Paraná pode gerar R$ 5,1 bilhões em
negócios como área livre da aftosa

Avaliação consta do estudo técnico sobre o Impacto Econômico da Suspensão da Vacinação contra a Febre Aftosa apresentado ao Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa)
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28/06/2011 - 18:40
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A estratégia traçada para que o Paraná possa obter o reconhecimento de área livre de febre aftosa, sem vacinação, poderá custar em torno de R$ 3,68 bilhões ao governo e à iniciativa privada num período de 20 anos. Em compensação, nesse mesmo período a economia paranaense poderá acumular benefícios avaliados em R$ 5,1 bilhões. O valor representa um ganho de aproximadamente 20% aos produtores em relação ao status atual e a injeção de novos recursos na economia do Estado.
Essa avaliação consta do estudo técnico sobre o Impacto Econômico da Suspensão da Vacinação contra a Febre Aftosa apresentado segunda-feira (27) em reunião do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa), presidida pelo secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
O estudo foi realizado em parceria entre a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento e Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), com apoio da consultoria do Centro de Estudos em Economia, Meio Ambiente e Agricultura do Departamento de Economia da Universidade de Brasília.
O estudo já foi apresentado ao governador Beto Richa que sinalizou de forma positiva que o Estado pretende cumprir as etapas que devem ser percorridas para estabelecer um padrão de sanidade que tenha o reconhecimento internacional da qualidade dos produtos paranaenses, disse Ortigara.
AGÊNCIA - Entre as responsabilidades do governo estadual, está a criação da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e dotar o serviço público de sanidade agropecuária de infraestrutura capaz de controlar não só um possível surto de febre aftosa como as demais doenças e pragas que possam atingir a produção agropecuária.
O estudo técnico realizado em conjunto pelos médicos veterinários Silmar Bürer, da Secretaria da Agricultura, e Celso Fernando Dias Dôliveira, da Faep, seguiu à risca a metodologia universal de análise de custos e benefícios. Ele comprova que há um ganho de 20% se for adotada a estratégia de suspensão da vacinação contra febre aftosa recomenda por estudos técnicos.
Parte do ganho é proporcionado por custos não realizados com a suspensão da vacinação contra febre aftosa, como compra da vacina, custo com vacinadores, com vacinação assistida pela Secretaria a cerca de 8.000 propriedades que normalmente acontece. Para cada dólar obtido com a exportação de carnes, cerca de US$ 0,70 é injetado na economia do Estado, calculam os técnicos.
O superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no Paraná (Senar-PR), Ronei Volpi, disse que agora o Estado dispõe de uma ferramenta poderosa de análises de custo e benefício. Segundo ele, essa decisão deve seguir à risca as recomendações técnicas e científicas para dar segurança, proteção e competitividade ao produtor rural. “Não podemos buscar apenas a retirada da vacina contra a febre aftosa, mas sim a eficiência sanitária para evitar perdas como ocorreram no Paraná em outros momentos”, afirmou.

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