Paraná avança com políticas
específicas à saúde da população negra

A Secretaria de Estado da Saúde promove capacitações sobre o tema em todo o Paraná para que os profissionais estejam aptos a atender os quase 3 milhões de negros no Estado
Publicação
27/10/2015 - 11:50
Editoria

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No Dia de Mobilização Nacional Pró-Saúde da População Negra – nesta quarta-feira (27) – a Secretaria da Saúde destaca os programas voltados a essa população no Paraná. De acordo com dados de 2014 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 25,8% da população paranaense é negra, somando os que se autodeclaram pretos e pardos, o que justifica a necessidade de programas exclusivos para esse público.
No Plano Estadual de Saúde, o Governo instituiu uma ação de implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Desde então, são realizadas capacitações sobre o tema em todas as regionais para que os profissionais estejam aptos a atender os quase 3 milhões de negros no Estado.
Com o objetivo principal de reduzir cada vez mais as diferenças étnico-raciais e contribuir para o avanço da equidade na atenção à saúde, foi instituído o Grupo de Trabalho Executivo de Saúde da População Negra. A equipe é responsável por debater as ações e iniciativas relacionadas à saúde dessa população.
“Para incentivar que as equipes de saúde tenham olhar diferenciado às particularidades da população negra, estabelecemos um incentivo para os municípios que têm comunidades remanescentes de quilombos, por exemplo, além de oferecer capacitações profissionais permanentemente”, diz o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto.
Dezessete municípios do Paraná recebem incentivos financeiros com esse objetivo. São 43 comunidades de remanescentes de quilombos e comunidades negras tradicionais incentivadas a aprimorar as ações de promoção da saúde dentro desses grupos.
MÃE PARANAENSE – No Brasil, dados apontam que a morte materna ocorre com mais frequência entre mulheres negras. A Rede Mãe Paranaense estabeleceu que gestantes negras e indígenas devem ser estratificadas como gravidez de risco intermediário. Elas recebem atenção especial com o objetivo de reduzir as taxas de mortalidade materna e também infantil nesta população.
Quanto aos bebês, a vigilância começa com a triagem neonatal, principalmente porque cerca de 6% a 10% dos bebês negros podem ter a doença falciforme, que é identificada com o teste do pezinho feito na primeira semana de vida do recém-nascido. Dados de triagem neonatal mostram que aproximadamente 3.500 crianças brasileiras nascem com doença falciforme todo ano, o que a torna doença genética de maior incidência no Brasil.
No Paraná, todos os recém-nascidos passam pelo teste que detecta, além dessa, outras irregularidades na saúde do bebê. O problema também pode ser verificado através do exame eletroforese de hemoglobina (teste da mãezinha), feito no durante o pré-natal da gestante.
ENCONTROS – Buscando ampliar as discussões sobre a temática, a Secretaria da Saúde já realizou cinco encontros macrorregionais em Maringá, Londrina, Foz do Iguaçu, Guarapuava e Curitiba.
Os eventos reuniram quase 500 profissionais e gestores de saúde das 22 regionais do Paraná. O objetivo é divulgar a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, com foco no combate ao racismo institucional no SUS.
“Esses encontros geram debates em torno da promoção da saúde integral da população negra e também funcionam como uma ação de educação permanente aos nossos profissionais”, conta o coordenador do Departamento de Atenção às Condições Crônicas, Juliano Gevaerd. Representantes de universidades, movimentos sociais e comunidades de remanescentes de quilombos também participaram dos eventos. 
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