O Colégio Estadual do Campo Castro Alves, localizado na vila residencial Salto Osório, município de Quedas do Iguaçu (Centro-Sul), atingiu a meta estabelecida pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para 2021 e alcançou o melhor média entre as escolas estaduais.
Em quatro anos, a escola teve um aumento significativo na avaliação do Ideb. Em 2011, a média da escola ficou em 5,7. Em 2013, a nota subiu para 6,4 e, em 2015, o colégio atingiu a meta estabelecida para 2021 com a nota de 6,6, a melhor entre as 2,1 mil escolas da rede estadual de ensino.
O colégio atende 208 estudantes das séries finais do ensino fundamental e do ensino médio e funciona em dualidade administrativa com o município.
“Observei uma integração muito forte entre os pais, mães, responsáveis e diretora com todo o corpo docente e estudantes. Uma metodologia de trabalho diferenciada e integrada com o município que permite que, ao sair do 5° para o 6° ano, os estudantes permaneçam com a mesma orientação dando continuidade aos bons resultados pedagógicos”, disse a secretária estadual da Educação, professora Ana Seres, que visitou a escola na última semana. Ela esteve na região para a entrega do Prêmio de Gestão escolar e reuniões em escolas públicas.
O bom desempenho dos estudantes do Castro Alves é resultado da metodologia colaborativa que envolve pais, professores e funcionários no acompanhamento pedagógico dos estudantes.
Esse acompanhamento coletivo, segundo a diretora Neiva Vieira, fortalece o comprometimento no processo de ensino e aprendizagem dos estudantes. “É uma soma de esforços onde todos acompanham, cobram e ajudam”, disse.
ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO– Duas semanas antes do final de cada bimestre os professores encaminham as propostas de avaliações para revisão da equipe diretiva e pedagógica. Os resultados das avaliações são arquivados em um sistema online compartilhado entre a direção, professores, pedagogos e pais.
Se o desempenho ficar abaixo da média, a equipe se reúne para fazer um diagnóstico do andamento escolar e também fora da escola. “Nesse momento a participação dos pais é fundamental porque a vida escolar do estudante não se limita aos portões da escola”, destacou Neiva.
Os alunos com baixo rendimento recebem acompanhamento individual no turno complementar, período em que não estão em sala de aula, por meio do programa Mais Educação (do Ministério da Educação em parceria com a Secretaria de Estado da Educação).
Com essa metodologia o colégio garantiu, em 2015, a média prevista para 2021 pelo Ideb. “É resultado do conjunto dos profissionais que passaram pela escola, do comprometimento dos professores, funcionários, alunos e dos pais”, disse a diretora.
RECONHECIMENTO – Na última quarta-feira (27) a escola foi contemplada com menção honrosa na edição regional do programa Gestão Escolar pelo trabalho desenvolvido em parceria com a comunidade e os bons resultados pedagógicos.
REFERÊNCIA - Ângela Simioni, 16 anos, do 2° ano do ensino médio, mora no município de São Jorge D´Oeste, a 30 quilômetros do colégio. Ela contou que os pais fizeram questão de matriculá-la nessa escola pela referência pedagógica da unidade. “Meus pais optaram por essa escola porque queriam que eu tivesse uma educação de qualidade e sabíamos que aqui no colégio todo mundo trabalha para que os alunos tenham acesso a uma educação de qualidade. Aqui nos sentimos acolhidos, como se fosse minha segunda família”, disse Ângela, que estuda no colégio desde o 5° ano.
Sua colega Stephany Amanda Parteka, 16 anos, também do 2° ano do ensino médio, estuda no colégio há quatro anos. Segundo ela, a escola é referência para estudantes de outras unidades. “É uma escola muito boa. A gente vem para cá com um objetivo definido porque percebemos a diferença em relação a outras escolas na qualidade do ensino. Quando mudamos para cá percebemos a diferença”, disse a estudante.
O colégio está localizado a 16 quilômetros do centro do município de Quedas do Iguaçu, mas, segundo a diretora, alguns pais optam por matricular os filhos na escola. “O nosso colégio tem um histórico de bom rendimento pedagógico e de participação da comunidade e isso chama a atenção dos pais”, disse Neiva.
O comerciante Dirceu João Ganzala, pai da estudante do 2° ano, Izabella Ganzala, 15 anos, lembrou que a filha se identificou com a escola. “Ela tem paixão pela escola e gosta de estar aqui. Os professores são bons, o ambiente é bom e por isso os alunos se identificam e se sentem motivados”, disse Ganzala.
Dirceu também lembrou o envolvimento dos pais no cotidiano da escola. “A participação dos pais é fundamental. Os boletins são entregues diretos aos pais, se algum aluno tiver dificuldade de aprendizado passamos a acompanhar o porquê daquele resultado e começa a trabalhar junto com a escola para resolver o problema”, disse.
HISTÓRIA – O Colégio Estadual do Campo Castro Alves foi fundando em 1973 para atender as famílias dos funcionários da usina hidrelétrica localizada no município. “A comunidade cresceu no entorno da usina e com o tempo foi necessário a construção de uma escola para atender os filhos dos funcionários”, afirmou Neiva.