O Paraná diversificou mercados de exportação de seus produtos nos últimos seis anos, mesmo com a crise econômica e a oscilação do câmbio. Em 2010, eram 188 e em 2016 foram 204 países compradores. No período, o Paraná aumentou em 7% suas exportações totais, que passaram de US$ 14,18 bilhões para US$ 15,17 bilhões.
Além disso, países como Estados Unidos, Arábia Saudita, Japão, Índia, Chile e Canadá aumentaram as encomendas de produtos paranaenses entre 2010 e 2016 e ganharam posições entre os maiores compradores do Estado, de acordo com levantamento realizado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes). O ranking foi elaborado com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O diretor-presidente do Ipardes, Julio Suzuki Júnior, diz que um conjunto de fatores ajuda a explicar o desempenho. “De um lado, o agronegócio, em especial o setor de carnes, ampliou em muito o volume de países de destino nos últimos anos. De outro, os Estados Unidos saíram da crise, provocada pelo estouro da bolha imobiliária em 2007, e, aos poucos, voltaram a comprar”, diz ele.
Com o fim da crise, os Estados Unidos passaram de quinto lugar para terceira posição entre os maiores compradores do Paraná, lugar que era ocupado pela Alemanha.
Entre 2010 e 2016, as exportações do Paraná para os norte-americanos aumentaram 44,5%, de US$ 540,8 milhões para US$ 781,3 milhões. Madeira, produtos laminados de ferro ou aço, obras de marcenaria ou de carpintaria, café solúvel e autopeças estão entre os principais produtos exportados.
As vendas de carne de frango fizeram a Arábia Saudita subir de oitavo para quinto maior mercado do Paraná no exterior.
As exportações para o país cresceram 32,1% entre 2010 e 2016, quando somaram US$ 510 milhões. Somente os embarques de frango responderam por US$ 477,6 milhões, alta de 41,2% em seis anos.
Para a Índia, o Paraná aumentou em 517,8% as vendas de óleo de soja bruto, que somaram US$ 197,18 milhões em 2016. Além desse, produtos químicos orgânicos e madeira serrada também tiveram crescimento, movimento que fez a Índia passar de 14ª para a 10ª colocação.
O Chile é outro país que aumentou o seu peso nas exportações do Paraná. Graças a um aumento de 34,6% entre 2010 e 2016 nas compras, para US$ 286,56 milhões, passou de 20ª posição para a 11ª posição entre os maiores compradores. O Paraná exporta principalmente tratores, carne de frango in natura, açúcar e aparelhos de terraplanagem e perfuração para o Chile.
Hong Kong aumentou em 20% as encomendas do Paraná entre 2010 e 2016, principalmente de carnes suína e bovina. Com US$ 284,28 milhões em compras do Estado, Hong Kong passou de 15ª para 12ª posição no ranking.
Embora ainda tenham presença tímida no ranking geral, países como Canadá, Cingapura e Vietnã mais que dobraram as compras do Paraná em seis anos.
Com um aumento de 146,7% nos embarques, o Canadá importou US$ 163,52 milhões do Paraná em 2016. Boa parte desse volume (137,7 milhões) de açúcar bruto. Com isso, os canadenses subiram de 41ª para 23ª posição entre os importadores. Cingapura se tornou um grande comprador de papel, carnes de frango e suína in natura. As exportações do Paraná para o país somarem US$ 155,7 milhões em 2016, 110,5% mais do que em 2010. O país, que ocupava a 39ª colocação, passou para 26ª. Cereais e farelo de soja são os principais produtos exportados para o Vietnã. O país passou de 42ª para 27ª posição entre os maiores compradores do Paraná, com alta de 123,5% nas compras entre 2010 e 2016, para US$ 145,3 milhões.
A China e a Argentina permanecem como os dois principais mercados – com uma participação, juntas, de 33%.
EQUILÍBRIO - Para Suzuki Júnior, uma das vantagens do Estado é ter um bom equilíbrio entre as vendas de produtos primários e manufaturados. Isso permite atender tanto os mercados asiático, europeu e americano, como latino-americano, representado principalmente pela Argentina e pelo Chile, que têm uma pauta voltada mais para produtos industrializados, como automóveis e máquinas. “Com essa característica, o Paraná tem tudo para ampliar tanto o volume, o número de países como o valor das vendas externas nesse e nos próximos anos”, diz.