Encontro técnico apresenta tecnologias para olerícolas orgânicas

Cerca de 300 agricultores de 16 municípios da região Sul do Estado participaram desse trabalho que apresentou o resultado de pelo menos 30 experimentos conduzidos sem o uso de agrotóxicos
Publicação
25/11/2011 - 17:40
Editoria

Confira o áudio desta notícia

Emater e Universidade Federal do Paraná realizaram nesta sexta-feira (25), na fazenda do setor de Ciências Agrárias da UFPR, em Pinhais, um dia de campo sobre produção orgânica de olerícolas. Cerca de 300 agricultores de 16 municípios da região Sul do Estado participaram desse trabalho que durante todo o dia apresentou o resultado de pelo menos 30 experimentos conduzidos sem o uso de agrotóxicos ou outros insumos sintéticos.
“Hoje existe grande carência de pesquisa sobre produção orgânica. Esse encontro técnico representa uma ótima oportunidade de aprendizado, tanto para os produtores quanto para os próprios técnicos que atuam na área”, explica Iniberto Hammerschimidt, coordenador estadual do projeto Olericultura, da Emater. A iniciativa teve o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Os experimentos foram montados pela UFPR. Os alunos envolvidos no projeto foram os responsáveis pela recepção aos agricultores, nas diversas estações, explicando o propósito de cada experiência e também os resultados obtidos. A tarefa dos extensionistas foi organizar os produtores em excursões técnicas e montar um estande para divulgar métodos e insumos alternativos ou naturais que podem ser usados para o controle de pragas e doenças na olericultura.
“Os alimentos colhidos numa horta são, na maioria das vezes, consumidos na forma in-natura. Por isso a importância da apresentação dessas tecnologias. Elas podem contribuir com a preservação da saúde dos trabalhadores, com a conservação do meio ambiente e garantir a oferta de produtos mais seguros e nutritivos, seja na mesa da família produtora ou dos consumidores finais”, comenta Iniberto.
As parcelas que mostravam a competição entre as diversas cultivares, de espécies como o tomate, pepino, abobrinha, batata, entre outros, chamaram bastante a atenção dos produtores. “Essa comparação, que mostra o comportamento da planta em termos de produtividade e resistência às pragas e doenças, por exemplo, é feita mais frequentemente no sistema convencional, que usa agrotóxicos para o controle de pragas e doenças e adubo químico para estimular o crescimento. Uma cultivar pode se sair bem num sistema e não no outro. Os experimentos apresentados foram úteis por isso”, analisa o extensionista da Emater. Outros destaques foram a produção em ambientes protegidos, uso de biofertilizantes, diferentes sistemas de condução de plantas tutoradas e alternativas para cobertura do solo.
O Paraná tem cerca de 1 mil produtores que lidam com o cultivo orgânico de olerícolas, pelo menos a metade deles recebe assistência técnica da Emater. A área cultivada chega a 1,73 mil hectares, com produção que ultrapassa 36 mil toneladas anuais. Segundo Iniberto, é o setor que mais cresce dentro cadeia dos alimentos produzidos com base nos princípios da agroecologia, com taxa média de 30 por cento ao ano.

GALERIA DE IMAGENS