Lixo mal descartado pode
causar acidentes e doenças

Resíduos podem provocar acidentes ou servir de abrigo e alimento para vetores que causam doenças. O ideal é identificar o tipo de resíduo descartado e protegê-lo de forma adequada.
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22/12/2017 - 09:30
Editoria

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Neste final de ano, as festas, comemorações e confraternizações fazem com que a quantidade de lixo e resíduos produzidos em residências e centros comerciais seja cada vez maior. A Secretaria de Estado da Saúde alerta que a população tome os devidos cuidados e evite que o lixo possa estragar estes momentos de alegria.

O especialista em saúde pública e chefe da Divisão de Vigilância sobre o Meio Ambiente, Celso Rubio, destaca que o resíduo sólido por si só não transmite doenças, mas pode provocar acidentes ou servir de abrigo e alimento para vetores que causam doenças.

“No caso dos acidentes, quem está mais vulnerável é o profissional que trabalha diretamente com a coleta e destinação deste resíduo, como catadores de lixo, carrinheiros e trabalhadores de seleção de material reciclável, por exemplo”, enfatiza Rubio.

Estes trabalhadores frequentemente se veem frente a frente com resíduos pérfuro-cortantes, como cacos de vidro, agulhas e afins, os quais muitas vezes são descartados de maneira inapropriada e podem ferir os profissionais. A recomendação nestes casos é que o resíduo seja colocado dentro de algum recipiente seguro que possa ser lacrado e vedado, diminuindo os riscos de cortes.

“Lâmpadas quebradas e restos de vidro podem ser colocados dentro de garrafas pet, com a devida identificação, o que evita muito as chances de acidentes”, lembra o especialista.

Após a separação, é indicado que os resíduos sejam colocados para serem retirados pelos caminhões de coleta bem próximo do horário em que estes veículos passem no local. Isso evita que pessoas e animais abram os sacos e baguncem os entulhos nas vias públicas, o que aumenta a chance de proliferação de doenças.

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O lixo na transmissão de doenças

Um conceito internacionalmente reconhecido na proliferação de vetores é o dos três A’s, o qual diz que todo local que possa prover alimento, água e abrigo é ideal para os animais que possam transmitir doenças se multipliquem. E o lixo descartado de maneira inadequada cumpre esta função muito bem.

Entre os animais que podem se proliferar no lixo, os que mais causam problemas à saúde das pessoas são ratos, baratas e mosquitos.

Sobre os ratos, o risco é a transmissão da leptospirose. Segundo a chefe da Divisão de Zoonoses e Intoxicações da Secretaria da Saúde, Tânia Portella, esta é uma doença endêmica transmitida por uma bactéria encontrada na água contaminada ou na urina dos roedores.

“Em períodos onde há mais chuvas, como o verão, o risco da leptospirose aumenta, pois há maior probabilidade de haver enchentes, inundações e, consequentemente, maior contato com o transmissor da doença. A leptospirose é uma doença grave, que pode levar até a morte, mas que pode ser tratada”, afirma Tânia.

No ano de 2016, o Paraná registrou 362 casos da doença, sendo que destes, 30 resultaram em óbito. Dados preliminares de 2017 mostram que 186 casos e sete óbitos já foram registrados no Estado este ano.

Já com as baratas, o problema é por onde elas passam. No lixo, estes animais podem ter contato com resíduos orgânicos como restos de papéis higiênicos, ou outros focos de bactérias e, ao entrarem nas casas, levam junto o risco de doenças.

“Em suas patas, as baratas podem levar muitas doenças que adquiriram no lixo. Em casa, estes animais podem transmitir desde diarreia, dores, febres e até doenças mais sérias como a hepatite, tanto às pessoas quanto aos animais de estimação”, enfatizou Rubio.

MOSQUITOS – Os mosquitos são um caso à parte que preocupam ainda mais a saúde da população. Especialmente nesta época do ano eles encontram no lixo o ambiente perfeito para colocarem seus ovos e multiplicarem os riscos de doenças como, por exemplo, a dengue.

“Uma tampinha de garrafa que foi descartada de maneira irregular pode acumular água e tornar-se foco do Aedes aegypti. Além disso, os mosquitos podem transmitir outras doenças ao entrar em contato, por exemplo, com um alimento que esteja descoberto, em cima de uma mesa e que as pessoas vão consumir sem saber dos riscos que estão correndo”, salientou.

EDUCAÇÃO – Os especialistas destacam que é muito difícil que o controle do lixo seja feito apenas pelos órgãos públicos, já que o descarte de resíduos é algo dinâmico e constante. Por isso, a Secretaria de Estado da Saúde reforça a importância que a população tenha uma consciência ambiental.

Outro conceito bastante usado para diminuir os problemas que o lixo pode causar são os 3R’s: reciclar, reduzir e reutilizar. Com esta ideia, os resíduos são eliminados de maneira sustentável e os resíduos que já não possuem mais serventia podem se transformar em um algo novo.

“De maneira geral, vivemos em uma sociedade que tem certo nível de consciência com relação ao lixo. E quanto maior for o nível de educação da sociedade, maiores serão os resultados que conseguiremos. Hoje já vemos crianças que recebem estes ensinamentos nas escolas e consegue transmiti-los aos pais, mudando inclusive velhos hábitos”, reiterou Rubio.

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