A Ferroeste (Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A.) comemora os números recordes conquistados em 2018. Pelos 250 quilômetros da ferrovia entre Cascavel e Guarapuava serão transportadas 826 mil toneladas úteis (TUs) até 31 de dezembro, o que representa um crescimento de 15% em relação a 2017.
O faturamento previsto para este ano é de R$ 20,3 milhões, um salto de 16% em relação aos R$ 17,4 milhões contabilizados em 2017.
Segundo o diretor-presidente da Ferroeste, Ricardo Soares Martins, o desempenho superou as expectativas. “É resultado de toda a nossa negociação com vários clientes, não só a Rumo, nosso parceiro, pois precisamos dele para descer a Serra, e as cooperativas Cotriguaçu, Cargill e Agrária”, diz. Para 2019, a projeção de receita é de R$ 24,7 milhões.
O grande destaque deste ano foi o fluxo de exportações: 389 mil TUs – a maior quantidade anual da história da empresa. De acordo com Martins, o incremento foi alavancado principalmente pela quantidade embarcada de soja, que não é comum nesta época do ano.
Além de grãos (também milho e trigo), farelos e contêineres são escoados pelos trens da Ferroeste rumo ao Porto de Paranaguá. No sentido importação, a ferrovia transporta principalmente insumos agrícolas, adubo, fertilizante, cimento e combustíveis.
PLANO ESTRATÉGICO – Na última reunião do Conselho de Administração da Ferroeste, no dia 17, foi aprovado um inédito plano estratégico – para o período de 2019 a 2023. “Conseguimos fazer um planejamento de cinco anos, mostrando como seria o resultado da empresa quando aprovado o projeto de investimentos na nova ferrovia”, afirma.
“O grande foco nos dois primeiros anos é trabalhar para deixar a empresa com rentabilidade boa e manter as parcerias”, acrescenta. Nos anos seguintes, o cenário já considera a nova ferrovia. Quatro consórcios realizam o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) para a implantação de mil quilômetros de trilhos, ligando Dourados (MS) aos portos do litoral paranaense, que inclui a revitalização do trecho já operado pela Ferroeste.
LEGADO – Durante a gestão da governadora Cida Borghetti, a Ferroeste implantou duas mudanças importantes. Em setembro, foi lançado o Programa de Integridade e Compliance, ferramenta responsável por garantir a transparência e a confiabilidade nos processos.
No começo deste mês de dezembro, a ferrovia passou a ser uma empresa dependente do Estado. Conforme Martins, com a inclusão na verba orçamentária do Estado, o governo poderá investir mais na infraestrutura, como reforma ou aquisição de novas locomotivas, até que a nova ferrovia seja viabilizada. Em 2018 foram investidos R$ 1,2 milhão em manutenção de máquinas. No orçamento de 2019, estão programados mais R$ 4 milhões.