Para BC, Paraná
já interrompeu processo
de retração da economia

Boletim regional do Banco Central mostra a evolução dos principais indicadores econômicos do Estado. Desempenho é puxado por indústria, comércio e exportações
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08/08/2016 - 17:50
Editoria

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A evolução dos principais indicadores econômicos do Paraná sugere acomodação do processo de retração da atividade no Estado. A conclusão é do boletim regional do Banco Central, que foi divulgado na última sexta-feira. De acordo com a instituição, o IBCR (Índice de Atividade Econômica Regional), que é uma espécie de prévia dos números do PIB, cresceu 0,7% no trimestre terminado em maio no Estado. No mesmo período, o Brasil registrou uma retração de 1%.
No relatório, o Banco Central destaca que o desempenho do Paraná foi puxado por resultados positivos do comércio e da indústria e das exportações, além da recuperação, ainda que modesta dos índices de confiança dos agentes econômicos.
SAIR ANTES - A instituição analisou a evolução de indicadores como produção, vendas, emprego, preços, comércio exterior e de confiança. “Não dá para dizer que o Paraná saiu da crise, mas é um indicador importante que, se mantido nos próximos trimestres, pode apontar para a saída. O Estado entrou depois em recessão e tudo indica que pode sair antes dela”, diz o diretor presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes), Julio Suzuki Júnior.
O resultado do Paraná no trimestre até maio apresenta uma melhora em relação aos anteriores. Entre dezembro de 2015 e fevereiro de 2016, o IBCR havia caído 1% e, entre setembro e novembro de 2015, recuo havia sido de 1,3%.
INDÚSTRIA - Um dos destaques no último trimestre analisado pelo Banco Central foi o da retomada, ainda que tímida, da indústria. Citando números do IBGE, o Banco Central afirma que a produção da indústria paranaense aumentou 0,4% no trimestre encerrado em maio, em relação ao terminado em fevereiro, quando havia decrescido 3,3%.
A instituição destaca que houve acréscimos na produção em seis das treze atividades pesquisadas. As maiores altas foram na produção de máquinas e equipamentos, com 35,0%; máquinas, aparelhos e materiais elétricos (13,4%) e produtos alimentícios (4,8%).
“A indústria dá sinais de melhora porque vem conseguindo reduzir seus estoques, o que é um dado positivo e abre espaço para uma retomada futura”, diz Suzuki Júnior, do Ipardes.
EXPORTAÇÕES - O bom resultado nas exportações também contribuiu para o aumento da atividade do Estado, com aumentos nas vendas de produtos básicos, de 12,8%, puxada pela soja e pelo milho, e nas de produtos manufaturados, de 1,6%, com bom desempenho de automóveis e veículos de carga.
As exportações para a China, Argentina e EUA representaram, em conjunto, 43,9% dos embarques do estado no semestre, destacando-se o aumento de 26,1% nas vendas de soja, mesmo triturada,
para a China.
O comércio, por sua vez, apresentou, de acordo com o Banco Central, ligeira melhora no trimestre finalizado em maio, o que ajudou a melhorar o nível de atividade econômica. De acordo com dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, o comércio varejista, excluída a estabilidade nas vendas de veículos e o recuo de 0,7% nas de material de construção, aumentou 0,4 % no período, contra a queda de 2,8% no trimestre encerrado em fevereiro.
CONTINUIDADE - Em nota, no entanto, o Banco Central diz que a retomada paranaense depende ainda da “continuidade da melhora da confiança dos agentes econômicos; da manutenção do dinamismo do comércio externo; e dos efeitos favoráveis do processo de ajuste macroeconômico em curso no País”.
Para Suzuki Junior, do Ipardes, a retomada especialmente do setor de comércio e serviços, assim como o mercado de trabalho, ainda deve demorar um pouco. “Essas áreas demoraram mais para desacelerar e também devem ter uma retomada mais lenta. Vão depender de uma recuperação mais forte da economia nos próximos trimestres”, diz.

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