IBGE mostra recuo do
emprego industrial no
Paraná e no Brasil

Das dez regiões pesquisadas no Brasil apenas uma apresentou resultado positivo
Publicação
11/07/2014 - 12:30
Editoria
O emprego no setor industrial recuou no Brasil e no Paraná, segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (PIMES), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa é realizada em dez estados da federação, mais as regiões nordeste, norte e centro-oeste.
No Paraná, o contingente de trabalhadores ocupados apresentou retração de 4% em maio de 2014, em relação a maio de 2013 - a décima variação negativa consecutiva. No Brasil, a retração foi de 2,6% - a 32ª queda seguida. Apenas Pernambuco apresentou resultado positivo (0,32%).
As maiores contribuições para a desaceleração no emprego regional foram máquinas e aparelhos elétricos e eletrônicos (- 38,0%), metalurgia (-11,1%), coque, refino de petróleo e álcool (-8,4%), vestuário (-7,1%), produtos de metal (-6,1%), e meios de transporte (-4,0%). Em contrapartida, mantiveram crescimento os ramos de fumo (30,4%), produtos químicos (3%), papel e gráfica (1,8%), têxtil (1,7%) e madeira (1,6%).
O valor da folha de pagamento real (descontada a inflação) do Paraná apontou avanço de 0,8% em maio de 2014, na comparação com maio de 2013, frente variação de 1,4% na média nacional. Os setores que mais influenciaram para o desempenho do Estado foram coque, refino de petróleo e álcool (42,6%), papel e gráfica (15,4%), metalurgia (15,0%), meios de transporte (7,5%) e têxtil (7,4%)
O indicador do número de horas pagas encolheu 4,5% em maio de 2014, diante o mês de maio de 2013, contra décima segunda taxa negativa consecutiva do país (3,3%), com retração em todos os locais pesquisados.
CINCO MESES - No acumulado dos cinco primeiros meses de 2014, o emprego no setor industrial do Paraná caiu 3,2%. No Brasil a queda foi de 2,2%, com taxas negativas em 11 dos 14 locais investigados. As maiores quedas na média global vieram dos setores de máquinas e aparelhos elétricos e eletrônicos (-34,0%), vestuário (-8,0%), metal (-6,6%), borracha e plástico (-5,0%) e metalurgia (-4,9%).
Em relação à folha de salários reais, o Paraná expandiu 2,6%, diante aumento de 1,7% em âmbito nacional. Em horas pagas, a indústria paranaense encolheu 4,4% no acumulado de 2014, ante recuo de 2,7% para o país. Registraram resultados positivos neste indicador a região norte e centro-oeste (1,%) e Rio de Janeiro (0,5%).
DOZE MESES - No acumulado de doze meses, encerrados em maio de 2014, o Paraná mostrou retração de 1,7%, a mesma que a nacional. As únicas variações positivas nesse tipo de comparação foram observadas em Santa Catarina (0,5%) e região norte e centro-oeste (0,3%).
Os ramos que mais contribuíram para a redução do emprego industrial nos doze meses foram máquinas e aparelhos elétricos e eletrônicos (-27,3%), metal (-5,3%), madeira (-4,3%), metalurgia (-3,2%), minerais não-metálicos (-2,9%) e vestuário (-2,3%).
Em relação à folha de salários reais, o setor fabril do Estado registrou aumento de 0,8% em doze meses, ante alta de 0,9% em âmbito nacional. Em horas pagas, a indústria paranaense encolheu 2,8%, contra retração de 2,% para o País, com taxas positivas apenas na região norte e centro-oeste (1,%), Santa Catarina (0,7%), e Rio de Janeiro (0,7%).
INCERTEZA - Para o economista Francisco José Gouveia de Castro, do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), o recuo generalizado do nível de emprego industrial se deve às incertezas dos empresários em relação ao futuro da política econômica, principalmente no que diz respeito aos fatores de instabilidade, como a aceleração da inflação, do déficit público e dos desequilíbrios das contas externas.
“Isso se traduz na postura defensiva dos agentes produtivos, comprime as expectativas de lucro e provoca o adiamento dos projetos de investimento, interferindo negativamente no desempenho do mercado de trabalho”, afirma o economista.