Em parceria com o Instituto Sabin, de Washington (EUA), a Secretaria de Estado da Saúde está oferecendo capacitação sobre a efetividade da vacina da dengue. O curso orienta profissionais de saúde a realizarem entrevistas, coleta de dados e estudo de campo inédito no país. O trabalho faz parte do conjunto de estudos sobre a efetividade da vacina da dengue aplicada no Paraná desde 2016 em 30 municípios endêmicos e epidêmicos.
Nesta quarta-feira (10), aconteceu em Curitiba uma nova etapa de capacitação de 60 profissionais dos municípios de Paranaguá, Foz do Iguaçu, Maringá, Londrina e Sarandi, que fazem parte do estudo no Estado.
O secretário estadual da Saúde, Antônio Carlos Nardi,disse que este é um momento muito importante para toda a saúde do Paraná. “Além de estarmos melhorando a vigilância epidemiológica, a qualidade da capacitação e do desenvolvimento desta pesquisa mostra para o mundo a capacidade do Estado e da interferência da vacina na prevenção da dengue”, afirmou.
A médica infectologista do Instituto Sabin, Denise Garret, explica que o Paraná foi o primeiro Estado brasileiro a aceitar as recomendações da Organização Mundial da Saúde para implementação da vacina da dengue como uma das medidas preventivas. Ela também acrescenta que o objetivo maior do trabalho é avaliar a efetividade da vacina em prática no Estado, mostrando a proteção que ela oferece para a população.
ESTUDO – A capacitação foi dividida em dois momentos, pela manhã houve apresentações teóricas, palestras e orientações sobre a metodologia da pesquisa. À tarde, foi realizada atividade prática para os profissionais.
Entre os coordenadores do curso está o infectologista José Cássio de Moraes, da Faculdade Santa Casa de São Paulo, uma das maiores referências em vacinas e em dengue no país. José Cassio falou sobre todos os procedimentos para a coleta dos dados. Segundo ele, para fazer o dimensionamento, é imprescindível uma boa vigilância epidemiológica. “Estamos orientando os municípios envolvidos no estudo a melhorar cada vez mais a vigilância municipal na busca de casos com diagnósticos confirmados e mapeamento das ações”, afirmou. “Após esta etapa, avaliaremos como foi o impacto da cobertura vacinal na população por faixa etária. Com estes dados, vamos ter uma imagem ampla e detalhada da efetividade da vacinação”, acrescentou.
O enfermeiro da vigilância epidemiológica de Foz do Iguaçu, Roberto Valente Doldan, lembra que já havia participado da capacitação inicial, onde foram apresentados apenas os esboços do projeto. “Foz foi o primeiro município a ter um caso entrevistado, mas com o baixo número de confirmações fomos perdendo a prática do planejamento da pesquisa. É essencial rever alguns pontos, reforçar aquilo que é mais importante e atualizar os processos”.
BOLETIM – No último boletim desta terça-feira (9), o Paraná contava com 25 casos confirmados, sendo 19 autóctones (cuja infecção ocorreu no Estado) e 6 importados. Você pode conferir todos os boletins da dengue aqui http://www.dengue.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=28