As polícias Civil e Militar do Paraná deflagraram nesta quarta-feira (21) uma megaoperação para prender três quadrilhas envolvidas com homicídios, tráfico de drogas, roubo de veículos e a residências e, ainda, corrupção de menores. Foram cumpridos 32 mandados de prisão, além de outros 14 contra criminosos já presos, e dois indivíduos foram autuados em flagrante, totalizando 48 pessoas. Um bandido é considerado foragido.
As organizações criminosas atuavam principalmente em Londrina e na cidade de Cambé, região Norte do Estado. Cerca de 230 agentes, além de dois helicópteros, foram destacados para cumprir os 90 mandados expedidos pela Justiça, sendo 47 de prisão preventiva e os outros de busca e apreensão. Foram encontrados com os criminosos cerca de R$ 4.200 em dinheiro, 250g de cocaína, 2,5 quilos de maconha, um revólver e um simulacro (revolver de mentira).
“Foi uma importante ação integrada entre as polícias, tirando essas pessoas de circulação, o que acaba refletindo na queda nos índices de crimes na região”, destacou o secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp), Julio Reis.
“A única forma de termos efetividade no combate à violência e à criminalidade é esta, com instituições que se complementam, não em forma de subordinação, mas de integração, e os resultados estão sendo colhidos em todo o Estado. A ação de hoje, com resultados muito efetivos, confirma esse processo”, disse o comandante-geral da Polícia Militar, Maurício Tortato.
As informações foram divulgadas em entrevista coletiva, em Londrina. Também estiveram presentes o coronel Lanes Randal Prates Marque, do 2º Comando Regional de Polícia Militar; o delegado-geral da PC, Naylor Robert de Lima; e o delegado Adriano Chohfi, diretor do Departamento de Inteligência do Paraná.
INVESTIGAÇÃO – A investigação começou em outubro de 2017, de forma conjunta, pelos setores de inteligência da Polícia Militar e da Delegacia de Polícia Civil, ambas da cidade de Cambé. Duas das quadrilhas estavam em guerra, disputando pontos de tráfico de drogas. As polícias começaram a atuar conjuntamente e foi idealizada a montagem da Operação Égide, que em grego significa escudo. A intenção era formar um grande escudo por parte de policiais militares e civis para evitar a ação destes criminosos.
Ao longo da investigação, os policiais se depararam com uma terceira organização criminosa que também atuava na região. O líder desta quadrilha, que está preso na cidade de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, comandava as ações no Paraná.
“Esses criminosos eram especializados no tráfico de drogas, roubo a residência e, especialmente, de veículo, que eram trocados por entorpecentes no Paraná, Mato Grosso do Sul e Paraguai. Todos os líderes foram presos hoje e a organização está totalmente desarticulada”, explicou o delegado titular de Cambé, Roberto Fernandes.
Entre os alvos da Operação Égide também estavam pessoas detidas no sistema prisional paranaense. Os mandados de prisão expedidos contra elas foram cumpridos por agentes do Departamento Penitenciário do Paraná.
Ao longo do trabalho de investigação, nove pessoas foram presas entre elas uma advogada que estava com 4 quilos de maconha e 120 gramas de cocaína e um homem que tinha sete mandados de prisão e estava foragido da Penitenciária de Londrina. Além deles, um adolescente foi apreendido.
Vítimas destes criminosos relataram à polícia que as quadrilhas eram extremamente violentas durante o roubo a residências. Fortemente armados, eles amarravam as pessoas dentro das casas.
Participaram da Operação Égide 230 policiais, sendo 132 militares do 5º Batalhão da Polícia Militar, e 98 civis das Delegacias das Subdivisões de Londrina, Arapongas, Apucarana, Maringá e Paranavaí.
Os presos vão responder pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico, roubo, organização criminosa e corrupção de menores.