Litoral tem mais 819 casos de queimadura por
água-viva; total na temporada chega a 2.889

Os 819 casos foram registrados na sexta-feira, especialmente em Matinhos e Guaratuba. Embora alto, o número é inferior ao da véspera, quando os registros de queimaduras chegaram a 1.223
Publicação
21/01/2012 - 15:00
Editoria

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Mais 819 casos de acidentes com águas-vivas foram registrados no Litoral paranaense na sexta-feira (20). Embora alto, o número é inferior ao da véspera, quando os registros de queimaduras chegaram a 1.223. Para o comandante do Corpo de Bombeiros na Operação Verão, tenente-coronel Edemilson Barros, a redução pode estar relacionada às medidas de prevenção, reforçadas depois da grande incidência do problema na quinta-feira. “Todos estão em alerta. Reforçamos as orientações e os banhistas têm buscado mais informações sobre a situação das praias nos postos de salva-vidas”, afirmou.
Desde o início da temporada, o Corpo de Bombeiros já registrou 2.889 casos de queimaduras por água-viva. O número é mais de quatro vezes superior ao da temporada anterior, quando foram registrados 541 casos.
As ocorrências concentram-se principalmente em Guaratuba e Matinhos. Dos 819 casos registrados sexta-feira, 566 aconteceram em Matinhos e 217 em Guaratuba.
O tenente-coronel Edemilson Barros afirma que o trabalho de orientação vai continuar e que todas as autoridades das áreas de segurança e saúde estão em alerta. “Esperamos a redução destes números, mas caso ocorra um aumento de registros, a praia pode ser momentaneamente interditada com o hasteamento de bandeira dupla vermelha”, afirmou.
COMO AGIR – Em caso de queimadura, o banhista deverá procurar imediatamente um guarda-vidas. “A pessoa deve lavar o ferimento com água do mar e procurar imediatamente um guarda-vidas”, explicou o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz. “Eles estão preparados para fazer o primeiro atendimento, com a aplicação de vinagre, para neutralizar a dor. Em seguida o paciente deve procurar atendimento médico no serviço de Saúde do Litoral.”
A orientação é que a vítima evite esfregar as mãos ou as unhas, ou mesmo tecidos no ferimento, para evitar estourar as cápsulas do veneno do animal. “Nunca se deve colocar água doce no local atingido, pois isso poderá agravar o problema”, reforça.
A queimadura por água-viva ocorre quando o banhista encosta acidentalmente no animal. Por isso, ao observar a ocorrência de águas-vivas na praia, deve-se evitar entrar no mar ou mesmo tocá-las quando estão aparentemente mortas na areia.
SINTOMAS - O contato com a água-viva causa dor imediata, de forte intensidade, com sensação de ardência. Pessoas mais sensíveis ou alérgicas podem ter reações mais intensas, como náuseas, vômitos ou dificuldade para respirar. O acidentado deve sair da água e buscar atendimento médico, para o tratamento da dor e das complicações.
ESTUDO – A Secretaria de Estado da Saúde está fazendo um estudo para apurar as causas do aparecimento das águas-vivas no Litoral do Paraná e trabalha com diversas hipóteses, entre elas o desequilibro ambiental.
Equipes das secretarias municipal e estadual de Saúde e guarda-vidas estão recolhendo amostras de águas-vivas. “Essas águas-vivas são transportadas pelas marés e por correntes marítimas. Conforme o fluxo das correntes e dos ventos – influenciados pela temperatura e clima –, essas espécies são levadas para a costa”, explica o biólogo Emanuel Marques da Silva, da Divisão de Zoonoses da Secretaria de Estado da Saúde.
Ele disse que a ação de grandes pescadores em mar aberto pode influenciar no deslocamento das águas-vivas para a costa. “As ações de grandes pescadores que utilizam redes para a pesca acabam removendo esses animais – que estão em uma profundidade maior – das correntes em que estavam navegando, e esta pode ser uma das causas do aparecimento desses animais nas praias”, diz Silva. “Vamos recolher amostras do animal e monitorar a situação para tentar entender o fenômeno”, afirmou.
Como proceder em caso de queimaduras por água-viva:
1. Esteja sempre em área protegida por guarda-vidas (são 101 postos no litoral do Paraná);
2. Pergunte ao guarda-vidas se há grande incidência desses animais marinhos no local e, se houver, evite entrar no mar;
3. Entre no mar até a altura máxima de água até a cintura;
4. Se você for queimado, saia imediatamente da água;
5. Lave o local com água do mar sem esfregar as mãos na área afetada (nunca lave com água doce ou outra substância, como álcool e urina).
6. Procure um posto de guarda-vidas para colocar vinagre na área atingida. Isto neutraliza a ação da toxina;
7. Casos mais graves (com grande área corporal atingida e pessoas alérgicas) devem ser encaminhados ao hospital para tratamento definitivo;
8. Não toque nos animais, mesmo aqueles que estejam aparentemente mortos na areia da praia.
9. Mais informações pelo telefone 0800 410148 (Centro de Controle de Envenenamentos).
Veja os locais de atendimento no litoral:
Referência – Centro de Recuperação de Afogados
Hospital Nossa Senhora dos Navegantes
Avenida Paraná, 828 – Matinhos - PR
Outras referências –
Hospital Regional do Litoral
Rua dos Expedicionários, 269 - Paranaguá
Pronto-Atendimento Municipal de Guaratuba
Rua João Meneleu de Almeida Torres, s/n – esquina com Guilherme Pequeno
Pronto-Atendimento de Pontal do Paraná 24h (Praia de Leste)

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