Paraná e Québec fortalecem intercâmbio tecnológico

O Paraná quer apoio para desenvolver a agroecologia, a pecuária leiteira e o cultivo florestal no Noroeste do Paraná
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21/03/2011 - 12:50
Editoria

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O intercâmbio entre o Paraná e a província do Québec, Canadá, será fortalecido, com a possibilidade da vinda de uma missão de técnicos do setor agrícola canadense ainda este ano. As possibilidades de apoio nesta área foram assuntos tratados, nesta segunda-feira (21), pelo secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, com Louis Hamann e Raphaëlle Beauregard, representantes do governo daquela província.
Segundo Ortigara, o Paraná quer apoio tecnológico para desenvolver a agroecologia, a pecuária leiteira e o cultivo florestal no Noroeste do Paraná. As áreas técnicas da Secretaria da Agricultura e da província de Québec vão detalhar as propostas para concretizar o mais rápido possível apoio tecnológico e, possivelmente, financeiro. A cooperação tem por objetivo gerar resultados concretos para ambas as partes, enfatizando projetos de caráter estrutural.
PROJETOS – O cultivo florestal pode fazer parte do projeto de integração lavoura, pecuária e floresta, no Noroeste do Estado, região onde o governo pretende desenvolver grande complexo industrial madeireiro para produção de celulose. “Temos clima e solo favoráveis e a necessidade de modificar o tipo de cultivo que se faz no Noroeste, que tem um solo arenoso”, observou o secretário.
Segundo ele, atualmente se pratica pecuária extensiva com baixo e médio desempenho. Para reverter esse cenário existe a disposição do Governo do Paraná de incentivar uma grande planta industrial, aberta a investimentos externos.
Ortigara lembrou que a intenção do governo do Paraná com investimento desse porte é incentivar o cultivo florestal também em pequenas propriedades rurais como forma de poupança futura. Essa iniciativa – destacou – vai ao encontro do engajamento do Brasil nas iniciativas de redução de carbono na atmosfera.
O desenvolvimento da agroecologia é outro setor que interessa tanto ao Canadá quanto ao Paraná. Segundo Ortigara, a agroecologia está se desenvolvendo com rapidez e esse processo tende a se intensificar a médio prazo, para reduzir os impactos dos agroquímicos no setor agrícola.
O projeto na área de agroecologia pode ser ampliado com a parceria com Itaipu Binacional, que já apoia cultivos agroecológicos nos municípios que margeiam o lago de Itaipu. O interesse da empresa é envolver os jovens do meio rural, valorizar os produtores e criar mais mercados exclusivos para produtos orgânicos.
Outro setor que pode receber investimentos por parte da província canadense é a pecuária leiteira. Ortigara lembrou que houve cooperação muito forte entre a Universidade Mc Gill, no Canadá, e a Universidade Federal do Paraná, desde 1987 que ajudou a desenvolver a produção de leite com qualidade no Estado. O objetivo agora é qualificar o produtor rural e complementar essa qualificação até a cadeia produtiva do setor de laticínios, para a produção com maior valor agregado.
Segundo Ortigara, esse projeto pode ser executado tanto no Sudoeste do Paraná, área onde já existe a bacia leiteira originada na produção de pequenas propriedades rurais ou na região Noroeste do Estado, onde o governo estadual pretende incentivar alternativas de diversificação da produção.
COOPERAÇÃO – A cooperação entre a província do Québec e o Paraná foi intensificada em 2004, por orientação do ministro do Itamaraty Sérgio Couri, representante do então ministro de Relações Exteriores no Paraná. Desde então o Paraná tem recebido sucessivas visitas de missões canadenses interessadas em estreitar as relações em diversas áreas, em especial a agricultura.
Para Ortigara, o Brasil se tornou um ambiente ideal para negócios devido à estabilidade política e financeira, e o Paraná está aberto a receber investimentos tanto pela instalação de indústrias como financiamentos para apoiar inovações tecnológicas.
Participaram do encontro o diretor da Itaipu Binacional, João Carlos Passini, os diretores do Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA), João Carlos Zandoná e Márcio Miranda, e os engenheiros agrônomos da Secretaria da Agricultura Carlos Alberto Salvador e Filipe Braga Farhat.

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