Em dois anos, o Paraná passou de duas para 15 regionais de saúde com o Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC) em processo de implantação. O projeto desenvolvido no Estado organiza o atendimento a pacientes com diabetes e hipertensão nas unidades de saúde e centros de especialidade. Nesta quinta e sexta-feira (21 e 22), profissionais relacionados ao projeto se reúnem em um seminário em Curitiba para avaliar a aplicação em suas regiões.
O Seminário de Avaliação do MACC dentro do Programa Estadual de Apoio aos Consórcios Intermunicipais de Saúde (Comsus) reúne mais de 100 pessoas entre representantes das regionais de saúde, consórcios e Atenção Primária de alguns municípios em processo de implantação do modelo. As avaliações serão feitas com base em uma ferramenta que considera três grandes eixos: a gestão, o processo e o resultado.
IDOSOS – A novidade do encontro é a apresentação da prévia da Rede de Atenção Integral à Saúde do Idoso. Além das linhas de cuidado com gestantes de alto risco, hipertensos e diabéticos, o MACC passará a ter um instrumento específico para a estratificação do risco do idoso e o plano de cuidado. O lançamento oficial da Rede está marcado para o mês de novembro.
“Queremos incluir cada vez mais redes de atenção às condições crônicas, que são um dos grandes desafios do SUS. Nosso foco, desta vez, é mudar o olhar do profissional de saúde à população idosa, para que ele considere a autonomia e a funcionalidade dessas pessoas em vez de limitar o trabalho ao diagnóstico de doenças”, adianta o superintendente de Atenção à Saúde, Juliano Gevaerd.
AMPLIAÇÃO – Com o Modelo de Atenção às Condições Crônicas os centros de especialidade deixam de oferecer consultas convencionais e passam a ofertar um atendimento multiprofissional. No local, o paciente, que chega por meio de encaminhamento das unidades de saúde, passa por uma série de atendimentos e exames no mesmo dia.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Apoio à Descentralização, Marise Dalcuche, um dos principais requisitos para o bom desenvolvimento do projeto é a integração da Atenção Primária, porta de entrada dos pacientes no Sistema Único de Saúde, com a Atenção Secundária, responsável pelo atendimento ambulatorial especializado. “O MACC só se aplica quando existe a integração e a inter-relação entre os serviços. Por isso, esse é um dos debates principais do encontro”, comenta.
O diretor da Associação dos Municípios da Região Centro Sul (Amcespar), Luís Fernando de Almeida, diz que o encontro serve para compartilhar experiências e melhorar ainda mais o atendimento.
“Implantamos o MACC em julho do último ano. Atualmente, os médicos já estão mais adaptados à nova forma de trabalho, mas ainda recebemos muitos pacientes que não foram estratificados adequadamente e não precisariam ser atendidos fora da unidade de saúde, por exemplo. Aqui vamos afinar esse trabalho”, diz.
EXPERIÊNCIAS – O Seminário também dá espaço para a apresentação de experiências positivas que abordam temas como plano de cuidado; atuação do médico da família; ponto de vista da Atenção Primária e saúde do idoso. O Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (Cismepar) vai falar sobre o trabalho de educação permanente realizado no local, que atua com o MACC desde outubro de 2016.
“O Modelo tem sido um grande sucesso na nossa região e uma das experiências mais positivas que temos lá são os encontros que fomentam a educação permanente em Saúde. Temos conseguido integrar a Atenção Primária com a Atenção Especializada, com profissionais que participam ativamente e trazem suas dificuldades e sugestões para conseguirmos adaptar e aprimorar nossos processos de trabalho”, explica a diretora de Planejamento e Atenção à Saúde do Cismepar, Silvia Karla Andrade.