Fundação Araucária investe R$ 410 milhões em pesquisa científica

Recursos foram para cinco mil projetos nas áreas de ciência, tecnologia e inovação, além de 23 mil bolsas para estudantes, pesquisadores, professores e profissionais. Tudo foi liberado por meio de 154 chamadas públicas.
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03/11/2018 - 08:00

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O Governo do Paraná incentiva o desenvolvimento de pesquisas científicas e a integração entre a academia e o setor produtivo. Nos últimos sete anos, por meio da Fundação Araucária (FA), o Estado investiu mais de R$ 410 milhões em cinco mil projetos nas áreas de ciência, tecnologia e inovação. Também disponibilizou 23 mil bolsas de estudo para estudantes, pesquisadores, professores e profissionais - sendo três mil só em 2018.

Essas bolsas e projetos foram liberados por meio de 154 chamadas públicas – modalidade em que as propostas são avaliadas por pesquisadores do Paraná – e 14 processos de inexigibilidade, categoria em que os projetos são avaliados por membros do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). Todo instituto de ensino superior, instituto de pesquisa de natureza pública e organização social sem fins lucrativos, com sede no Estado, pode receber recursos.

“Com investimentos em ciência, tecnologia, ensino superior e inovação podemos evoluir ainda mais em aspectos econômicos e sociais no Paraná”, afirma a governadora Cida Borghetti. “Estados com sensibilidade para investir nessas áreas conseguem reverter todo o recurso em melhorias para setores como moradia, transporte, educação e saúde”, acrescenta Cida.

DIAGNÓSTICO – Exemplo de projeto na área de saúde é o d-GDM, software gratuito desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em parceria com o Grupo de Pesquisa em Doenças Metabólicas. O aplicativo auxilia profissionais de saúde a diagnosticar a diabetes gestacional, condição em que mulheres têm aumento da glicemia durante a gravidez.

“O software dá uma grande ajuda aos profissionais da saúde, que passam a ter mais facilidade na hora de dar o diagnóstico da doença, que envolve muitos critérios e variáveis”, diz Waldemar Volanski, aluno do doutorado do programa de ciências farmacêuticas da instituição e criador do programa. O aplicativo, que levou três anos para ser desenvolvido, pode ser acessado pela internet ou baixado no Google Play, loja de apps do Android.

De acordo com Geraldo Picheth, coordenador do grupo que desenvolveu o programa e professor titular da disciplina de bioquímica clínica do curso de farmácia da UFPR, o auxílio da Fundação tem sido fundamental para a instituição. “Sem esses recursos, não teríamos condições de subsidiar o laboratório em termos de insumos e mesmo de bolsas, que são fundamentais para a pesquisa”, afirma ele.

Para o presidente da Fundação Araucária, Paulo Brofman, projetos como o da UFPR mostram que a comunidade científica está cumprindo seu papel. “Afinal, esses pesquisadores estão desenvolvendo ações que são revertidas à sociedade, beneficiando toda a população paranaense e de todo o Brasil”, diz.

PROJETOS E BOLSAS – A Fundação tem diversas modalidades de bolsas de estudo e projetos. Para alunos de graduação, elas são destinadas para iniciação científica, tecnológica, inclusão social e atividades de extensão. “O principal objetivo é fazer com que os estudantes da graduação conheçam, desde cedo, a importância da pesquisa, da ciência e da tecnologia”, ressaltou Brofman.

Há também bolsas na modalidade sênior, direcionadas a pesquisadores aposentados; técnicas, voltadas a profissionais que podem auxiliar nos laboratórios; as de produtividade, que têm como objetivo incentivar pesquisadores que mais produzem trabalhos científicos; e as bolsas de pós-doutorado em empresas, que unem a realidade do mercado de trabalho com a academia.

Existem também as bolsas de pós-doutorado, de mestrado, de doutorado e de capacitação docente, cuja finalidade é auxiliar na melhoria da qualidade dos programas de pós-graduação das universidades.

PARCERIAS – Outro aspecto que vem sendo desenvolvido pela Fundação Araucária desde 2011 é o estabelecimento de parcerias nacionais, englobando empresas privadas e órgãos estaduais e federais, e internacionais. Hoje, lembra Brofman, há cooperação com o Fundo Newton, do Reino Unido; Horizon2020, da comunidade Europeia; Institut National de Recherche en Informatique et Automatique, da França, entre outras entidades.

“A Fundação Araucária tem investido fortemente no trabalho em conjunto com outras instituições, o que beneficia projetos importantes dentro e fora do Brasil. Um deles, por exemplo, visa a cooperação científica, tecnológica e de inovação entre estudantes de mestrado e de doutorado de universidades paranaenses e de universidades italianas”, explica Brofman.

FUNDAÇÃO – A Fundação Araucária é uma organização privada de interesse público, criada a partir de uma lei de 1998, veiculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná. A entidade busca o desenvolvimento social, econômico e ambiental do Paraná a partir de três eixos estratégicos: Fomento à Pesquisa Científica e Tecnológica; Disseminação da Pesquisa Científica e Tecnológica; e Verticalização do Ensino Superior e Formação de Pesquisadores.

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