Facilidade para abrir empresas ajuda a sair da informalidade

Crise econômica motivou muitas pessoas a abrirem seus próprios negócios e a desburocratização do sistema ajuda os novos empreendedores. Segundo a Jucepar, entre 2013 e 2017 foram abertas no Estado 246.312 novas empresas.
 
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15/01/2018 - 10:20
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A desburocratização nas etapas de registro empresariais (aberturas, alterações e baixas) fez com que, nos últimos anos, muitas pessoas transformassem suas atividades informais em principais atividades. Dados da Junta Comercial do Paraná (Jucepar) mostram que entre 2013 e 2017 foram abertas no Estado 246.312 novas empresas. No ano passado, o número de novas empresas foi 9,7% maior do que no ano anterior - com 43.312 abertas de janeiro a dezembro.

O número alto aponta um crescimento e uma procura pela formalização mesmo em um período de recessão econômica. Foi o que aconteceu com a jornalista Camila Machado, 27 anos. No ano passado, a empresa em que trabalhava há três anos fechou em decorrência da crise econômica. Sem conseguir se recolocar na área de formação de imediato resolveu apostar em algo novo.

Camila sempre gostou muito de moda e com a amiga, Gabriela Fedrizzi, resolveu fazer uma compra de roupas com o intuito de revender. “Foi algo bem informal no começo, uma ação entre os amigos e, como foi um sucesso, resolvemos apostar nisso”, conta. Para facilitar as transações, ela resolveu, em primeiro lugar, abrir uma empresa na modalidade de Microempreendedor Individual (MEI).

De acordo com o Portal do Empreendedor, até dezembro de 2017 eram mais de 440 mil microempreendedores individuais no Paraná. “Com isso, já podíamos emitir nota fiscal e também conseguir as peças com preço de atacado, o que, para quem está começando, é bem importante”, Camila.

Em menos de um ano, a loja de roupas, que começou virtual, ganhará a primeira loja física. De Microempreendedor Individual as amigas já pensam na possibilidade de mudar para uma modalidade maior de empresa.

“O bom é que tudo foi muito rápido, pela internet mesmo. No começo achei que seria só burocracia, fiquei até desanimada. Mas é tudo rápido e autoexplicativo, além de dar mais segurança para o negócio”, avalia a empresária.

TUDO ON LINE - De acordo com o presidente da Jucepar, Ardisson Akel, o exemplo da jornalista se tornou comum nos últimos anos. “Muita gente precisou se reinventar para driblar a crise e, percebendo isso, diminuímos as burocracias e modernizamos os processos de abertura ou fechamento de empresas no Estado”, conta.

Segundo ele, atualmente, para abrir uma empresa ou fazer qualquer tipo de alteração, a pessoa não precisa mais sair de casa e tudo pode ser feito on-line, através do sistema Empresa Fácil Paraná.

“Antes era preciso imprimir o contrato societário várias vezes, reconhecer firma de todos os sócios e dar entrada em diferentes órgãos que regulam e licenciam empresas, o que levava até mais de um mês em alguns casos. Hoje, tudo é feito através de um sistema que integra diferentes órgãos e não há mais nem a necessidade de imprimir o documento e protocolar ele fisicamente, pois tudo é feito digitalmente através da certificação digital”, explica Ackel.

INTEGRAÇÃO - O sistema implantado pela Jucepar é o Empresa Fácil Paraná, que integra, além do cadastro na Junta Comercial, os sistemas de 213 prefeituras, Receita Federal, Receita Estadual, Secretaria do Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) também utiliza o sistema para os registros que envolvem os escritórios de advogados associados.

“É importante reconhecer que mesmo diante de um momento de incertezas na economia, o Paraná se mostrou empreendedor e temos exemplos de empresas muito jovens dando certo. Nossa expectativa é que esses números fiquem ainda mais positivos em 2018, principalmente com os sinais da retomada da economia”, analisa o presidente da Jucepar.

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