Estatuto é marco
para respeito aos direitos
de crianças e adolescentes

O ECA completa 27 anos nesta quinta-feira, 13 de julho. Para celebrar a data a Secretaria da Família e Desenvolvimento Social traz a história de quem viveu antes e depois do estatuto.
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12/07/2017 - 11:40
Editoria

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Nesta quinta-feira (13), o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) faz aniversário. A geração que hoje tem 27 anos nasceu no ano da promulgação do documento e cresceu aprendendo sobre seus direitos. Para celebrar a data a Secretaria da Família e Desenvolvimento Social traz a história e as impressões de uma personalidade que viveu as duas realidades, antes e depois do estatuto. Com sua experiência de vida, Paulo Sena, pode apontar os avanços e as conquistas de quase três décadas da lei.
Hoje Sena é superintendente da Copel – Renováveis, mas na década de 70, quando criança, vivia em situação de vulnerabilidade e precisou do apoio do Estado. Ele ingressou com 12 anos, em 1979, na Guarda Mirim do Paraná, junto com o irmão mais velho. Lá ficou abrigado por cinco anos e teve a oportunidade de aprender datilografia para trabalhar em uma empresa. A entidade, até hoje, orienta adolescentes para o mundo do trabalho, mas sua gestão e foco mudou, assim como a visão de cuidado com meninos e meninas.
Sena explica que as famílias de onde vinham os alunos, com raras exceções, estavam em certa vulnerabilidade social e a Guarda era uma forma de o adolescente ajudar a manutenção de sua casa. “A criança existia, mas não tinha a relevância que adquiriu com o advento do Estatuto”, explicou.
MUDANÇA - Sena já tinha 23 anos em 1990, quando o ECA foi criado, seguindo a orientação da Constituição de 1988 e a tendência mundial, ditada pela Organização das Nações Unidas. “Antes se tratava criança e adolescente, chamados menores, com caráter de reinserção social ou na busca para coibir atitudes ilícitas, não como pessoas sujeitas a mudanças e à progressão social”, comparou Sena. Ele comentou que o direito estava muito ligado ao aspecto financeiro e econômico das famílias.
Na Guarda Mirim, ainda administrada por militares, as regras de conduta se assemelhavam às do quartel, o que, segundo Sena, colocava todos em um padrão de conduta. Com a mudança para o regime civil e posteriormente com a criação do estatuto, a entidade passou a admitir o sexo feminino. “As meninas têm as mesmas necessidades sociais, a inserção é difícil para todos, a carência da família atinge a todos. Isso foi impactante”, disse o ex-aluno.
PROTEÇÃO - Nos anos que se seguiram à promulgação do Estatuto, formou-se a rede de proteção de crianças e adolescentes. Hoje, a Secretaria da Família e do Desenvolvimento Social é a responsável no Paraná em garantir que os direitos de quem têm menos de 18 anos sejam respeitados. “A legislação não muda instantaneamente a vida de uma pessoa, mas estabelece mecanismos para promover mudanças na cultura de uma sociedade”, afirmou a secretária Fernanda Richa.
O coordenador da Política da Criança e do Adolescente, Alann Bento, diz que a publicação do Plano Decenal dos Direitos da Criança e do Adolescente do Paraná, em 2013, foi um grande avanço para garantir e direcionar o cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente no Estado. Ele destaca ainda que investir na capacitação de conselheiros tutelares também é uma das prioridades no Paraná. Nos últimos cinco anos foram cerca de 12 mil inscritos nos cursos ofertados pelo Estado.
“Os conselheiros tutelares são essenciais para guardar e fazer cumprir o estatuto. São também importante meio de se chegar às crianças e adolescentes que têm seus direitos violados e encaminhá-los à rede de proteção”, disse Bento. Desde 2011, só na estruturação dos conselhos no Estado, que hoje são 421, a Secretaria da Família investiu R$ 12,15 milhões.
RESPEITO – Os investimentos do Estado também abrangem a base da desigualdade social e de possíveis violações de direito. O número de pessoas em extrema pobreza foi reduzido em 57,4% (2009 – 2014) e em 39,77% as ocorrências de trabalho infantil. A secretaria apoia 56 municípios que integram o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), com campanhas de sensibilização, capacitação e mobilização.
No mesmo sentido, a Secretaria da Família promove ações que inserem adolescentes no mundo do trabalho, com o ensino de profissões. Para garantir esse direito, investiu R$ 4 milhões em programas de aprendizagem, em 23 cidades, atendendo 5.587 pessoas.
Também, o programa Agentes de Cidadania oferece bolsa-auxílio de R$ 150 a adolescentes coloquem em prática iniciativas nas comunidades onde Centros da Juventude estão instalados. Em dois anos, 540 adolescentes participaram do projeto, com investimento de R$ 693 mil do governo estadual.
Para aqueles com deficiência foi dado prosseguimento a 258 projetos em todo o estado, com R$ 10,74 milhões repassados e 16.629 atendidos, desde 2012. Os recursos são usados para melhorar o atendimento.

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