Encontro técnico vai debater manejo para plantas invasoras

O evento será nesta quinta-feira (23) em Assis Chateaubriand. A promoção é da Emater, Prefeitura e Instituto Federal do Paraná, apoiados por diversas entidades ligadas ao setor.
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20/11/2017 - 10:10
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A Emater, Prefeitura de Assis Chateaubriand e Instituto Federal do Paraná, apoiados por diversas entidades ligadas ao setor, reúnem nesta quinta-feira (23) agricultores e técnicos da região de Toledo para discutir soluções integradas para o controle de ervas daninhas da cultura da soja.

O problema que já preocupava os plantadores de soja e profissionais da área agronômica se agravou neste início da nova safra, em função das condições do clima: frio rigoroso no inverno e a estiagem no período próximo ao plantio.

O tema será abordado pelo pesquisador da Embrapa/Soja, Fernando Storniolo Adegas, que apresentará as particularidades ocorridas nesta safra para o controle de plantas daninhas e, ao mesmo tempo, abordará estratégias para fazer frente a possíveis resistências que estejam ocorrendo frente ao controle feito com herbicidas.

O engenheiro agrônomo Adalberto Telesca Barbosa, coordenador regional da Emater em Toledo, explica que a principal planta invasora com maior dificuldade no controle nesta safra é a buva, que sem um controle adequado compete com as plantas de soja por nutrientes e luminosidade diminuindo a produtividade da cultura.

"E o problema não é apenas esse. Acontece que para enfrentar a dificuldade, temos muitos produtores na região apelando para o uso de grades pesadas no preparo do solo antes do plantio. Este é um equipamento que traz sérios complicadores para a conservação do solo, e que por essa mesma razão tinha sido aposentado pelos produtores lá pelos fins da década de 80, com a introdução da tecnologia do plantio direto".

O extensionista conta que a movimentação do solo com a grade pesada para fazer o controle da buva e outras plantas invasoras antes do plantio, além de não ter a eficiência desejada, aumenta significativamente os riscos de erosão com a consequente diminuição da fertilidade do solo.

"Com as fortes chuvas registradas neste último mês, é fácil sair a campo hoje e comprovar os problemas que esta prática pode trazer para a preservação do potencial produtivo das lavouras e a ameaça que representa para a boa conservação dos recursos naturais", diz Barbosa.

Ele comenta que a Emater, com respaldo da pesquisa, defende que o agricultor adote em sua propriedade um conjunto de boas práticas agrícolas, as quais somadas à ferramenta química seja eficiente para o problema representado pelas possíveis resistências de ervas daninhas aos herbicidas.

Segundo ele, essas soluções estão sendo aplicadas em várias propriedades atendidas por técnicos do Instituto com ótimos resultados. São tecnologias que, além de ajudar no controle do mato, contribuem com a conservação do solo e aumento da produtividade da cultura da soja.

Entre essas alternativas, o extensionista destaca o cultivo da brachiária em consórcio com o milho safrinha, cultura que antecede a lavoura de soja. "Esse consórcio entre as duas plantas não copromete a produtividade do milho e por outro lado é capaz de promover uma boa cobertura vegetal do solo que, em função do sombreamento que produz, dificulta a emergência das plantas invasoras, inclusive da buva", diz.

Outro benefício obtido com a tecnologia, relata Adalberto, é a conservação do solo, porque a palhada que fica sobre o terreno facilita a retenção da água da chuva, evitando o processo de erosão. Essa água armazenada na própria lavoura pode ser essencial em períodos de estiagem, fazendo com a cultura da soja leve mais tempo para sentir os efeitos da escassez de chuva. Sem esquecer, ainda, que o sistema radicular da brachiária após se decompor dá ao solo maior porosidade, facilitando o crescimento da raiz da própria soja. E a planta aproveita essa condição favorável para extrair maior volume de nutrientes e produzir mais grãos. Destaca também que outras alternativas de plantas de cobertura do solo se adaptam ao sistema como a aveia, o nabo, entre outras.

Para concluir, o técnico alerta para o surgimento de novos problemas. "É que já existem várias outras plantas invasoras na fila, dando sinais de que podem se tornar resistentes à ação dos herbicidas. Então, esse debate que fazemos agora é importante também para nos preparar para o enfrentamento de dificuldades ainda não conhecidas".

A Emater do município e a Prefeitura promovem essa reunião técnica no Auditório do Instituto Federal, em Assis Chateaubriand, a partir das 14 horas, com o apoio da Embrapa, C. Vale, Conselho de Sanidade Agropecuária do Município, Associação dos Engenheiros Agrônomos, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Sindicato Rural, I. Riedi, Siloti e Agropar.

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