Socorristas de diversos países vão se reunir nesta quarta-feira (30) na Romênia para disputarem o Desafio Mundial de Resgate 2017. Representando o Brasil estão a médica Michele Grippa e o enfermeiro Luís Marcelo Gaudêncio, ambos servidores do Siate Curitiba, que ficaram com o primeiro lugar geral no Desafio Nacional do Trauma, competição que contou com mais de 40 equipes de todo o país.
A etapa nacional da competição foi através de uma parceria entre Associação Brasileira de Resgate e Salvamento (Abraes) e a Secretaria de Estado da Saúde. Membro da delegação brasileira, Gaudêncio também é servidor do Estado e teve sua viagem custeada pela Saúde.
“Incentivar eventos como este é uma das estratégias do Estado para que haja uma melhoria constante na qualidade do serviço oferecido pelos profissionais que atuam na urgência”, salientou o diretor do Paraná Urgência, Vinicius Filipak.
Na etapa nacional as equipes disputaram provas em duas modalidades: standard e complexa. Na primeira, faziam a simulação de atendimento a apenas uma vítima de acidente e, na segunda, com um cenário mais complexo a duas ou mais vítimas.
No Desafio Mundial do ano passado, na capital paranaense, o Brasil acabou ficando na 9º colocação, o melhor resultado até então do país na competição. Conheça um pouco mais sobre os paranaenses que vão representar o Brasil na competição.
MICHELE – Médica especialista em cirurgia plástica, Michele Grippa Cavassim, 38 anos, viu despertar o interesse por fazer parte da equipe de emergência só depois de formada. “Enquanto eu fazia a residência de cirurgia geral, via os médicos do Siate chegando no hospital e pensava ‘um dia vou fazer isso’. Comecei a correr atrás deste sonho e em 2010 virei médica socorrista”, afirmou.
Michele ressalta que as simulações propostas pela competição estimulam o crescimento do atendimento pré-hospitalar e representar o Brasil na etapa internacional demonstra que a sociedade já valoriza o papel destes profissionais.
“No Desafio temos situações de atendimento a vítimas por colisão, de armas de fogo, pessoas que sofreram agressões, mordeduras de cães e demais situações que podemos enfrentar no dia a dia. O resultado disso é um nivelamento para cima da qualidade do atendimento e do próprio profissional, o que pode fazer toda a diferença ao salvar uma vida”, esclareceu.
LUÍS – O outro membro da delegação brasileira é o enfermeiro Luís Marcelo Gaudêncio, que aos 35 anos se sente realizado profissionalmente por atuar como emergencista.
“Eu venho de uma família militar, então este ambiente todo sempre me chamou a atenção. Desde o primeiro ano de faculdade a área de emergência exerceu uma atração maior do que as outras. Em 2004 me formei e um ano depois já comecei a atuar na área”, disse Gaudêncio.
O enfermeiro destaca que por mais que haja diversos percalços no dia a dia da profissão, sente-se revigorado ao saber que contribuiu para salvar uma vida.
“Atuar com emergência às vezes é complicado, mas, ao mesmo tempo, é recompensante. Para que o atendimento seja bem feito precisamos ser extremamente técnicos e não nos envolvermos com o paciente. Mas quando você vê que de alguma forma deu um alento ao sofrimento de alguém a sensação é indescritível”, afirmou.
Luís Marcelo estava na delegação brasileira que disputou a etapa mundial do ano passado e conta que o desafio tem ajudado muito no desempenho de suas funções.
“As competições de resgate ainda são algo novo no país, que começaram graças à Associação Brasileira de Resgate e Salvamento. Ano passado já havíamos participado e ficamos entre os 10 melhores. Mas muito mais importante do que a competição é o aprendizado e a melhoria na qualidade do atendimento que cada profissional conquista”, salientou.