Governo avança no trabalho
de recuperação do Litoral

Enquanto máquinas fazem a limpeza de rios em Morretes e Paranaguá, no distrito de Floresta é montada uma serraria para beneficiar a madeira retirada. Programas de geração de renda e de replantio de árvores nativas também estão em curso
Publicação
15/08/2011 - 19:00

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O governo do Paraná deu início à segunda fase de recuperação da região do distrito de Floresta, em Morretes, região mais afetada pelos acidentes naturais provocados pelas chuvas de março passado. Até agora foram retirados mais de 4.000 metros estéreos de madeira do leito do rio Jacareí. Os trabalhos estão sendo coordenados pela Secretaria de Estado da Infraestrutura e Logística e Provopar Estadual, com apoio do Instituto das Águas, Instituto Ambiental (IAP) e Cohapar.
“Estamos fazendo um esforço concentrado de órgãos estaduais, prefeituras e empresas, para encontrar soluções e acelerar o trabalho de recuperação do Litoral”, afirma José Richa Filho, secretário de Infraestrutura e Logística. Segundo ele, a chegada de recursos federais permitiu acelerar as obras de intervenção e construção na região afetada pelas chuvas de março. “Toda semana temos um novo cenário na região, melhor do que o anterior”, diz Richa Filho.
A grande preocupação era a urgência em retirar a parte mais pesada da madeira acumulada no leito do rio, que ameaçava a ponte reconstruída pela Ecovia sobre a BR-277. “Esse trabalho avançou bastante”, afirma Luiz Carlos Reis, superintendente do Provopar. “Agora, em conjunto com o Instituto das Águas, começamos a fazer a limpeza e desassoreamento dos leitos dos rios e permitimos o beneficiamento in loco da madeira que estava acumulada”, diz ele.
Nesta semana, uma serraria montada em um barracão da região do distrito de Floresta vai começar a beneficiar a madeira retirada do rio. O equipamento está sendo montado pela empresa responsável pela retirada da madeira e vai facilitar a fiscalização e a certificação da madeira, por parte do IAP, além de evitar a derrubada de outras árvores. O maquinário vai picar o material em cavacos (150 toneladas de lenha por dia), que serão usados como lenha para queima em caldeiras de empresas da região.
“É uma medida que agrega valor ao material retirado do rio e melhora a logística dos trabalhos de recuperação da região. Dessa forma, a renda obtida com a madeira pode ser revertida mais rapidamente em ações para apoiar as famílias da comunidade local que foram afetadas”, afirma Luiz Reis.
Paralelamente, o Provopar começou a reunir os artesãos de Morretes, para encaminhar um conjunto de projetos de capacitação e geração de renda e o IAP está elaborando um plano para replantio de espécies nativas, para recompor a mata ao longo do rio.
DESASSOREAMENTO — O Instituto das Águas do Paraná também acelera o trabalho, para deixar os rios e canais da região litorânea em condições de receber as chuvas do período de verão. No momento, pelo menos dez máquinas, entre escavadeiras hidráulicas e tratores agrícolas com guinchos, com uma equipe de dezessete homens e veículos de suporte trabalham nos rios Jacareí, Sagrado e Sambaqui, na região mais próxima da serra, em Morretes. Em Paranaguá, por enquanto, os trabalhos estão concentrados na região do Morro Inglês, nos rios Miranda, Vermelho e do Meio.
“A cheia tirou os rios da caixa natural, alterou o traçado e a forma, depositando areia e material orgânico. Agora estamos corrigindo o traçado e fazendo a limpeza, para garantir a segurança da rodovia e para melhorar a circulação das pessoas nessas áreas”, afirma Everton Luiz da Costa Souza, diretor do Instituto das Águas. “Esse é um trabalho também de prevenção de enchentes e outros danos que esses eventos podem provocar na BR-277.”

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