As ações promovidas pelo Família Paranaense, programa do Governo do Estado, melhoraram significativamente as condições de vida das famílias acompanhadas. Os resultados foram apresentados durante o III Seminário Estadual do Família Paranaense nesta quinta-feira (30), em Curitiba. O encontro reuniu técnicos e gestores da assistência social dos 399 municípios paranaenses, na quarta e quinta-feira.
Os números mostraram melhorias, principalmente na área de habitação e no índice de vulnerabilidade das famílias (IVF). “A melhoria do IVF-PR nos municípios prioritários aumentou o dobro do que no grupo de adesão espontânea”, constatou o coordenador da Assessoria Técnica de Planejamento e Gestão da Informação, Thiago de Angelis, da Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social.
Os municípios prioritários foram incluídos no programa por apresentarem baixo índice de desenvolvimento humano (IDH). Os de adesão espontânea optaram por fazer parte da principal estratégia do Governo do Estado para erradicação da pobreza e promover a emancipação das famílias. São 156 prioritários e 207 de adesão espontânea.
ÍNDICES – Desde que foi implantando, em 2012, 34,7% das famílias participantes do programa saíram de moradias improvisadas para casas melhor estruturadas, o que reflete diretamente na qualidade de vida. Em saneamento básico, também houve melhorias. O número de famílias com banheiro sanitário no domicílio aumentou 26,8%.
Outro grande avanço foi o aumento de 22% no número de crianças e adolescentes na escola, das famílias acompanhadas pelo programa.
Com relação ao trabalho infantil, houve redução de 34,7%, considerando as famílias acompanhadas tanto nos municípios prioritários como nos de adesão espontânea.
De acordo com Angelis, dar visibilidade aos dados é uma das estratégias para direcionar as novas ações do programa. “O Estado, ao fazer investimento nos municípios, automaticamente melhora as condições de vida e de renda dessa população mais vulnerável”, destaca.
MONITORAMENTO – O programa tem quatro avaliações principais: de impacto, psicossocial, intermediária e do IVF. A assessora de monitoramento e avaliação do Família Paranaense, Josiane Nogueira, explica que cada avaliação tem uma periodicidade. A avaliação de impacto é essa que ocorreu agora.
Para ela, a avaliação está mais ligada à apreciação do processo que propriamente a dar valor a itens. “A avaliação é importante para aprender e melhorar os processos. O programa Família Paranaense é grande e complexo”, diz Josiane. “Precisamos ver esses resultados, durante o decorrer do programa, para aperfeiçoá-lo. Isso resulta na melhoria da qualidade de vida dessas famílias”.
A avaliação intermediária já começou a ser feita pelo consultor Francesco Di Villarosa. Ele destaca que a avaliação é ferramenta fundamental para analisar se investimentos estão produzindo resultados.
Francesco irá entrevistar os comitês regionais, municipais, locais e técnicos que trabalham com as famílias e fazer grupos focais diretamente com os beneficiários. “Um programa como o Família Paranaense tem um arranjo muito sofisticado e complexo de gestão. Por isso, é importante entender bem o funcionamento desse arranjo. Esse vai ser um dos focos do meu trabalho”, afirmou.
DIÁLOGO - O consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Francisco Oshoa, salienta que, além das avaliações, conversar com os trabalhadores do programa também mostra como as ações do Família Paranaense são realizadas.
“O Família está em etapa de consolidação, de crescimento e, sobretudo, de fortalecimento de suas ações. É uma oportunidade de conversar para ver o que ainda pode ser ajustado, reforçado e elencar o que está em bom funcionamento”, acrescenta o consultor.
Para Oshoa, a escolha em investir no Família Paranaense foi porque o programa atua em regiões vulneráveis. “Desde o início, o programa trouxe uma proposta muito bem construída, forte e que tentava fazer o que não tinha sido feito ainda: trabalhar intersetorialmente e colocar a família no núcleo das ações”, diz.
SEMINÁRIO – Para a assistente social do escritório regional da Secretaria da Família de Laranjeiras do Sul, Ana Carla Novacovski, a evolução do programa é visível. “Estou no Família Paranaense desde o início e vejo que ele atua com uma diversidade de projetos e eixos, o que só engrandece o trabalho dos municípios”.
Segundo a assistente social do escritório regional da Secretaria da Família de Pato Branco, Eliane Willms, o Seminário é uma forma de fortalecer e melhorar o trabalho dos técnicos que atuam diretamente com as famílias. “Para que as ações sejam realizadas com qualidade lá na ponta, elas precisam ser bem organizadas desde a gestão, para que haja um real desenvolvimento social das famílias do Paraná”, acrescenta Eliane.