Espera por transplante de córnea
no Paraná é de apenas uma semana

Em 2010 o tempo para conseguir a córnea era de um ano. Na terça-feira (11), apenas 18 pessoas, em todo o Paraná, estavam na fila
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12/07/2017 - 16:20
Editoria

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O Governo do Estado conseguiu praticamente zerar a fila para conseguir um transplante de córnea no Paraná. Em 2010, o tempo para conseguir a córnea passava de um ano. Atualmente, os pacientes estão esperando, em média, uma semana para o transplante. Nesta terça-feira (11), eram apenas 18 pessoas em todo o Paraná esperando por uma córnea, mas a expectativa é que esse número seja reduzido até o final da semana.
“A organização de todo o Sistema Estadual de Transplantes proporciona bons números ao Paraná. Em apenas seis anos, o Estado passou do décimo para o segundo lugar em doadores efetivos. Isso é fruto de um trabalho coordenado de todos os envolvidos no processo e da prioridade que o Governo do Estado dá à área da saúde”, destaca o secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto.
O ranking nacional de doação de órgãos e tecidos para transplantes, avaliada pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), leva em conta o número de doações efetivas proporcional à população do Estado.
Para a diretora do Sistema Estadual de Transplantes, Arlene Badoch, a redução de tempo de espera é uma das prioridades da gestão estadual. “Temos investidos em capacitação profissional e aperfeiçoado todos os processos que envolvem a doação e transplantes de órgãos e tecidos no Paraná.
O resultado é a redução do número de pessoas que aguarda por um transplante no Estado”, afirmou. Em janeiro de 2011, o Paraná tinha mais de 3 mil pessoas à espera de um transplante. Atualmente, cerca de 1.600 paranaenses aguardam pela doação de órgãos e tecidos.
ESPERA – Rogério Kormann Júnior foi diagnosticado com ceratocone e esperou mais de cinco anos para conseguir o transplante de córnea, que chegou apenas em 2011. “Antes do transplante eu tinha bastante dificuldade com a visão, não conseguia jogar futebol, ver filmes legendados, tinha dificuldades principalmente com a leitura e isso me prejudicava no trabalho”, diz.
O advogado conta que hoje, após quase seis anos de cirurgia, ele só sente melhoras e faz questão de abordar o tema. “Falo abertamente sobre o assunto. As pessoas têm que se conscientizar sobre isso, sobre os benefícios que a doação de órgãos traz à sociedade e sobre quanto o gesto pode mudar uma vida”, afirma Kormann Júnior.
MUDANÇAS – Em 2014, o cenário já era diferente. Fabiana Camargo Leichtweis também tinha ceratocone e precisava de um transplante, mas esperou um mês pela córnea. “Minha visão antes do transplante era borrada, eu não enxergava as pessoas na rua e passava direto por elas, não conseguia ler letreiros, era tudo bem complicado”, relembra.
A estudante de 22 anos explica que não sabia o que esperar do futuro, mas, com o transplante, tudo mudou. “Eu não sabia se conseguiria terminar meus estudos, se poderia tirar carteira de motorista, mas hoje é só felicidade. Agora sei do quanto esse gesto de amor no momento de dor de uma família pode mudar a vida de uma pessoa”, fala Fabiana.
SERVIÇOS – O Paraná conta hoje com 25 estabelecimentos credenciados para a realização desse tipo de transplante, em nove municípios do Estado: Apucarana, Cambé, Campina Grande do Sul, Cascavel, Cianorte, Curitiba, Guarapuava, Londrina, Maringá e Pato Branco.
Ao contrário dos órgãos, que exigem circulação sanguínea para irrigá-los, as córneas podem ser aproveitadas mesmo depois que o coração para. Por serem tecidos, é possível retirá-las até seis horas depois da parada do coração e mantê-las fora do corpo por até sete dias.
DOAÇÃO – Desde 2014 o Governo do Estado mantém a campanha Doação de Órgãos, Fale Sobre Isso, com o objetivo de estimular que a população aborde o assunto no seu dia a dia e declare a seus familiares sua intenção de ser um doador. Dados da Secretaria de Estado da Saúde mostram que a negativa familiar é o principal motivo da não doação.
A campanha conta ainda com o apoio de empresas que divulgam a esta mensagem, como Frimesa, Rede Condor, Rotary Club, FIEP e SESI-PR, entre outras. Empresas e pessoas físicas que queiram saber mais informações sobre como participar da campanha devem entrar em contato com o Sistema Estadual de Transplantes através do e-mail sesatran@sesa.pr.br.

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