Livro reforça a
história e a cultura
indígenas no Paraná

Material será trabalhado nas séries iniciais das redes estadual e municipal de ensino para fortalecer a história e a cultura indígenas do Estado e disseminar esses conhecimentos aos estudantes não indígenas
Publicação
14/04/2016 - 17:30
Editoria

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O livro Tupã-Mitã – histórias, memórias e saberes Guarani, escrito pela professora de Matemática da rede estadual de ensino Iozodara Telma Branco de George, documenta relatos de líderes comunitários da etnia e reforça a preservação dos conhecimentos indígenas no Paraná. A publicação será trabalhada em sala de aula, em diferentes disciplinas nas escolas municipais e estaduais, com os objetivos de fortalecer a história e a cultura indígenas do Estado e de disseminar esses conhecimentos aos estudantes não indígenas.
O livro é escrito em primeira pessoa e traz depoimentos dos líderes comunitários Carlos Cabreira (Mitã, nome indígena) e Teodoro Jeguavy Alves (Tupã, nome indígena), ilustrações e fotografias que explicam didaticamente as atividades cotidianas da tribo pelo olhar dos líderes comunitários. “A ideia foi produzir um material com linguagem didática para ser trabalhado com alunos das séries iniciais para que esses conhecimentos não se percam no tempo”, explicou a autora.
Em sua tese de mestrado, Iozodara fez pesquisas de campo documentando os saberes matemáticos de professores da etnia Guarani que vivem no Paraná. A docente também trabalhou na formação das primeiras turmas de professores indígenas na Secretaria de Estado da Educação. As experiências acadêmicas e profissionais contribuíram para a produção do material.
“O livro surgiu após o desejo dos entrevistados de ter documentada parte de suas histórias e os conhecimentos da etnia aliada à experiência acumulada com professores indígenas na rede estadual de ensino”, lembrou a docente.
PRESERVAÇÃO – Segundo Iozodara, uma das principais características da cultura dos povos indígenas é alfabetização pela língua materna e, para que a cultura falada não seja esquecida, é necessário que os estudantes sejam alfabetizados por professores das próprias comunidades.
Pensando nisso, a Secretaria de Estado da Educação desenvolveu nos últimos anos diversas ações que garantem a qualidade do ensino e reforçam a cultura e história dos povos guarani, xetá e caingangue que vivem no Paraná.
Entre as principais ações está a ampliação do número de docentes indígenas na rede estadual de ensino. Em 2011, havia 31 docentes indígenas na rede estadual. Hoje, são 232 profissionais que lecionam na educação infantil nas 37 escolas indígenas do Paraná, que atendem mais de 5 mil alunos.
Além de cuidar do quadro de professores, o governo estadual também trabalha para garantir aos estudantes escolas de qualidades e adequadas à necessidade e à cultura de cada etnia. Já foram entregues 13 novas unidades. Elas contam com material didático produzido pela Secretaria da Educação nas línguas guarani, caingangue e português para ajudar na alfabetização dos alunos, reforçar o uso das línguas maternas e manter viva a cultura linguista dentro dessas comunidades.
A cultura alimentar também recebe atenção especial. As escolas indígenas recebem alimentos provenientes da agricultura familiar que permitem que as merendeiras, que são indígenas, acrescentem receitas próprias da etnia ao cardápio da merenda, o que torna a alimentação dos alunos mais próxima aos costumes das comunidades guarani, xetá e caingangue.
Em 2013, a Secretaria da Educação também diplomou a primeira turma indígena de técnicos em Agropecuária. A oferta do curso, inédita no Sul do Brasil, possibilitou a formação técnica gratuita para 17 estudantes de 16 municípios de diferentes regiões. Esses profissionais atuam em suas comunidades.
Segundo o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, vivem no Paraná 26.559 índios das etnias guarani, xetá e caingang.
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