Movimento de carga ferroviária no porto tem alta de 21%

Entre janeiro e junho de 2018, foram 4,8 milhões de toneladas de produtos transportadas em trens: a maior marca dos últimos seis anos no Porto de Paranaguá.
Publicação
17/07/2018 - 11:50

A utilização de ferrovias para movimentação de cargas no Porto de Paranaguá aumentou 21% nos últimos seis anos. O ano de 2018 já registra a maior quantidade de produtos transportados por trens, no acumulado de janeiro a maio, no cais paranaense.

Nos primeiros seis meses deste ano, foram 4.876.620 toneladas movimentadas sob trilhos e a expectativa é que a participação do modal seja cada vez maior.

No mês de maio o desembarque por trem registrou recordes históricos: foram descarregadas no Porto de Paranaguá 1,014 milhão de toneladas de produtos via ferrovia, o que representa 28,1% da movimentação total. O número representa a melhor marca registrada desde janeiro de 2011. Já no mês de junho, chegaram até Paranaguá por trem 1.012.224  de toneladas de produtos.

Produtos - Entre os principais produtos movimentados em Paranaguá que são transportados via férrea, destaca-se o açúcar (40%), soja (23%), milho (11%), contêineres (9%), além de farelos (7%), derivados de petróleo (6%) e fertilizantes (3%), entre outros

O diretor-presidente da Appa, Lourenço Fregonese, explica que a integração entre porto e ferrovia é fundamental para garantir a competitividade aos clientes do Porto de Paranaguá, bem como maior eficiência nas operações “Os trens oferecem regularidade no fluxo operacional e segurança no transporte”, completa.

Potencial ferroviário - Para que se tenha uma ideia dos impactos positivos do modal ferroviário, um vagão consegue transportar 45 toneladas de produtos, ou seja, 5 toneladas a mais do que o modal rodoviário. Além disso, são necessários 1.500 vagões para carregar um navio. Já o número de caminhões para carregar a mesma quantidade é de 1.800 veículos.

O Grupo Interalli - responsável pela unidade da Companhia Brasileira de Logística (CBL) - apostou no modal ferroviário para a movimentação de líquidos. O novo terminal da CBL, que iniciou suas operações no mês de junho e é considerado o terminal de líquidos mais automatizado do país, conta com quatro plataformas rodoferroviárias e um sistema capaz de operar 32 vagões simultaneamente.

“Hoje temos uma das maiores capacidades para movimentação ferroviária de Paranaguá. Ao todo, são 16 pontos de operação que, juntos, possibilitam o recebimento e expedição de 960 metros cúbicos de produto por hora”, conta Fabrício Slavieiro Fumagalli, diretor da CBL.

Já o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) é líder no mercado brasileiro no modal. São 6 mil contêineres movimentados todos os meses, que chegam pela ferrovia. O terminal é o único do país com conexão ferroviária direta e 15% da carga movimentada no TCP vem de trem.

Com isso, o trem consegue encostar muito próximo dos navios e também da área retroportuária, onde os produtos são armazenados e estocados.

O diretor comercial da TCP, Alexandre Rúbio, ressalta que - mesmo para clientes com base fora do Paraná - a operação logística por meio da ferrovia é a melhor opção, pois na soma dos custos logísticos com o transporte da carga, o valor pode ficar de 10% a 20% menor pela ferrovia. “Outra vantagem é que o modal não sofre variação de preço, ao contrário do modal rodoviário que tem o valor do frete alterado de acordo com a quantidade de produto que está sendo comercializado no país. Em época de safra, por exemplo, existe escassez de caminhão para o transporte da carga já que as transportadoras optam por encaminhar seus veículos para as regiões onde as produções são maiores. Isso torna o modal mais caro?, diz.

A Klabin, maior produtora e exportadora de papéis do Brasil também aposta no modal e construiu um ramal ferroviário de 23,5 km para conectar a fábrica de celulose em Ortigueira, no Norte do Estado, até a linha principal que escoa o produto em Paranaguá. A estimativa é que trecho consegue evitar o tráfego excedente de 120 caminhões por dia nas estradas da região. Além do novo ramal, a empresa investiu em 306 vagões e sete locomotivas próprias.

Para a descarga de grãos via ferrovia, o Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá e o Silo Público contam com duas moegas - equipamentos para recepção e destinação dos produtos.

De acordo com o diretor de Operações da Appa, Luiz Teixeira Júnior, a capacidade do Porto é para descarga férrea de 32 milhões de toneladas/ano, o que equivale a 1785 vagões por dia ou 89.250 toneladas/dia. “Atualmente Paranaguá conta com 70 quilômetros de linhas férreas, sendo 7,5 quilômetros instalados no Corredor de Exportação do Porto”, informa Teixeira.