IAP e Polícia Ambiental desmontam esquema de extração ilegal de palmito

Quadrilha extraia palmito nativo do Parque Estadual das Lauráceas, em Adrianópolis, na Região Metropolitana de Curitiba. Quatro pessoas foram presas em flagrante e uma fabriqueta clandestina foi fechada. Foram apreendidos 377 quilos de palmito juçara, prontos para o consumo,1.107 cabeças de palmito in natura, além de materiais e ferramentas.
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18/01/2018 - 17:10

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Uma operação conjunta do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Polícia Ambiental desmontou, na noite dessa quarta-feira (17), uma fabriqueta clandestina de palmito. Os criminosos faziam a extração ilegal da espécie nativa de dentro do Parque Estadual das Lauráceas, entre os municípios de Adrianópolis, Tunas do Paraná e Bocaiúva do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba.

No local, foram apreendidos 377 quilos de palmito juçara, prontos para o consumo, outras 1.107 cabeças de palmito in natura, além de materiais e ferramentas que eram utilizados durante o processo de extração e preparação do produto para venda. Os palmitos apreendidos que ainda não passaram pelo processo de cozimento na fabriqueta serão doados. Os demais precisarão passar por uma inspeção sanitária.

A operação resultou na prisão em flagrante de quatro pessoas, que responderão o processo em liberdade, em três autos de infração que somam R$ 125,65 mil em multas e a um processo administrativo junto ao IAP.

MONITORAMENTO – O flagrante feito pela polícia e pelos fiscais do IAP foi possível graças a uma rede de monitoramento no entorno da Unidade de Conservação. Vizinhos, empresas parceiras e órgãos públicos fazem parte da rede que monitora as atividades realizadas nos 32 mil hectares do Parque e em seu entorno.

“Essa rede deu a informação de que havia dois carros parados próximos ao parque e carregados de palmitos. Nós acionamos a nossa fiscalização e a polícia”, conta o gerente do parque, Michel Coutinho Hamon Mello.

O local, de difícil acesso, faz divisa com o estado de São Paulo, por isso a dificuldade em fazer flagrante de atividades clandestinas como essa. “Muitas quadrilhas se aproveitam do tamanho do parque e do relevo montanhoso, para entrar na unidade e fazer a extração ilegal de palmito que é o que a gente mais combate no local. Eles fogem para São Paulo, diluem os produtos em pequenos mercados o que dificulta o rastreamento”, explica Michel.

ALERTA – O gerente do Parque alerta que as pessoas que não são vizinhas ao parque também podem ajudar a combater a extração e comércio ilegal de palmito. “É uma iguaria da floresta, todo mundo adora comer o palmito, mas ninguém pensa da onde vem. É preciso que as pessoas pensem de onde eles vêm. Além de incentivar um crime ambiental, o consumo de palmito clandestino também é perigoso para a saúde. A maioria não tem condição sanitária nenhuma, são rótulos esquentados como esses que foram presos e não existe nenhum controle de higiene”, explica.

LAURÁCEAS – Maior Unidade de Conservação Estadual de Proteção Integral, o Parque Estadual das Lauráceas preserva 32 mil hectares de Mata Atlântica. São áreas úmidas com ocorrência de florestas primárias, árvores de grande porte e importante diversidade de fauna e flora.

Inserido em uma região caracteristicamente montanhosa e com vales profundos, a unidade de conservação abriga uma extensa rede hídrica, onde há também cavernas e formações calcárias associadas.

O local também garante a conservação de muitas espécies da fauna como a Jacutinga, Gavião-de-penacho, Papagaio-de-peito-roxo. Além disso, o parque abriga muitos animais endêmicos ou ameaçados de extinção, como a Onça-parda, Paca, Anta, Veados, Queixada e Lontra.

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