Governo projeta zerar fila de espera por cirurgias de catarata

Com um aporte extra de recursos do Governo do Estado, já foram feitas mais de seis mil cirurgias desde o ano passado. A iniciativa é um sucesso e está fazendo com que milhares de pessoas voltem a enxergar
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10/08/2017 - 16:20
Editoria

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O Mutirão Paranaense de Cirurgias está avançando para zerar a fila de espera por procedimentos de catarata em Foz do Iguaçu (Oeste) e toda a região. Com um aporte extra de recursos do Governo do Estado, já foram feitas mais de seis mil cirurgias desde o ano passado. A iniciativa é um sucesso e está fazendo com que milhares de pessoas voltem a enxergar.

O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, esteve em Foz do Iguaçu nesta quinta-feira (10) e afirmou que a previsão é acabar com a demanda reprimida do SUS ainda no primeiro semestre do ano que vem.

"Estima-se que mais de 12 mil pessoas aguardavam por uma cirurgia de catarata na região quando o mutirão foi iniciado. Grande parte necessitava realizar o procedimento em ambos os olhos", disse ele.

APOSENTADORIA - É o caso da funcionária pública aposentada Lindinalva Lazzarini Ribas, de 67 anos. Ela estava praticamente cega. "Tive que antecipar a minha aposentadoria por causa da dificuldade para enxergar. Por mim, estava trabalhando até hoje. Isso sem falar nas coisas que deixei de fazer em casa por conta da catarata", contou.

Outro exemplo é Maria Benedita da Silva, moradora de Iguaraçu, no Noroeste do Estado, que também fez a cirurgia em Foz. Ela conta que sofre com as complicações da catarata há mais de 10 anos, sendo que desde 2009 estava cadastrada no SUS à espera do procedimento. "Graças a este mutirão vou finalmente fazer a cirurgia. A cada dia minha visão ficava pior. Não conseguia nem reconhecer as pessoas", diz a dona de casa.

APOIAR MUNICÍPIOS - Segundo o secretário Caputo Neto, o mutirão surgiu da necessidade de apoiar os municípios no atendimento na área de especialidades, que é hoje um dos maiores gargalos da saúde pública. O projeto beneficia pacientes que têm a qualidade de vida comprometida por conta de problemas que muitas vezes não tem tratamento alternativo.

"Sem a cirurgia, a catarata tende a se agravar cada vez mais, levando até à cegueira completa. Trata-se de uma doença que afeta mais os idosos, mas está sujeita a aparecer em qualquer faixa etária", explica ele.

Com a cirurgia, é substituída a lente natural do olho por uma artificial. O procedimento é rápido, dura menos de 10 minutos. Desde o início do mutirão, nenhuma intercorrência grave foi registrada. "É tudo muito seguro. Trabalhamos com os melhores materiais disponíveis no mercado, além de uma equipe experiente, com mais de 100 mil cirurgias. Isso garante o que há de melhor a população", detalha o coordenador do serviço de referência em cirurgia de catarata, Roberto Cacciari Filho.

AMPLIAR - Durante agenda em Foz do Iguaçu, Caputo Neto também se reuniu com a direção da 9ª Regional de Saúde para tratar sobre a possibilidade de ampliar o mutirão para atender também outras especialidades. A ideia é ofertar cirurgias nas áreas de varizes, urologia, vascular, otorrinolaringologia e cirurgia geral.

Para isso, será feito um edital de chamamento público para selecionar os serviços de saúde que farão as cirurgias. A expectativa é que todo o processo seja formalizado no próximo mês, possibilitando a ampliação da oferta de procedimentos o mais breve possível.

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Estado garante mais uma unidade de saúde em Foz do Iguaçu

O Governo do Paraná vai investir R$ 721 mil para a construção de uma nova unidade de saúde em Foz do Iguaçu. A estrutura vai ampliar a retaguarda de atendimento público de saúde disponível aos moradores do bairro Porto Meira, que concentra mais de 50 mil habitantes. Além de custear a obra o Estado repassará ainda mais R$ 115 mil para compra de equipamentos e mobiliário.

“Esta será a quarta unidade de saúde que construiremos aqui em Foz, desde 2011. Temos ainda obras nos bairros Cidade Nova e São Roque, além da unidade do Jardim Jupira, que já está em funcionamento”, disse o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, durante encontro com o prefeito de Foz, Chico Brasileiro.
A nova unidade de saúde do Porto Meira atenderá a comunidade do Bubas, onde estima-se que vivam mais de 3 mil famílias. “Trata-se de uma comunidade que necessita de investimentos porque por muito tempo ficou esquecida pelas autoridades. Com esta obra vamos criar um grande complexo da cidadania, visto que aqui já funcionam uma creche e um centro de convivência”, disse o prefeito Chico Brasileiro ao visitar o terreno onde será construído o prédio.

PROJETO – Com 348 metros quadrados e uma ampla área de atendimento, o serviço será a base para três equipes da estratégia de saúde da família. O projeto seguirá a planta padrão da Secretaria de Estado da Saúde, que se destaca pelo conforto, segurança e eficiência na distribuição das alas.

Para o diretor da 9ª Regional de Saúde, Ademir Ferreira, os investimentos demonstram a atenção especial que o Governo do Estado tem dado ao município de Foz do Iguaçu. “A saúde de Foz estava fragilizada por conta dos acontecimentos dos últimos anos. Por isso, o apoio do Estado tem sido essencial para fazer este resgate tanto da atenção básica, quanto da área de especialidades e também da rede hospitalar”, lembrou.

Nesta quinta-feira, Caputo Neto também visitou o canteiro de obras da unidade de saúde do Cidade Nova, que está paralisada, mas já tem quase 90% dos trabalhos concluídos. Segundo a prefeitura, a construção teve que ser relicitada por conta de problemas ocorridos na gestão passada.

“Só iremos construir a unidade do Porto Meira porque tivemos o compromisso do prefeito Chico Brasileiro em finalizar esta obra. O mesmo vale para a unidade do São Roque. Estamos acompanhando o empenho da atual administração para colocar a saúde de Foz novamente nos trilhos e por isso somos parceiros da prefeitura”, declarou o secretário.

Para Caputo Neto, o fortalecimento da atenção básica é essencial para que se alcance a excelência no sistema público de saúde. “Temos que levar atendimento de qualidade para mais perto das pessoas. Estudos mostram que mais de 80% dos problemas de saúde podem ser resolvidos na atenção primária, cujo principal serviço é a unidade de saúde. Por isso é preciso que se invista cada vez mais na base”, explicou.

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