Depois de três anos de resultados negativos, a indústria do Paraná voltou a crescer e encerrou 2017 com um aumento de 4,4% na produção. A indústria do Paraná avançou quase o dobro da brasileira, que fechou o ano com alta mais tímida, de 2,5%, na mesma base de comparação.
Foi o terceiro melhor desempenho do País, atrás do Pará (10,1%) e Santa Catarina (4,5%). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgada na quinta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o resultado de 2017, o Estado conseguiu interromper a sequência de resultados ruins gerados pela desaceleração da economia. Com a recessão, a indústria colocou o pé no freio nos investimentos, cortou produção e empregos. Em 2016, a queda na produção industrial havia sido de 4,4%, em 2015 (-8,8%) e em 2014 (-5,1%).
“O ponto positivo é que se trata de uma recuperação abrangente, de vários segmentos industriais no Estado. A recuperação da demanda interna e as exportações colocaram a indústria novamente no caminho do crescimento”, afirma Julio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes).
Das 13 áreas pesquisadas pelo IBGE, 10 tiveram aumento na produção. As maiores altas foram registradas na produção de máquinas e equipamentos e de veículos, que cresceram 33,6% e 16,4% respectivamente.
O setor de máquinas e equipamentos, especialmente na produção tratores e colheitadeiras, foi beneficiado pela boa safra agrícola, explica Suzuki Júnior. “Com a safra recorde e o bom resultado do agronegócio, o produtor, com mais dinheiro no bolso, investiu na compra de máquinário”, afirma.
As montadoras, por sua vez, retomaram o ritmo no chão de fábrica com a venda de automóveis principalmente para a Argentina e com a recuperação das vendas no mercado interno. Além da melhora do cenário de crédito, o lançamento de novos modelos ajudou a impulsionar a produção.
Entre os outros destaques estão a produção de minerais não metálicos, que abrange a área de cimento e calcário (8,2%), borracha e material plástico (5,1%); bebidas (4,6%); produtos de madeira (4%); móveis (3,8%); papel e celulose (2,8%) e produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (1,3%). Os resultados negativos vieram da indústria de alimentos, que recuou 1,1% no ano, derivados de petróleo e biocombustíveis (-2%) e produtos químicos (-5,7%).
EMPREGO - O aumento da produção também fez a indústria voltar a contratar. No ano passado, o setor gerou um saldo positivo de 7.396 de empregos com carteira assinada no Estado. Foi o segundo maior saldo, só atrás do setor de serviços (7.752).
A previsão para 2018 é de consolidação da recuperação do setor, de acordo com Suzuki Júnior. “A indústria será um dos setores no Paraná que terá crescimento econômico nesse ano. Se em 2017, a safra recorde fez a agropecuária ser um dos principais motores da economia, em 2018 esse papel será da indústria e dos serviços”, diz Suzuki Júnior.