O Núcleo de Estudos de Direito e Defesa da Criança e do Adolescente (Neddij) realizou cerca de 55 mil atendimentos gratuitos neste ano. Vinculado às instituições de ensino superior do Estado, a unidade atua na proteção à infância e a adolescência, atendendo vítimas de qualquer tipo de violência.
Os problemas psicológicos que essas experiências podem desencadear nas crianças são diversos, explica a psicóloga do Neddij da Universidade Estadual de Maringá, Priscila Toledo. “A lista de possíveis consequências é imensa, algumas como transtorno de ansiedade, depressão, baixa autoestima, comportamento antissocial, déficit de atenção e hiperatividade”.
Em todo o Brasil, o Disque 100 (canal de denúncias para proteção da criança) registrou mais de 153 mil denúncias. Entre os tipos de violação mais comuns estão negligência (58%), violência psicológica (36%), violência física (34%), violência sexual (17%) e outras (6%), segundo relatório da Fundação Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq).
Para a psicóloga do Neddij da Universidade Estadual de Londrina, Rafaela Grumadas Machado, cada caso precisa de uma atenção e um tratamento especial. “Cada criança e adolescente tem o seu tempo para começar a expressar os sentimentos relacionados aos traumas vivenciados. É muito importante que o psicólogo saiba respeitar esse tempo, acolher a queixa e que tenha sensibilidade para saber a melhor maneira de intervir em cada 'ferida'”.
Priscila conta que por meio de sessões lúdicas, consegue se aproximar mais das crianças. “Tivemos um caso no qual, durante o atendimento, os desenhos elaborados pela criança, indicavam que ela poderia ser vítima de abuso sexual. A partir dessa constatação, fizemos esforços para que a sua guarda fosse concedida a outros familiares, que proporcionariam um ambiente saudável a ela, o que ocorreu”.
A infância é a principal fase para o desenvolvimento do ser humano, criar um ambiente em que elas tenham uma experiência positiva é fundamental para a sua construção, afirma Priscila. “É na infância que a criança forma sua personalidade, crenças e valores que vão acompanhá-la durante toda vida. É muito importante que nessa fase a criança cresça em um ambiente saudável e que possa se desenvolver de forma adequada”.
NÚCLEO - O Neddij presta ajuda jurídica e psicológica, trabalhando em conjunto com órgãos como o Conselho Tutelar, Ministério Público e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). A coordenadora do núcleo da UEM, professora Amalia Regina Donegá, conta que qualquer pessoa, que queira proteger uma criança, pode procurar o centro.
“O Neddij atua especificamente na proteção e defesa de direitos de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Assim, os seus responsáveis ou interessados na proteção de seus direitos poderão ter acesso aos serviços oferecidos”.
A professora também explica quais situações condizem com vulnerabilidade social. “A situação pode ser caracterizada por diversos fatores, tais como, passar por privações em razão da falta de pagamento da pensão alimentícia, não dispor de local seguro para permanecer durante o período em que os seus responsáveis estão no trabalho, estar sofrendo abuso sexual ou sendo processado pela prática de ato infracional, dentre outras”.
Criado em 2006, o Neddij atua em 34 municípios do Estado por meio das sete universidades estaduais. Entre os serviços oferecidos estão: direito, psicologia, pedagogia e serviço social.
Serviço:
Mais informações sobre o atendimento realizado nos núcleos do Neddij nas universidades estaduais podem ser obtidas pelos seguintes telefones:
UEL: (43) 3344 - 0927
UEM: (44) 3011 – 3689 | (44) 3011 – 3690
UENP: (43) 3525 – 0862
UEPG: (42) 3220 – 3448 | (42) 3220-3303
Unicentro (Guarapuava): (42) 3621 – 1311
Unicentro (Irati): (42) 3421 - 3203
Unioeste (Marechal Cândido Rondon): (45) 3284 – 7854
Unioeste (Francisco Beltrão): (46) 3520 – 4868
Unioeste (Foz do Iguaçu): (45) 3308 – 8000
Unespar: (44) 3424 - 0100 ramal 158