Exportações do
Paraná cresceram
12% no trimestre

Impulsionadas pelo câmbio favorável, as receitas de vendas externas somaram US$ 3,34 bilhões, contra US$ 3 bilhões nos primeiros três meses de 2015
Publicação
11/04/2016 - 09:00
Editoria

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As exportações do Paraná cresceram 12% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. Impulsionadas pelo câmbio favorável, as receitas de vendas externas somaram US$ 3,34 bilhões, contra US$ 3 bilhões nos primeiros três meses de 2015, de acordo com dados de Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Os embarques de soja em grão, carnes e automóveis puxaram o resultado.
As importações, por outro lado, sentiram o peso do dólar desfavorável e tiveram queda de 24,3%. Foram US$ 2,43 bilhões no primeiro trimestre, contra US$ 3,2 bilhões de janeiro a março do ano passado.
Com o resultado, o Paraná fechou o primeiro trimestre com um superávit comercial de US$ 928,8 milhões. O Estado respondeu, sozinho, por 11% do saldo comercial brasileiro no trimestre, de US$ 8,4 bilhões.
O desempenho do Paraná nas exportações foi melhor do que o do Brasil, que, mesmo com o câmbio favorável, registrou queda nos embarques. No primeiro trimestre, o Brasil registrou uma retração de 5% nas exportações, para US$ 40,6 bilhões.
“O Paraná está aproveitando melhor a válvula de escape proporcionada para o câmbio para crescer nas vendas externas, o que deve ter um reflexo positivo no desempenho da economia paranaense em 2016”, afirma Julio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social). Um dado relevante, de acordo com ele, é que as exportações paranaenses estão crescendo não apenas no complexo soja, tradicionalmente exportador, mas também na indústria, que perdeu espaço no mercado externo nos últimos anos.
INDUSTRIALIZADOS – No primeiro trimestre, as vendas externas de produtos manufaturados foram puxadas pelos automóveis, cujos embarques totalizaram US$ 99 milhões, 166% mais do que no mesmo período do ano passado.
Parte desse desempenho se deve à melhora nas relações comerciais com a Argentina, com a mudança de governo no País. As exportações de veículos de carga, por sua vez, cresceram 143,6%, para US$ 33,7 milhões.
Para Suzuki Júnior, a tendência é de melhora do quadro de exportações da indústria, principalmente com o início das exportações de celulose pela nova fábrica da Klabin em Ortigueira, nos Campos Gerais. “O setor de papel e celulose deve ser um dos destaques nas exportações em 2016”, afirma.
SOJA - No agronegócio, a soja puxou os embarques paranaenses. As exportações do grão – que respondem por 24% das vendas externas do Estado - aumentaram 106,2%. Passaram de US$ 393,1 milhões no primeiro trimestre do ano passado para US$ 810,5 milhões no mesmo período de 2016.
As vendas de carne bovina in natura, por sua vez, cresceram 265%, de US$ 7,1 milhões para US$ 25,9 milhões, embaladas pelo fim de embargos e queda de barreiras sanitárias ao produto paranaense nos últimos meses. As vendas de carne suína in natura avançaram de US$ 22,3 milhões para US$ 33,2 milhões, alta de 48,4%. A receita de carne de frango in natura - segundo colocado na pauta de exportações do Estado – teve queda pequena, 3,6%, para US$ 449,8 milhões.
As exportações de cereais, principalmente milho, também tiveram resultado positivo, com alta de 51,4% na mesma base de comparação – de US$ 145,8 milhões para US$ 220,8 milhões.
De acordo com Suzuki Júnior, a tendência geral nas exportações é de crescimento em 2016. “Depois de dois anos de retração, as exportações devem fechar com crescimento em 2016 e ajudarem o Paraná a ter um saldo positivo na balança comercial”, afirma.
COMPRAS EXTERNAS - As importações, porém, seguem em tendência de queda, influenciada pelo dólar alto e pela redução da atividade econômica. No primeiro trimestre, a maior retração, de 60%, foi registrada nas importações de óleo bruto de petróleo, de US$ 212,1 milhões, para US$ 84,7 milhões. As compras de automóveis de outros países tiveram resultado semelhante, com queda de 59%, de US$ 148,3 milhões para US$ 59,9 milhões.
O destaque de crescimento ficou para as importações de máquinas e aparelhos para fabricação de pasta celulósica e papel. As importações passaram de US$ 11,4 milhões para US$ 81,4 milhões – alta de 616% - impulsionadas pelo projeto da Klabin em Ortigueira.
Ainda assim as importações paranaenses caíram menos do que a média brasileira. As importações do País recuaram 33,4% no primeiro trimestre, para US$ 32,2 bilhões.
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