Maringá, no Noroeste do Paraná, tem se destacado na produção de banana tipo prata, nanica e maçã pelo sabor e textura diferenciados das frutas. O agrônomo e técnico do Instituto Emater, Paulo Roberto Milagres, explica que o clima e o tipo de solo conferem uma característica única à fruta. “É mais doce, com textura suave e casca de coloração intensa”, descreve.
O interesse pela cultura foi despertado com o apoio do Instituo Emater, que desenvolveu pesquisas de solo para determinar o tipo de cultivo e adubos corretos para melhorar a qualidade dos bananais. Atualmente a envolve 15 produtores e a produção ainda é tímida, de 1,2 toneladas ao ano. Mas a qualidade fez com que o valor agregado crescesse em média 40% nos últimos 10 anos.
“O preço final da fruta segue o mercado. Mas com o uso de adubos corretos e técnicas de plantio para o tipo de solo e clima, o produto se tornou competitivo e a procura tem sido maior”, explica o técnico.
O município é o 10º produtor do Estado. Das 15 famílias que se dedicam exclusivamente ao cultivo de banana, oito se especializaram na produção da fruta orgânica e comercializam, unicamente, na feira do produtor de Maringá.
“A renda dessas famílias é gerada exclusivamente pelo cultivo da banana, elas não trabalham com outra cultura. A fruta tem sido uma boa alternativa para gerar renda em Maringá”, diz Milagres.
GEADAS - O agrônomo explica também que o que difere as frutas de Maringá das produzidas no Litoral, por exemplo, é a frequência de geadas no município. “Isso diminui a incidência de pragas, como a sigatoka negra nas plantações”, disse.
No Litoral, a produção de bananas alcança as 4 mil toneladas ao ano. Guaratuba é a maior produtora (3,6 mil toneladas), segundo o Departamento Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.
INTERESSANTE - Homero Maestro Borges Junior é um dos produtores que optou pelo cultivo de banana. O negócio familiar vem da década de 90, mas a opção de continuar com a cultura como única opção de plantio é mais recente.
“Meu pai começou com a plantação, mas a produção nunca foi muito expressiva na região, agora com as opções de adubação e correção de solo ficou mais interessante”, disse.
O apoio do Instituto Emater pesou na tomada de decisão, afirma o produtor. A Emater contribui também com novas tecnologias para aumentar a produtividade.
No caso da propriedade de Homero Júnior os quatro hectares são aproveitados totalmente para o plantio. “Depois de conhecer as novidades, investimos para produzir mais em uma área pequena e tem dado certo”, afirmou.
Além de Maringá, a produção de banana tem ganhado espaço também em Marialva, Colorado e Paiçandu. “O objetivo é apoiar os pequenos produtores para levar produtos com mais qualidade até a mesa do consumidor”, afirma Roberto Milagres.