O Paraná exportou 33% mais café em grão nos primeiros setes meses deste ano, em comparação com igual período do ano passado. As receitas somaram US$ 65,3 milhões (R$ 228,5 milhões), contra US$ 48,8 milhões (R$ 170,8 milhões). A qualidade do produto paranaense, o câmbio favorável e demanda mundial sustentam as vendas externas.
Nesse ano, o Paraná deve colher 1,1 milhão de sacas (de 60 quilos). O volume é praticamente o dobro do ano passado, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.
"Depois de um período caracterizado pela perda de mercado do café, decorrente de vários fatores, inclusive a questão climática, o Estado volta a conquistar espaço nas vendas externas", disse o governador Beto Richa. "Atribuímos esta retomada aos investimentos na maior qualidade do café produzido aqui no Estado. O produtor tem o apoio do Estado no uso mais intensivo de tecnologia, o que gera mais produtividade e uma variedade maior de cafés de qualidade", ele acrescentou. "Nosso propósito é estreitar ainda mais esta cooperação com o produtor e ampliar as exportações. Agora não mais com o foco na quantidade, mas na qualidade".
A cafeicultura gera diretamente cerca de 15 mil empregos permanentes ou temporários nas lavouras paranaenses, segundo estima o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). O produto é cultivado em cerca de 10 mil propriedades, a maioria de pequeno porte, de até 10 hectares. “O café é uma das poucas culturas que pode propiciar uma boa rentabilidade em áreas pequenas, ao contrário da soja, por exemplo. O que favorece o pequeno produtor familiar”, diz Gustavo Hiroshi Sera, pesquisador em melhoramento genético do Iapar.
RECUPERAÇÃO - O ano de 2015 tem sido um ano de recuperação para o produtor de café, após a geada de 2013, que destruiu metade das lavouras do Estado e prejudicou a produção do ano passado. “Em 2015, o clima ajudou. Será uma safra de qualidade boa, apesar de as chuvas terem estragado um pouco a colheita. Teremos a primeira safra cheia desde 2013”, explica Francisco Carlos Simioni, diretor geral do Deral. Atualmente, 61% da safra foi colhida.
Nesse ano, o café ocupa 44,5 mil hectares. A produtividade cresceu 60%, chegando a 1.616 quilos por hectare. Os municípios de Cornélio Procópio, Jacarezinho, Londrina, Ivaiporã e Apucarana são os principais produtores de café no Paraná.
Em geral, o café divide a atividade com a fruticultura e a produção de grãos, além da pecuária ( de corte e leiteira). “É uma cultura intensiva de mão de obra, porque ainda apenas uma parte da colheita é mecanizada”, afirma Simioni.
QUALIDADE - O Paraná é, atualmente, o sexto maior produtor nacional, mas reconhecido, de acordo com Simioni, por produzir um café de qualidade e com grande aceitação no mercado externo. “Os nossos produtores vêm conseguindo excelentes classificações em concursos de qualidade, tanto no Paraná como em outros Estados. E conquistando preferência nas exportações nos principais mercados, como Estados Unidos”, diz.
MERCADO INTERNO - Além da exportação, a produção de café tem como destino as indústrias de processamento no Estado, de acordo com Paulo Sergio Franzini, economista do Deral e secretário-executivo da Câmara Setorial do Café. “Hoje o Paraná tem que importar café de outros Estados para suprir a demanda das indústrias. O consumo é de 3 milhões de sacas, três vezes mais do que o Estado produz”, afirma.
BOX 1
PESQUISAS GARANTEM MAIS
QUALIDADE E PRODUTIVIDADE
A cafeicultura do Paraná, que teve seu auge interrompido pela grande geada negra de 1975, hoje ocupa uma área bem menor do que no passado, mas é reconhecida pela qualidade e produtividade, graças ao trabalho de pesquisa desenvolvido pelo Governo do Estado, por meio do Instituto Emater e do Iapar, pertencentes à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.
A meta é elevar a produtividade de 23 sacas para 40 sacas (60 quilos) por hectare, em dez anos, de acordo com o pesquisador Gustavo Hiroshi Sera.
O instituto já desenvolveu sete variedades, duas delas que permitem um potencial de produtividade de até 55 sacas por hectare.
A produção passa por uma fase de transição, com aumento de mecanização e de tecnologia no campo. “Produtores que não usavam tecnologia e mecanização saíram do mercado com a geada de 2013. E quem ficou está buscando melhorias. Pequenos produtores vêm se unindo para comprar colheitadeiras, por exemplo”, diz.
40 ANOS – O Paraná completou, em 18 de julho de 2015, 40 anos desde que a geada negra dizimou os cafezais no Estado. Até então principal produto agrícola do estado, o café foi responsável por desenvolver o Norte paranaense entre 1920 e 1975.
No seu auge, o Estado chegou a colher 20 milhões de sacas, o que equivalia a um terço da produção mundial. Os estragos provocados pela geada, no entanto, provocaram uma mudança radical, com o abandono da atividade por parte dos produtores, o que abriu espaço para o desenvolvimento de outras culturas como soja e milho.
Box 2
“CAFÉ QUALIDADE PARANÁ” INCENTIVA PRODUTORES
O Governo do Paraná, por meio da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, vem incentivando a produção de maior qualidade, com foco em cafés especiais. Para isso, a Secretaria, em parceria com Câmara Setorial de Café, promove anualmente o Concurso Café Qualidade Paraná, que premia os melhores produtos do Estado, de acordo com a pontuação de referência da Associação Americana de Cafés Especiais.
Na sua 13a edição, o prêmio é disputado em três categorias - cereja descascado, natural e microlotes da pequena agricultura familiar. A premiação ocorre em outubro.
Os finalistas dividirão R$ 30 mil e terão garantida a compra, pelo Governo do Paraná em parceria com parceiros da iniciativa privada, dos lotes por um preço no mínimo 25% superior à cotação registrada na Bolsa de Mercadorias e Futuro (BM&F).
De acordo com Francisco Carlos Siminioni, o governo por meio da Emater, vem fazendo um trabalho para melhorar a produtividade nas lavouras de café, buscando auxiliar o produtor no uso de tecnologia de plantio.
Box 3
CONSUMO MUNDIAL CRESCE ATÉ 2% AO ANO
O aumento do consumo mundial de café – entre 1,5% e 2% ao ano, de acordo com a Organização Internacional do Café (OIC) - tem resultado em uma melhor performance das exportações do Paraná. Além do café em grão, o Estado também exportou mais café solúvel, com avanço de 6,11%, para US$ 162,6 milhões.
O câmbio favorável vem melhorando a rentabilidade do produtor nas exportações, apesar da queda nos preços internacionais.
Os principais mercados do café em grão cru do Estado são Estados Unidos – maior comprador mundial -, Itália e Alemanha. No café solúvel, os principais destinos são Estados Unidos, Russia e Japão.
O Paraná planta café tipo arábica, variedade que lidera as exportações brasileiras. No ano passado, o arábica respondeu por 81% dos embarques de café do País. O Brasil é hoje o maior produtor e exportador mundial de café. Além de tradicionais compradores, como Estados Unidos e Europa, países como Rússia, Coreia e China vêm aumentando importações.
Saiba mais sobre o trabalho do Governo do Estado em: www.pr.gov.br e www.facebook.com/governopr
Nesse ano, o Paraná deve colher 1,1 milhão de sacas (de 60 quilos). O volume é praticamente o dobro do ano passado, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.
"Depois de um período caracterizado pela perda de mercado do café, decorrente de vários fatores, inclusive a questão climática, o Estado volta a conquistar espaço nas vendas externas", disse o governador Beto Richa. "Atribuímos esta retomada aos investimentos na maior qualidade do café produzido aqui no Estado. O produtor tem o apoio do Estado no uso mais intensivo de tecnologia, o que gera mais produtividade e uma variedade maior de cafés de qualidade", ele acrescentou. "Nosso propósito é estreitar ainda mais esta cooperação com o produtor e ampliar as exportações. Agora não mais com o foco na quantidade, mas na qualidade".
A cafeicultura gera diretamente cerca de 15 mil empregos permanentes ou temporários nas lavouras paranaenses, segundo estima o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). O produto é cultivado em cerca de 10 mil propriedades, a maioria de pequeno porte, de até 10 hectares. “O café é uma das poucas culturas que pode propiciar uma boa rentabilidade em áreas pequenas, ao contrário da soja, por exemplo. O que favorece o pequeno produtor familiar”, diz Gustavo Hiroshi Sera, pesquisador em melhoramento genético do Iapar.
RECUPERAÇÃO - O ano de 2015 tem sido um ano de recuperação para o produtor de café, após a geada de 2013, que destruiu metade das lavouras do Estado e prejudicou a produção do ano passado. “Em 2015, o clima ajudou. Será uma safra de qualidade boa, apesar de as chuvas terem estragado um pouco a colheita. Teremos a primeira safra cheia desde 2013”, explica Francisco Carlos Simioni, diretor geral do Deral. Atualmente, 61% da safra foi colhida.
Nesse ano, o café ocupa 44,5 mil hectares. A produtividade cresceu 60%, chegando a 1.616 quilos por hectare. Os municípios de Cornélio Procópio, Jacarezinho, Londrina, Ivaiporã e Apucarana são os principais produtores de café no Paraná.
Em geral, o café divide a atividade com a fruticultura e a produção de grãos, além da pecuária ( de corte e leiteira). “É uma cultura intensiva de mão de obra, porque ainda apenas uma parte da colheita é mecanizada”, afirma Simioni.
QUALIDADE - O Paraná é, atualmente, o sexto maior produtor nacional, mas reconhecido, de acordo com Simioni, por produzir um café de qualidade e com grande aceitação no mercado externo. “Os nossos produtores vêm conseguindo excelentes classificações em concursos de qualidade, tanto no Paraná como em outros Estados. E conquistando preferência nas exportações nos principais mercados, como Estados Unidos”, diz.
MERCADO INTERNO - Além da exportação, a produção de café tem como destino as indústrias de processamento no Estado, de acordo com Paulo Sergio Franzini, economista do Deral e secretário-executivo da Câmara Setorial do Café. “Hoje o Paraná tem que importar café de outros Estados para suprir a demanda das indústrias. O consumo é de 3 milhões de sacas, três vezes mais do que o Estado produz”, afirma.
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PESQUISAS GARANTEM MAIS
QUALIDADE E PRODUTIVIDADE
A cafeicultura do Paraná, que teve seu auge interrompido pela grande geada negra de 1975, hoje ocupa uma área bem menor do que no passado, mas é reconhecida pela qualidade e produtividade, graças ao trabalho de pesquisa desenvolvido pelo Governo do Estado, por meio do Instituto Emater e do Iapar, pertencentes à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.
A meta é elevar a produtividade de 23 sacas para 40 sacas (60 quilos) por hectare, em dez anos, de acordo com o pesquisador Gustavo Hiroshi Sera.
O instituto já desenvolveu sete variedades, duas delas que permitem um potencial de produtividade de até 55 sacas por hectare.
A produção passa por uma fase de transição, com aumento de mecanização e de tecnologia no campo. “Produtores que não usavam tecnologia e mecanização saíram do mercado com a geada de 2013. E quem ficou está buscando melhorias. Pequenos produtores vêm se unindo para comprar colheitadeiras, por exemplo”, diz.
40 ANOS – O Paraná completou, em 18 de julho de 2015, 40 anos desde que a geada negra dizimou os cafezais no Estado. Até então principal produto agrícola do estado, o café foi responsável por desenvolver o Norte paranaense entre 1920 e 1975.
No seu auge, o Estado chegou a colher 20 milhões de sacas, o que equivalia a um terço da produção mundial. Os estragos provocados pela geada, no entanto, provocaram uma mudança radical, com o abandono da atividade por parte dos produtores, o que abriu espaço para o desenvolvimento de outras culturas como soja e milho.
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“CAFÉ QUALIDADE PARANÁ” INCENTIVA PRODUTORES
O Governo do Paraná, por meio da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, vem incentivando a produção de maior qualidade, com foco em cafés especiais. Para isso, a Secretaria, em parceria com Câmara Setorial de Café, promove anualmente o Concurso Café Qualidade Paraná, que premia os melhores produtos do Estado, de acordo com a pontuação de referência da Associação Americana de Cafés Especiais.
Na sua 13a edição, o prêmio é disputado em três categorias - cereja descascado, natural e microlotes da pequena agricultura familiar. A premiação ocorre em outubro.
Os finalistas dividirão R$ 30 mil e terão garantida a compra, pelo Governo do Paraná em parceria com parceiros da iniciativa privada, dos lotes por um preço no mínimo 25% superior à cotação registrada na Bolsa de Mercadorias e Futuro (BM&F).
De acordo com Francisco Carlos Siminioni, o governo por meio da Emater, vem fazendo um trabalho para melhorar a produtividade nas lavouras de café, buscando auxiliar o produtor no uso de tecnologia de plantio.
Box 3
CONSUMO MUNDIAL CRESCE ATÉ 2% AO ANO
O aumento do consumo mundial de café – entre 1,5% e 2% ao ano, de acordo com a Organização Internacional do Café (OIC) - tem resultado em uma melhor performance das exportações do Paraná. Além do café em grão, o Estado também exportou mais café solúvel, com avanço de 6,11%, para US$ 162,6 milhões.
O câmbio favorável vem melhorando a rentabilidade do produtor nas exportações, apesar da queda nos preços internacionais.
Os principais mercados do café em grão cru do Estado são Estados Unidos – maior comprador mundial -, Itália e Alemanha. No café solúvel, os principais destinos são Estados Unidos, Russia e Japão.
O Paraná planta café tipo arábica, variedade que lidera as exportações brasileiras. No ano passado, o arábica respondeu por 81% dos embarques de café do País. O Brasil é hoje o maior produtor e exportador mundial de café. Além de tradicionais compradores, como Estados Unidos e Europa, países como Rússia, Coreia e China vêm aumentando importações.
Saiba mais sobre o trabalho do Governo do Estado em: www.pr.gov.br e www.facebook.com/governopr