Os custos de sobre-estadia para os importadores de fertilizantes por descumprimento dos prazos de contrato – demurrage – caiu cerca de 72,3% no Porto de Paranaguá nos últimos seis anos. Os dados são de um estudo feito pelo Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado do Paraná (Sindiadubos) e que foram apresentados, nesta quinta-feira (26), na 13ª Edição do Simpósio Sindiadubos.
Demurrage é a multa determinada em contrato, a ser paga pelo contratante de um navio, quando este demora mais do que o acordado para carregar ou descarregar produtos. Em 2011, o valor da demurrage por tonelada de fertilizante em Paranaguá era de U$ 16,88. Em 2016, o valor da multa sobre-estadia caiu para U$ 7,05 por tonelada e, em 2017, para U$ 4,68 – uma queda de 72,3% em seis anos.
“Esta redução representa uma economia de aproximadamente U$ 75 milhões ao ano. Este valor deixou de ser gasto no custo operacional de importação de fertilizantes”, explicou o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino.
Para conseguir estes resultados, Dividino explica que a Appa fez um diagnóstico de todo o sistema de descarga de fertilizantes para descobrir onde estavam os principais gargalos que consumiam tempo e tornavam as operações menos ágeis.
“Trabalhamos para possibilitar uma melhoria na infraestrutura e na logística de importação. Isso inclui a automação de processos, mudanças nas regras de atracação, monitoramento da produtividade das descargas de fertilizantes, e principalmente de inúmeras ações conjuntas com os operadores portuários privados para solucionar os gargalos existentes”, explicou. “Ao final deste processo, previsto para 2018, vamos entregar um porto com fila ”zero” para descarga de fertilizantes”, completou Dividino.
CUSTO MENOR- O setor de fertilizantes pagou, em 2011, cerca de US$ 100,5 milhões em multas sobre-estadia. Já em 2016, os valores gastos com a demurrage foram de U$ 34,4 milhões e em 2017, até o mês de setembro, U$19 milhões.
De acordo com o gerente-executivo do Sindiadubos, Décio Luiz Gomes, a redução nos custos de sobre-estadias nas operações com fertilizantes se deram devido ao aprimoramento dos processos logísticos do Porto. “Foram diversas medidas implementadas, entre elas a reforma do cais comercial, o aumento no número de berços destinados à descarga de fertilizantes, novas balanças automatizadas – que inclui opções de berços alternativos – e a informatização e automação do sistema para emissão de notas fiscais e expedição de caminhões”, explicou.