Cerca de mil pessoas participaram nesta quarta-feira (25) do 30º Seminário Nacional de Cebola e do 28º Encontro Estadual de Produtores de Cebola. Realizado em Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba, o encontro teve como tema O Futuro da Cebolicultura no Brasil.
O evento discutiu a adoção de novas tecnologias de produção, a utilização de irrigação e de mais sementes híbridas com o objetivo de aumentar a produtividade. “Apenas com a adoção da irrigação, a produtividade da cebola aumenta 50%”, disse o extensionista da Emater-PR Iniberto Hamerschimidt, coordenador do encontro.
O Paraná é o sexto produtor nacional de cebola, com uma produção de 117 mil toneladas em 2018, cerca de 14% inferior ao ano passado, quando a produção atingiu quase 130 mil toneladas. Apesar desta redução em relação ao ano anterior, a produtividade no Estado cresceu significativamente nos últimos 30 anos – passou de 4.164 quilos por hectare para 26 mil quilos por hectare atualmente, o que mostra o avanço no uso de tecnologias. O cultivo do tubérculo é típico da agricultura familiar e está presente em 132 municípios, envolvendo 3,8 mil propriedades agrícolas.
O cultivo da cebola no Estado se concentra basicamente em três núcleos regionais que respondem por 91% do total produzido. No núcleo da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, em Curitiba, encontra-se a principal área produtiva, com 58% da área ocupada com a cultura, seguido de Irati, com 22% da área, e Guarapuava com 11% na área cultivada no Paraná. No País, o cultivo da cebola está presente em 14 estados brasileiros.
RENDA – O encontro também incluiu uma análise do quadro econômico da atividade como forma de controlar o crescimento da produção sem planejamento para evitar a derrocada nos preços do tubérculo. De acordo com Hamerschimidt, não adianta subir muito o preço da cebola se não houver consumo.
A safra de cebola no Paraná já foi toda colhida e o reflexo disso está sendo sentido na ponta do varejo. Os preços começaram a subir para o produtor, que já está recebendo em torno de R$ 3,50 o quilo. “A tendência é o preço da cebola subir para até R$ 5,00 o quilo”, disse o técnico.
De acordo com o secretário da Agricultura e do Abastecimento em exercício, Otamir Cesar Martins, quase 4 mil agricultores familiares cultivam a cebola no Paraná e geram renda e emprego numa época de baixa atividade no campo, que é o inverno. “A cebola gera renda num época que não tem faturamento no campo”, disse.
O diretor-presidente da Emater-PR, Rubens Niederheitmann, também destacou a discussão de tecnologias e do mercado, além da troca de experiências nos encontros estaduais de cebola, que fazem o setor crescer no Estado. “Os encontros servem para agregar conhecimento e melhorar a renda com isso. O trabalho da extensão rural é muito importante para ajudar o produtor”, afirmou.
O encontro contou com a presença de representantes de nove estados produtores e da Argentina. Participaram o prefeito de Campo Magro, Claudio Cesar Casagrande; o diretor da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep), Marcos Brambilla; o presidente da Associação Nacional de Produtores de Cebola, Rafael Corsino; e o presidente da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), Marcos Sheremeta.