Análise da Secretaria de Estado da Saúde mostra que a incidência de dengue nos 30 municípios que fazem parte da campanha de vacinação apresentou redução e, na maioria dos casos, chegou a zero. O mesmo levantamento mostrou as cidades que apresentam as maiores incidências coincidem com as piores coberturas vacinais durante as três primeiras fases da campanha.
“A oportunidade de se vacinar contra a dengue deve ser aproveitada o quanto antes”, disse o secretário de Estado da Saúde, Antônio Carlos Nardi. “Cada vez mais, estamos vendo que a vacinação e também os cuidados com a água parada, que podem virar focos do mosquito transmissor, estão dando resultado no combate à dengue no Paraná”, acrescentou. A campanha de vacinação contra a dengue vai até o dia 28 de abril.
O estudo comparou o período epidemiológico de 2015/2016 com o atual, de 2017/2018, considerando especificamente o público-alvo da campanha. Maripá, por exemplo, tinha índices de 650 casos a cada 10 mil habitantes dentro da faixa etária contemplada pela vacina. Em Boa Vista da Aparecida, na região oeste do Estado, a incidência chegou a 248 casos a cada 10 mil pessoas.
Ambas as cidades, ao lado de outras, como Cruzeiro do Sul, São Jorge do Ivaí, Santa Isabel do Ivaí, Munhoz de Mello e Tapira, atualmente estão com incidência zerada e todas tiveram coberturas vacinais maiores que 57% nas três primeiras etapas da campanha, entre agosto de 2016 e setembro de 2017.
Municípios com coberturas vacinais baixas, alguns com apenas 10%, não conseguiram zerar a incidência de dengue em seus territórios, como é o caso de Foz do Iguaçu, Sarandi, Londrina, Cambé, Ibiporã e Santa Fé. A cidade de Maringá tem a maior incidência dentre as 30 da campanha, com 5,59 casos a cada 10 mil habitantes neste período epidemiológico; e na terceira fase da vacinação não atingiu 20% da população-alvo.
VACINA – A quarta etapa da campanha de vacinação contra a dengue no Paraná foi iniciada no dia 20 de março. O público-alvo atual é de 109.630 pessoas e, desde o início, 24.033 pessoas foram vacinadas, o que corresponde a 22% de cobertura.
De acordo com o diretor do Centro Estadual de Epidemiologia, João Luís Crivellaro, essa cobertura precisa melhorar, principalmente nas cidades que apresentam alto índice de incidência da dengue.
Para esta etapa, é aplicada somente a terceira dose da vacina para completar o esquema vacinal. Portanto, a vacinação é limitada a pessoas que já tomaram a primeira e a segunda dose em etapas anteriores. Para receber a vacina é necessário apresentar documento de identificação e a carteira de vacinação, se possível.
“Caso a pessoa não tenha o comprovante de vacinação das primeiras doses, ainda assim deve procurar uma Unidade de Saúde ou as equipes volantes para completar seu esquema vacinal, pois a secretaria estadual tem um sistema online com o registros dos vacinados”, diz Crivellaro.
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Saúde divulga novo boletim da dengue
O novo informe técnico da dengue, divulgado semanalmente pela Secretaria de Estado da Saúde, apresentou a primeira morte por dengue no Paraná desde 2016. O óbito ocorreu em Foz do Iguaçu e foi confirmado nesta terça-feira (17). A paciente de 83 anos tinha cardiopatia, diabete e hipertensão arterial.
No mesmo boletim, foi divulgado o primeiro município em situação de epidemia por dengue no Paraná. A cidade de São João do Ivaí (22ª Regional de Saúde), no norte paranaense, tem 59 casos de dengue confirmados e incidência de 409 casos a cada 10 mil habitantes.
Em Curitiba foi confirmado o primeiro caso autóctone de dengue do período epidemiológico atual. Também já havia sido confirmado um caso importado da doença, ou seja, adquirido fora do Estado. A incidência no município é de 0,05 caso por 10 mil pessoas.