Paraná, fizemos um profundo ajuste e conseguimos manter o equilíbrio fiscal, mesmo na fase mais aguda da recessão”, acrescenta ele, lembrando que o resultado desse esforço são mais obras e ações do Estado na Saúde, Educação, Segurança, Infraestrutura e na área Social.
AJUSTE FISCAL - O secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, diz que, mais uma vez, os dados mostram que o ajuste fiscal feito pelo Paraná deu certo. Ele destaca que o governador Beto Richa aprovou medidas necessárias e duras mesmo em meio a muitas resistências.
“Hoje o Paraná se destaca nacionalmente como um Estado equilibrado, que paga as contas em dia, amplia os investimentos e melhora a qualidade de vida dos paranaenses”, ressalta Mauro Ricardo.
DEFICIT - O estudo publicado pelo jornal aponta que os Estados teriam saído de uma situação fiscal positiva, com saldo de R$ 16 bilhões no período de 2011 a 2014, para o deficit de R$ 60 bilhões nos três exercícios seguintes. Para especialistas ouvidos pela reportagem, se os governadores “não tomarem medidas drásticas até o fim deste ano, vão entregar um rombo bilionário para seus sucessores”.
O texto cita exemplos de atrasos no pagamento de salários de servidores, greves e aumentos nos casos de violência. Diante das dificuldades, a previsão é de que os governadores vão reduzir os investimentos. Segundo Costa, novamente o Paraná se destacará em relação aos demais Estados. “Estamos prevendo investimentos recordes para 2018”, diz o secretário, citando a previsão de R$ 8,4 bilhões para investimentos no exercício.
INVESTIMENTOS - Em 2017, o Governo do Paraná mais que dobrou o volume de investimentos contratados e fechou o ano com um volume recorde de R$ 3,67 bilhões, 132% maior que o registrado em 2016 (R$ 1,58 bilhão). O volume, somado ao das estatais e demais poderes, alcançou R$ 6,8 bilhões em 2017, com crescimento de 17% em relação ao ano anterior.