Duas mulheres e um homem foram presos por policiais do Grupo Tigre (Tático Integrado Grupos de Repressão Especial), unidade de elite da Polícia Civil, acusados de envolvimento na morte do motorista do Uber Alex Srour Ribeiro, de 28 anos. A investigação ainda está em curso e a suspeita é de que outras três pessoas tenham participação no crime – entre elas um adolescente.
Ribeiro foi morto no último dia 26 após atender uma solicitação no aplicativo Uber. Ao chegar no local, no Bairro Alto, em Curitiba, os suspeitos teriam entrado no carro e dado voz de assalto. A investigação aponta que após tentar reagir, a vítima foi amarrada e depois morta. O corpo do motorista foi encontrado no dia seguinte em meio a um matagal, com as mãos e pés amarrados, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba.
O delegado-titular do Tigre, Luiz Fernando Artigas, afirmou que, inicialmente, os policiais atuaram no caso pela suspeita de se tratar de um sequestro, mas quando o corpo foi encontrado as diligências apontaram para o crime de latrocínio – roubo seguido de morte.
De posse de informações repassadas pelo aplicativo, os policiais do Tigre chegaram até a casa de um dos suspeitos, de 21 anos. Foi de lá que partiu a solicitação do Uber. A suspeita é de que os criminosos se reuniram na casa deste rapaz para planejar o roubo e para lá retornaram após o crime. Na casa dele, os policiais apreenderam um simulacro, que estava embaixo do travesseiro, e um martelo. A suspeita é de que um simulacro tenha sido usado na hora de anunciar o assalto e o martelo para desferir golpes contra a vítima. “Estamos encaminhando o martelo para a perícia”, disse Artigas.
Depois disso, os policiais chegaram até a casa de uma mulher de 47 anos. Foi do aplicativo instalado no celular dela que partiu o chamado do Uber. “A intenção deles era roubar o carro. Independente de quem fosse o motorista”, explicou o delegado. Ela é mãe do rapaz com quem os policiais encontraram a arma e o martelo, suspeito de ser o mentor intelectual do crime. Ele tem passagens pela polícia e já foi preso pelos crimes de roubo, tráfico de drogas e receptação.
Outra mulher, de 31 anos e namorada do outro suspeito preso – também foi detida. Ela estava com o celular do motorista assassinado. “Recuperamos o celular da vítima que estava de posse da Francielle. Ela não teve sequer o cuidado de apagar os vídeos da vítima”, disse Artigas.
SEM CONTROLE - O delegado explica que inicialmente o plano era atrair o motorista do Uber para roubar o veículo. “A informação que temos é que a vítima teria reagido e eles perderam a mão, culminando com a morte do motorista”. De acordo com a investigação, o carro de Ribeiro teria sido vendido por R$ 1,3 mil.
A polícia suspeita ainda da participação de duas pessoas: de um adolescente, que não teve o nome divulgado para não atrapalhar as investigações, e de um outro jovem de 19 anos.
Os presos responderão pelo crime de latrocínio e se condenados podem pegar até 30 anos de prisão.