Paraná Competitivo faz municípios
aumentarem participação na economia

Dos 77 municípios que entre 2011 e 2014 receberam investimentos pelo programa de incentivo fiscal do Estado, 81% tiveram ganhos de participação no PIB
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22/12/2016 - 11:00
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Municípios que receberam investimentos atraídos pelo programa estadual de incentivos Paraná Competitivo ganharam participação na economia do Estado nos últimos anos. Levantamento inédito do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes) mostra que dos 77 municípios que receberam investimentos produtivos pelo programa entre 2011 e 2014, 81% (63 deles) tiveram ganhos de participação no Produto Interno Bruto (PIB).
Criado em 2011, o Paraná Competitivo, que concede incentivos fiscais, é o principal instrumento de atração de investimentos produtivos no Estado, com mais de R$ 32 bilhões contabilizados em projetos de construção e ampliação de fábricas.
IMPACTO - Daniel Nojima, diretor do centro de pesquisas do Ipardes, afirma que o Paraná Competitivo foi um dos motores do desenvolvimento econômico dessas cidades. “O impacto é particularmente expressivo naqueles em que o volume de investimentos representou parcela mais significativa do PIB municipal. Nesses casos, observa-se um crescimento relativo importante na participação dos PIBs locais no PIB estadual”, afirma Nojima.
ATÉ 70% - Entre 2011 e 2014, alguns municípios viram sua participação na economia paranaense crescer até 70%. É o caso de Ortigueira, nos Campos Gerais, onde a Klabin investiu R$ 7 bilhões na nova fábrica de celulose. O valor aplicado na construção da nova fábrica é 1038% maior do que o PIB do município em 2014 (R$ 674,14 milhões).
Considerada uma das cidades com menor Índice de desenvolvimento humano (IDH) do Estado, Ortigueira viu crescer emprego, renda e a venda do comércio e dos serviços. Entre 2011 e 2014, a participação da cidade no Estado cresceu 73,9%.
DUAS ONDAS - “Isso mostra que o poder do investimento na transformação econômica dos municípios”, diz Adalberto Netto, presidente da Agência Paraná de Desenvolvimento (APD). De acordo com ele, o investimento gera duas ondas, a primeira aumenta emprego e renda da população. A segunda provoca vinda de investimentos de outras empresas. “A cada grande projeto há atração, em média, de dois a cinco novos projetos”, diz.
OUTROS ELEMENTOS - De acordo com Nojima, a relação de investimento e crescimento do PIB não é direta, já que vários outros elementos interferem no desempenho econômico dos municípios, como a própria conjuntura nacional e desempenhos setoriais específicos.
“Esses fatores podem provocar aumentos ou quedas de produção e superarem os efeitos dos investimentos localmente realizados. Mesmo assim, é possível considerar efeitos diretos e indiretos oriundos de novos investimentos sobre a geração de renda e emprego tanto na fase de obras quanto a partir de sua efetiva operação”, diz.
MAIS CRESCERAM - De acordo com o levantamento do Ipardes, além de Ortigueira, os municípios que mais cresceram de participação na economia do Estado foram Mallet (64,09%), Matelândia (60,32%), São João (54,31%) e Joaquim Távora (49,35%).
Fazenda Rio Grande e Adrianópolis, que receberam volumes expressivos de investimentos, também são destaques. Depois de receber R$ 931,7 milhões em investimentos por meio do Paraná Competitivo, Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, aumentou em 47,05% sua participação no PIB estadual. O valor investido é 55% superior ao PIB do município em 2014.
Um dos principais projetos de Fazenda Rio Grande é da japonesa Sumitomo, fabricante de pneus. A indústria, que inaugurou há três anos uma fábrica de pneus para veículos de passeio no município, anunciou o projeto de uma linha de produção de pneus para caminhões.
Adrianópolis, no Vale do Ribeira, uma das regiões de mais baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), por exemplo, recebeu R$ 1,7 bilhão, com a instalação de quatro cimenteiras. O investimento é 1,488% superior ao PIB do município em 2014. Sua participação cresceu 47,05% na economia do Estado.
PEQUENOS - “O que o Paraná Competitivo fez foi colocar pequenos municípios na rota de investimentos. Além disso, o programa também diversificou a economia do Estado. Hoje os projetos contemplam mais de 20 setores diferentes”, diz Adalberto Netto, da APD.
Apesar da crise econômica, a procura de empresas interessadas em investir no Paraná continua. A solidez fiscal, a boa infraestrutura e a mão de obra são fatores que contribuem para que o Estado esteja na rota de investimentos.
“Temos R$ 9 bilhões em 85 projetos em análise. A diferença é que as empresas estão demorando mais para tomar a decisão sobre o investimento. Se antes da crise esse tempo era de até nove meses, agora ele está entre 18 e 24 meses. E os projetos também estão menores” diz Adalberto Netto.
BOX 1 
PMAI apoia pequenos municípios na atração de investimentos
A Agência Paraná de Desenvolvimento (APD) criou, em 2014, o Programa Municipal de Apoio ao Investimento (PMAI), que faz um diagnóstico e um plano de desenvolvimento econômico para municípios com foco na atração de investimentos.
“Muitas vezes o município não tem a noção das suas potencialidades, da cadeia produtiva em que está inserido. O trabalho do programa é desenvolver e preparar os municípios para o recebimento de novos investimentos, bem como criar projetos de prospecção de empresas para atração de investimentos produtivos”, disse o presidente da APD. Atualmente o programa está em curso nos municípios de Londrina, Maringá, Jaguariaíva, Ponta Grossa e São José dos Pinhais.
BOX 2
Conheça os dez municípios que mais ganharam participação na economia do Estado entre 2011 e 2014. Os dados são do crescimento da participação no PIB e o valor do investimento atraído:
Ortigueira 73,92% R$ 7 bilhões
Mallet 64,09% R$ 180,6 milhões
Matelândia 60,32% R$ 19,5 milhões
São João 54,31% R$ 11,71 milhões
Joaquim Távora 49,35% R$ 26,81 milhões
Fazenda Rio Grande 47,05% R$ 931,17 milhões
Jaguapitã 42,16% R$ 13,94 milhões
Mandaguari 38,30% R$ 84,46 milhões
Piraí do Sul 37% R$ 222,13 milhões
Indianópolis 36,69% R$13,4 milhões
Fonte: Ipardes/IBGE

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