Paraná faz parceria com a Fiocruz para criar complexo de produção de vacinas

Estão previstos investimentos de R$ 350 milhões em um centro de excelência que também produzirá kits para diagnósticos e abrigará um centro de combate à raiva
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10/08/2011 - 18:10
Editoria

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O governador Beto Richa assinou nesta quarta-feira (10) um protocolo de intenções com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para a implantação de um complexo de produção de vacinas na unidade do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) em Curitiba. O centro, que será denominado Parque Tecnológico da Saúde, receberá investimentos de R$ 350 milhões e será a primeira unidade de pesquisa da Fiocruz na região Sul.
A iniciativa pretende transformar o espaço num centro de excelência internacional na produção de imunobiológicos, kits para diagnósticos de enfermidades que atingem humanos e zoonoses (doenças que animais transmitem para homens), desenvolvimento de novos produtos, como vacinas, e a capacitação, em nível de mestrado, para servidores do Tecpar.
“O Paraná precisa de investimentos na área de saúde, pesquisa e inovação tecnológica. Esta é uma importante parceria com a Fiocruz que trará benefícios sociais e econômicos. Vamos trabalhar para que esse projeto se concretize e o Paraná volte a ser referência na produção de vacinas”, afirmou o governador. Richa destacou ainda o compromisso de reestruturar o Tecpar para que volte a ser referência em pesquisa e inovação.
O protocolo de intenções prevê o desenvolvimento conjunto de um amplo programa de cooperação e intercâmbio, abrangendo atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico, produção de insumos para a saúde, formação profissional, transferência de tecnologias e utilização de equipamentos.
O diretor-presidente do Tecpar, Júlio Félix, disse que o objetivo é desenvolver projetos de apoio à saúde no Brasil somando as competências das duas instituições e ampliando a parceria existente. “O Tecpar acumula bons resultados no trabalho realizado em parceira com a Fiocruz. Queremos agora ampliar a nossa atuação criando um polo científico-tecnológico, cujo propósito será implementar projetos e desenvolver produtos”, explica Felix.
PROJETOS – A criação do Parque Tecnológica da Saúde envolve dois projetos distintos. O primeiro é voltado para a produção de vacina tríplice (Difteria, Tétano e Pertussis acelular), para fornecimento ao Ministério da Saúde. O centro irá desenvolver produtos biotecnológicos voltados à saúde humana, tais como kits para diagnósticos e antivirais. As obras físicas compreendem o tratamento de efluentes e resíduos sólidos, readequação da galeria técnica subterrânea e edificações para laboratórios, com investimentos de aproximadamente R$ 220 milhões.
O segundo projeto será a reforma e construção de um centro de referência no combate à raiva urbana e silvestre, importante zoonose que ainda requer cuidados por parte das autoridades sanitárias do Brasil. Como o Tecpar já produz uma fração das vacinas, a intenção é ampliar e transformar a unidade num Centro Nacional de Referência da Raiva, abrangendo desde os primeiros cuidados. Será necessário readequar bases laboratoriais, equipar e expandir a área de biotérios. O investimento será de R$ 130 milhões.
O presidente da Fiocruz, Paulo Ernani Gadelha, explica que o investimento será importante para todo o Brasil e que a intenção é criar nos estados uma cadeia de produção ligada com a matriz, no Rio de Janeiro. “Vamos trocar experiências para ser vanguarda e referência na produção de vacinas. Queremos com essa parceria facilitar o acesso aos recursos financeiros. Temos muito a ganhar com um Tecpar forte”, afirmou. Ele agradeceu a recepção do governador e sugeriu a criação de uma equipe técnica, formada por Fiocruz e Tecpar, para viabilizar a proposta e definir fontes de recursos.
O secretário da Saúde, Michele Caputo Neto, afirma que a medida é fundamental para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde e que dará ao Paraná destaque no cenário nacional “Estão previstas ações importantes para tornar o País menos dependente do mercado internacional, podendo inclusive competir no mercado nacional”, disse o secretário. Ele destaca que no Parque Tecnológico da Saúde será possível produzir insulina suficiente para tornar o Brasil praticamente autossuficiente.

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