Iapar e Simepar encerram edição 2018 do Alerta Geada

Publicação
18/09/2018 - 11:30
Editoria

O Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) e o Simepar emitiram nesta segunda-feira (17) o último boletim da edição 2018 do Alerta Geada, serviço criado para auxiliar os produtores de café do Estado a adotar técnicas de proteção das lavouras quando da ocorrência do fenômeno.

A recomendação aos agricultores que amontoaram terra no tronco dos cafeeiros é retirar imediatamente a proteção, procedimento que deve ser feito com as mãos para evitar danos às plantas.

Como ocorre todos os anos, o serviço entrou em operação em maio, com previsões diárias de temperatura e do risco de ocorrer geadas na região cafeeira do Estado.

INVERNO AMENO – Neste inverno prevaleceram temperaturas amenas na zona cafeeira do Paraná. Nenhum alerta foi emitido no período de funcionamento do serviço. “Diferente do esperado, não houve ingresso de massas de ar polar com potencial para formar geadas que pudessem prejudicar o parque cafeeiro”, explica a meteorologista Ângela Beatriz Costa.

Ainda de acordo com a pesquisadora, o inverno deste ano ficará marcado pelo déficit de chuvas. Na estação meteorológica de Londrina foram registrados 10,8 mm em abril, 23 mm em maio e 31,4 mm em junho, contra uma média histórica de 93,4 mm, 111 mm e 93,6 mm, respectivamente. “Sempre se espera uma quantidade menor de precipitações no inverno, mas este ano o volume foi realmente muito baixo”, diz a pesquisadora.

Informações sobre temperatura e precipitações no período podem ser obtidas no endereço www.iapar.br.

FUNCIONAMENTO – Entre maio e setembro, os pesquisadores do Iapar e do Simepar acompanham as condições meteorológicas na região cafeeira do Estado e publicam diariamente um boletim informativo, disponível gratuitamente nos endereços www.iapar.br, www.simepar.br e, ainda, pelo telefone (43) 3391-4500, neste caso ao custo de uma ligação para aparelho fixo.

Quando há aproximação de massas de ar frio com potencial de causar danos às lavouras de café, um pré-alerta é emitido por e-mail ou SMS a extensionistas, técnicos e produtores cadastrados, além da divulgação na imprensa e redes sociais.

Se as condições para formação de geadas persistem, um novo aviso, este de ratificação, é expedido em até 24 horas antes da ocorrência prevista para o evento.

PROTEÇÃO – O cafeicultor deve adotar medidas protetivas para viveiros, plantios novos e lavouras com idade entre seis e 24 meses de campo.

Viveiros devem ser protegidos com várias camadas de cobertura plástica. Para plantios novos, com até seis meses de idade, recomenda-se simplesmente enterrar as mudas quando houver emissão do Alerta Geada. Nesses dois casos a proteção deve ser retirada rapidamente, assim que a massa de ar frio se afastar e cessar o risco imediato de geada.

Nas lavouras com idade entre seis e 24 meses, a recomendação é amontoar terra – até o primeiro par de folhas – no tronco das árvores imediatamente, para proteger as gemas e evitar a morte da planta no caso de geada severa. Essa prática é chamada de “chegamento de terra” pelos cafeicultores e técnicos do setor.

Com o fim do período frio, a recomendação dos técnicos é que os produtores retirem imediatamente, preferencialmente com as mãos, a terra dos troncos, mantendo o colo da planta ao nível do solo.

REALIZAÇÃO – O serviço Alerta Geada é coordenado pelo Iapar e Simepar, com o apoio da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, Emater-PR, Consórcio Pesquisa Café, prefeituras, cooperativas e associações de produtores.

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FALTA DE CHUVAS REDUZ SAFRA DE CAFÉ NO PARANÁ

De acordo com o economista Paulo Sérgio Franzini, do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, a produção deste ano deve situar-se pouco abaixo de um milhão de sacas beneficiadas, projeção que já considera uma pequena redução provocada pela falta de chuvas em abril. “A falta de água no solo acelerou o ciclo vegetativo das plantas, diminuiu ligeiramente a produção e afetou o peso dos grãos”.

Franzini explica ainda que a segunda estiagem deste inverno, nos meses de junho e julho, beneficiou os trabalhos de colheita, que se encerraram com praticamente um mês de antecedência em relação aos anos anteriores.

E marcou uma coincidência positiva porque se deu justamente na época que chegaram à maturação os frutos resultantes da maior florada do ciclo, ocorrida em outubro de 2017. “No conjunto, tivemos uma safra de boa qualidade, mas com um volume menor de cafés com alto padrão de bebida”, acrescenta.

A cafeicultura ocupa pouco menos de 41 mil hectares no Paraná. A maior parte das lavouras paranaenses tem em média 10 hectares e é conduzida por pequenos produtores familiares.