Governo quer zerar analfabetismo entre presos e oferecer formação profissional

Presidiários poderão fazer cursos a distância, de dentro das celas, segundo projeto apresentado pela secretária da Justiça
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11/03/2011 - 16:40
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A Secretaria da Justiça e da Cidadania pretende zerar o analfabetismo no sistema penitenciário do Paraná e possibilitar boa formação profissional aos cerca de 800 presos (de um total de 30 mil) que não sabem ler nem escrever. “Nossa preocupação é dar a essa população condições de ressocialização e inserção social”, afirmou a secretária Maria Tereza Uille Gomes. Ela participou, nesta sexta-feira (11), das comemorações do Dia Internacional da Mulher, na Câmara Municipal de Curitiba. Maria Tereza foi homenageada pela bancada feminina da Casa e falou dos desafios à frente da Secretaria.
Maria Tereza anunciou que será implantado um sistema de educação a distância, para que os presos façam cursos dentro das próprias celas. Ao mesmo tempo, serão construídas colônias industriais para que os presidiários trabalhem – com possibilidade de redução de pena – em projetos como a reciclagem de resíduos. “O sistema penitenciário do Paraná será modelo. Queremos mostrar que, mesmo presas, muitas dessas pessoas podem colaborar com a sociedade e ter uma profissão para iniciar uma nova vida”, explicou.
Ela informou que o projeto que cria a Defensoria Pública do Paraná está sendo discutido com lideranças do setor e que até 19 de maio o governador Beto Richa encaminha a proposta à Assembleia Legislativa. “O Paraná não continuará sendo um dos poucos estados brasileiros que não têm essa importante função pública regulamentada”, disse.
MULHERES – Os conselhos existentes no âmbito da secretaria terão ação importante. “São a voz da sociedade civil no espaço público, mas precisam ter reflexão e sistematização. Vamos fazer audiências abertas à população para elaborar políticas públicas. Queremos elaborar um plano de ação, com programas, projetos e ações”.
Referindo-se ao Dia Internacional da Mulher, a secretária disse que a mulher, com o seu lado maternal, é convidada a trazer mais sensibilidade social à política e a toda a sociedade. “Convido todas as mulheres a participarem dos conselhos, das audiências públicas que serão realizadas em todo o estado e a propor projetos que visem o aumento dos direitos à cidadania tanto das mulheres como de toda a sociedade”, disse.
Maria Tereza lembrou que não basta mudar as leis para que a mulher conquiste o seu espaço na sociedade: “É preciso que ela se engaje nas lutas sociais, nas comunidades, nos locais de trabalho, nas diversas entidades de luta pelos direitos. É aí que começa a transformação social”. Para ela, as mulheres, assim como os homens, precisam ater-se sempre ao princípio da garantia da integridade humana.

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